sábado, 14 de junho de 2014
A bem conhecida tragédia da escola pública brasileira.
A educação pública brasileira é uma paródia (mas não tão paródia assim, pois merece o rótulo de "hecatombe") do enorme e fétido esgoto educacional que é vivenciado cotidianamente as escolas públicas. A tragédia não é de hoje e tem causas muitos previsíveis e conhecidas.
Cito particularmente o caso de São Paulo, particularmente já completei mais de dez e inúteis anos a serviço da equipe de "enxugar gelo" em péssimas, horripilantes, desestruturadas escolas públicas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Lembranças boas? Nenhuma, zero e pura depressão!
A crise da educação é muito pior e mais dramática quando se entra no ensino noturno e não se sabe se seus alunos são "alunos da escola" ou candidatos à ingressarem nas fileiras de alguma organização criminosa. Sem contar o horripilante nível cultural que mais parece uma sucursal de alguma região após bombardeio massivo de frente de batalha da Segunda Guerra Mundial.
À surdina, fiquei sabendo que a Fundação Casa (ex-FEBEM), em São Paulo, começa a depositar com mais ênfase seus "alunos" de "liberdade assistida" (a famigerada sigla L.A. que os professores já sabem que é problemas à vista) nas escolas públicas (economia de verbas?) e aí sim, temos uma bela formação entre o que já era pior e o muito pior. A Fundação Casa é outra tragédia que sequer se sabe com alguma clareza para que ela realmente serve: se é um presídio-mirim, uma escola do crime ou um “point” passageiro para o gueto se formar para o crime na vida adulta. As tragédias humanas estruturais desembocam quase sempre em violência instrumental futura.
Não há nenhum tipo de preocupação em políticas sociais para a adolescência e os pós-adolescentes, exceto aquele besteirol já carcomido de incentivar o hip-hop, funk e demais bobagens afins como se o destino de todo pobre é se fantasiar de negro estadunidense ou se uniformizar para o tráfico e no caso, as garotas, se posar para a capa de alguma revista da rua Aurora. Em suma, no máximo é a condução desta política patética de encher conta corrente de ONGs picaretas com dinheiro público para promover bobagens inúteis e somente tem alguma visibilidade em épocas eleitoreiras. Promoção de políticas públicas educacionais não é somente promover dancinhas da moda ou do "gueto" para prover ONGs oportunistas e tirar comodamente das costas do Estado o seu compromisso básico com Educação! É uma tragédia com consentimento de país, professores e Poder Público.
Quem já passou experiências completamente desagradáveis em sala de aula sabe o clima infernal de estar dentro de uma pocilga de quatro paredes, um quadro negro quebrado e rabiscado e um bando de almas desvalidas e sem nenhum norte na vida. Sem mencionar a questão salarial do professor da rede que é um verdadeiro insulto e que somente atrai péssimos profissionais como "professores". Poucos realmente se salvam e, quando "salvos", adoecem ao longo do período ou pedem demissão por não mais aguentar tal situação.
Somos pentacampeões mundiais no futebol, mas me matéria de Educação Básica sequer conseguimos sair dos últimos lugares das eliminatórias. Nem aparecemos na fotografia de algum torneio, exceto alguns casos raros que é muito mais da força pessoal do indivíduo do que resultado de políticas públicas factíveis.
Brincamos de se fazer Educação Pública. É patético, ridículo e, acima de tudo, uma irresponsabilidade governamental sem tamanho de todos os partidos de base governista ou da oposição de todas as esferas de Poder, sem exceções.
Queremos realmente levar a sério a Educação Pública no Brasil? Eu duvido.
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