segunda-feira, 21 de julho de 2014

"Vagão rosa" no metro paulistano: histeria coletiva ou oportunismo do capitalismo canalha?




Mais um projeto idiota que passou na Assembléia Legislativa paulista, a proposta reacionária e que trás mais retrocesso social com a histeria do "vagão rosa" do metro de São Paulo. Implantar a segregação feminina enjaulando num idílico "vagão rosa" no metro paulistano. Pronto! A cura para todos os males da violência contra a mulher estaria exatamente extraindo ela do convívio social! O feminismo paternalista é sintomático e altamente contraditório. Mas será que é somente a histeria coletiva gratuita?

O fato mais curioso é que particularmente vi (testemunhei os fatos!) dentro dos vagões a tal "campanha pelo vagão rosa" sendo patrocinada por uma empresa de produtos voltados para o público feminino. Como procedeu a tamanha "solidariedade" de araque? O oportunista lance de marketing foi colocar belas garotas jovens com camisetas rosa e roupas insinuantes abordando os passageiros dentro dos vagões e distribuindo panfletos da "campanha". Naquele momento, deu para contabilizar, cerca de quinze joviais garotas distribuindo os tais panfletos entre os passageiros, sendo tuteladas por alguns marmanjos da "equipe de produção" e todas devidamente marcada em suas camisetas com o nome da "Dermacyd", marca de produtos de higiene exclusivos para mulher da gigante multinacional farmacêutica. Coincidência? Nenhum pouco!

Quem estaria interessando neste bizarro "vagão rosa" contra dos estupradores e punheteiros do metro paulistano? De repente, todas as usuárias de trens e metros viraram alvos de estupradores? Fato pouco provável mesmo levando em consideração o contingente de quase 4 milhões de usuários que superlotam os trens do metro. Fatos isolados tomam repercussões de uma totalidade fora da realidade.

Se considerar metade deste contingente sendo do universo feminino, seria então 2 milhões de mulheres "estupradas" ao dia? Fato mais insano da segregação das mulheres é que elas estariam protegidas de por uma ilusória "bolha mágica" e saindo de lá, do famigerado "vagão rosa", elas estaria no Paraíso sem ninguém para bolina-las! Naturalmente, não tem o menor sentido este tipo de política de um feminismo machista e xenófobo conduzidas por empresas inescrupulosas de olho no seu "público alvo"!

Ademais, o patrocínio de várias empresas pelo "vagão rosa" seria muito oportuno, uma vez que o universo de usuárias é muito grande, diríamos, de milhões ao dia numa cidade como São Paulo.

Na onda conservadora de histeria coletiva, nada é passado em branco, nada é tão simples que não possa piorar o conceito de sociabilidades no mundo do capitalismo sem escrúpulos. As empresas sempre bem oportunistas nunca desgrudam seus olhos diante das "oportunidades do mercado".

Para o bem da civilidade urbana em São Paulo, espera-se que o governador Geraldo Alckmin possa vetar este projeto e ainda lembrar que o mais importante não é ter "vagão rosa" ou de qualquer outra cor, mas de fornecer um transporte público decente, de qualidade e que não produza mais sardinhas enlatadas humanas dentro dos vagões do metro.

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