quarta-feira, 19 de junho de 2013
Uma Tênue Fronteira
Os incendiários de plantão devem estar com suas calças encharcadas de gozo sádico e psicopático, pois acreditam firmemente que a solução mágica do país é o descontrole institucional e a violência banalizada. Logo, os golpistas de plantão, em nome da ordem, do clamor popular, da catarse coletiva de miscigenação apartidária, vão invocar medidas mais "drásticas" para impor a ordem e varrer das ruas os vândalos, os extremistas e a esquerda mais progressista. A história é rica de mórbidos exemplos.
Não politizar as manifestações é entregar de bandeja para os golpistas de plantão as rédeas subliminares do movimento. Eis o alto preço que as esquerdas mais progressistas e os sindicatos de trabalhadores pagarão por terem se afastando tão laconicamente das reais demandas sociais do trabalhador e das classes médias menos abastadas.
O voluntarismo juvenil é salutar, performático e igualmente limitado por sua própria natureza. Não esperar dele mais que ele pode oferecer enquanto grupo de mobilização com várias demandas, entre insatisfeitos e indignados.
Se desejar avançar, cabe desce do messianismo simbólico para a concretude de um programa mais politizado e mais factível. Quem se recusa optar pela política mais progressista, certamente optará pelo fascismo inconsciente e violento. Em meio aos olhares de rapina da direita e dos extremismos suicidas, entre o nacionalismo voluntarioso e antipolítico e a insanidade fascista é uma tênue fronteira.
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