quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Quão feminino é o movimento feminista?




O feminismo pós-moderno, ou que resta do movimento feminista, é difícil de levado a sério, exceto para nicho específico de ativistas (ou daqueles que se utiliza de tais premissas). Pode-se dizer que seria um modelo performático de um tipo de feminismo. Este parece que se preocupa muito mais na aparência do que na essência e se contaminou pelas veleidades flexíveis e porosas, sintomas de tempo líquido que nos vivenciamos.

Entre "vadias" e "trepadeiras" como mote performático de bandeiras pseudo-libertárias, utiliza-se exaustivamente da vitimologia como lastro e se apoia no seu protagonismo apenas quando bem interessa suas demandas sob a forma de uma espécie de "economia do pragmatismo sexual". Como se existisse ainda indivíduos ou grupos sociais em democracias mais estabelecidas povoadas de vítimas de um mundo maniqueísta de uma fantasiosa Idade Média com bruxas, dragões que cospem fogo e feitiços que expelem a maldade.

 
Seria importante retomar uma consciência mais orgânica do papel da mulher nas engrenagens do capitalismo, caso contrário, ficará perdido entre buscar legitimar atuação muito mais midiática e de veleidades sexistas (retomando um controverso conceito freudiano sobre a "inveja do pênis") e deixar de lado questões muito mais pertinentes e estruturais de sua participação na sociedade. O desejo é sempre um grande mote em busca de auto-afirmação, defesa e identidade. Afinal, questões precisam ser trabalhadas e ampliadas, pois toda demanda social é essencialmente móvel.


Quem se aproveita deste modelo de movimento feminista? Tal questão não é tão trivial. Muitas vezes se mostra uma distancia entre a idealização performática e a realidade vivenciada. Pior ainda, tal como se vem percebendo, reger qualquer crítica ao um estranho tom afetado e xenófobo de algumas correntes de mobilizações sociais se torna uma aventura perigosa. As discordâncias sobre a conduta de movimentos sociais ou similares são atacadas imediatamente e taxadas com algum bordão. 


Em tempos de cegueira voluntária, temos a tentativa de acomodar uma era do histerismo debruçado sob um questionável revisionismo de posturas, ações meramente midiáticas e calcadas com ares performáticos beirando ao mero sensacionalismo.



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