quinta-feira, 12 de junho de 2014

BRASIL 3 X 1 CROÁCIA: Neymar, Oscar e juiz japonês dão vitória ao Brasil sob a arquibancada da casa grande em Itaquera.


O cenário não poderia ser mais brasileiro, toda a branca da Casa Grande ocupando todos os espaços do estádio do Itaquerão. Sem negros e mulatos visíveis, todo bairro da modesta região de Itaquera se parecia num albino bairro dos Jardins ou Higienópolis entronizado nas poltronas do estádio Padrão FIFA de arrogância absoluta.

Sim, ela mesma, toda a classe burguesa que passou a criticar de forma oportunista a realização da Copa do Mundo e dizia que aqui seria o pior lugar da Terra para ter algo neste sentido. Mas como todo fascínio das classes médias e altas pelo fascismo é estruturalmente reacionário e oportunista, lá estava todos os branquinhos com ares europeus cantando o "hino nacional" (claro que no dia-a-dia todo este pessoal tem ojeriza e fazem beicinho contra o país, mas o importante é fazer jogo de cena para as televisões mundiais) para, logo depois, xingarem de forma ridícula a presidenta Dilma: para alguns fascistoides neuróticos de plantão foi um gozo maior que a vitória do Brasil. Freud explica muito bem isto!

Em campo, o que foi visto não era bem o que a verdadeira torcida da seleção esperaria, mas era compreensível em jogos de estreia. Um Brasil afobado, muito bem marcado pelo time da Croácia que fez também que se esperaria jogando contra o time da casa: forte marcação, recuada e subindo apenas em rápidos contra-ataques. Não deu outra: no segundo bom erro de passe brasileiro permitiu que o ataque croata fizesse o primeiro gol do Mundial na arena pública do Corinthians com uma enorme ajuda do péssimo lateral Marcelo. Histórico primeiro gol contra do Brasil em atuações na Copa do Mundo. Susto, preocupação e ampliação da ansiedade.

Após o gol sofrido, o Brasil pareceu que tinha acordado em campo, e foi mais inciso no ataque, até o gol magistral de Neymar empatando a partida. Alívio e muito alívio em campo e toda a Casa Grande presente no estádio vibrando. Ironias do destino! O restante foi administrar a partida com as contínuas e sofríveis atuações dos laterais Marcelo e Daniel Alves, por sinal, ambos ainda não entenderam que o mundial já tinha começado há 45 minutos.

No intervalo, sem substituições por parte de Felipão e andava reclamando muito do juiz japonês, Yushi Nishimura, e em muitos lances de bola e agressividade entre os jogadores parecia perdido em campo. Após uma bela encenação teatral do apagado Fred, o juiz deu pênalti para o Brasil. Apesar do esforço do bom goleiro croata, Pletikosa, Neymar com pênalti mal batido, mas que entrou. Se entrou foi gol, o segundo gol do Brasil e o alívio se amplia deixando lugar para a certeza da vitória. Neymar dois a um.

Perdendo, os croatas insistiram e partiram para o ataque. Júlio Cesar sofrível, fez suas lambanças de sempre, inclusive em um gol mal anulado que o juiz japonês assinalou como sendo uma falta em Julio Cesar, que não houve. Não teve jeito, o juiz era "nosso" e ponto final. Coisas do futebol e nada deste besteirol que o juiz foi "comprado". Curiosamente, quatro anos atrás, o mesmo juiz da derrota e eliminação brasileira da "era Dunga" para a Holanda, cuja partida trágica o mesmo juiz nipônico não marcou um pênalti sofrido por Kaká.

Com ótima atuação de Luiz Gustavo e brilhante "estréia" do acordado Oscar que sempre andava apagado em atuações pela seleção, deixou o dele as 45 do segundo tempo, em uma bela inserção dentro da área croata e chutando de bico para a trave direita de Pletikosa: 3 a 1 e ponto final.

Entre mortos e feridos, o Brasil ganhou de forma suada, com péssima atuação coletiva e contando com a simpatia nipônica do apito. Dos poucos destaques positivos, apesar da vitória que é fundamental, entre eles, foram que Neymar ao estilo “Pelé” mostrou que de fato não veio usar sua "máscara" e carregar o fardo ao lado de uma grata atuação como elemento-surpresa de Oscar, o absoluto em campo. Fred sequer suou a camisa, mas deverá ser contratado para atuar nas novelas da Rede Globo. Júlio Cesar irá causar muitos infartos em torcedores. Marcelo precisa tirar a cabeleira dos olhos e jogar mais bola e Daniel Alves não poderá continuar a ser titular da seleção. Felipão certamente é ótimo, mas é teimoso. É preciso mudar o time de forma a não sofrer tanto e depender de juízes canastrões. Logo, é preciso mais que os santos e orixás a continuarem a olhar pela seleção... É preciso jogar bola coletivamente.

Ah sim, quanto a Casa Grande falastrona, bem falastrões são sempre assim, quando ganham, dizem que é a "vitória é deles", quando perdem dizem agora que é "culpa da Dilma", sendo ela o atual objeto masturbatório de gozo do ranço conservador fascistóide tupiniquim.

Assim segue o nosso país do futebol e de uma das elites sociopolíticas mais cínicas do mundo. Quanto a seleção de Felipão, a próxima parada é Fortaleza contra o instável e sofrível México mas, por sinal, é uma seleção que sempre "cresce" jogando contra o Brasil. Mais sufoco a vista, porém sem tanta qualidade tática tal como foram os bons croatas.

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