segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ainda sobre a questão do "orgulho" na exploração sexual





"Miss Prostituta 2013". Será que tamanho "orgulho" é patrocinado pelo Ministério da Saúde, tal como na última campanha equivocada da pasta do ministro Alexandre Padilha? Um tanto sintomático, na medida em que, uma parte das mulheres da sociedade se mobiliza para promoverem o fim das gritantes estatísticas de violência contra a mulher, paradoxalmente, se mantém uma glamorização da prostituição no país. Se por um lado, procura-se, mesmo de forma tímida, combater uma postura supostamente "machista" dos brasileiros, por outro lado, ostenta-se uma "subcultura" de banalização do sexo e da dignidade humana.

Ainda no século XXI, cultivamos uma cultura de estereótipos sexuais com uma escalada intrínseca de questões patológicas como satélites erráticos e violência endógena. Fala-se tanto em sexo (e não de sexualidade) e sabe-se muito pouco sobre ele, pois se tornou uma mera mercadoria a ser vendida como uma ilusão de frenética fluidez.

Quem estaria interessado em "regularizar" uma rede de exploração sexual com algum tipo bizarro de "selo estatal"? Quem acreditaria que uma "prostituta legalizada" consistiria em menores riscos (para ela e para seus supostos clientes) se ela tivesse um "selo de "qualidade" (ao estilo, quem sabe, de um ISO 69)?

As polêmicas com a prostituição dentro de uma sociedade é tão antiga quanto a lascívia humana. Todavia, o sexo como mercadoria pode ser muito interessante para o discurso do livre comércio de corpos expostos em um enorme açougue humano (como se isto fosse sinônimo automático de "liberdade sexual"), mas que afronta de forma latente a dignidade humana.

Sem cair no conservadorismo banal, o livre-arbítrio que alguns indivíduos possam voluntariamente se oferecerem como mercadorias sexuais é um direito da pessoa. Contudo, a sua legalização como "profissão regulamentada" via CLT, daí a questão é muito mais complexa e pouco trivial.

Em tempo: Qual significado de uma nação, supostamente democrática, se "orgulhar" de ter cidadãos-pátrios violados sexualmente com chancela estatal?


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