domingo, 15 de setembro de 2013

É Proibido Criticar: O efeito Black Blocs como lustre de um fascismo esquerdista





Coitado do Ferreira Gullar! Foi somente o poeta comentar qualquer coisa contrária ao entulho mercadológico produzido pela pornochanchada sonora do funk que já levou pancada e bordões taxativos. O que é modismo mercadológico, cuja qualidade beira ao nível das perfurações da Petrobrás, que é proibido dizer alguma coisa que magoe os corações lucrativos do gênero das “poderosas” e dos “fodões” mímicos do gênero (sonoridade pedante cujas letras destacam as máquinas hiper-sexuais que jorram esperma e líquidos vaginais de seus interpretes ultraerotizados, ou quando estão ostentando padrões de hiperconsumo ou vangloriando algum traficante do morro ou da "quebrada").

Até mesmo já estão chamando absurdamente Gullar de "racista" como se a política agora é taxar grosseiramente qualquer comentário que macule a suposta ordem contracultural em vigência. Como se Gullar fosse um alienígena que aterrissou na Terra e não entendesse absolutamente nada de nada. Logo, na perspectiva esquerdista histérica, Gullar, o crítico, seria um boçal “racista” completo, para seus atuais detratores. Pura canalhice de uma esquerdinha que se acha mais iluminada do que o Sol. É inacreditável o "baba-ovo" chinfrim esquerdista de alguns que militam em supostas causas sociais ou culturais: tudo tem que ser idolatrado, inclusive a banalidade e a imbecilidade compartilhada com overdose de besteirol supostamente contracultural (a necessidade do “Nome do Pai”, como lembraria Jaques Lacan).

É difícil imaginar que Gullar estivesse como um alucinado empunhando uma bandeira maquiavélica para “proibir” de tocar o “neoglorificado” funk (apesar de ser antidemocrático, mas sob o ponto de vista da “saúde auricular”, até que seria uma bênção para muitos ouvidos que são vítimas passivas da canalhice sonora dos que atacam em lugar públicos com tamanha volúpia ao sacanear com volume altíssimo quem esteja do lado), mas quis ele comentar sobre as singularidades do tal "gênero musical". Creio que Gullar estaria longe de ser algum “censor” cultural ou coisa parecida. Lembrando ainda que não ninguém quer se proíba (apenas seria de bom senso abaixar um pouco o volume em ambientes coletivos de transporte público, por exemplo), mesmo que funk arroz-de-festa da atualidade, como tantos outros gêneros mercadológicos, o tempo e a queda dos lucros dos empresários se encarregam de leva-los para o sacratíssimo ralo do esquecimento. “Poderosas”, “Do o cu de cabeça para baixo”, “a fodona aqui sou eu”, “Respostas pras piranhas”, “Não se pede bumbum, se conquista”, “Tá tarada, tá tarada, tá tarada”, “Vem amor bate na minha cara” e “Passa o pau na cara dela”, são alguns títulos de mimosas canções que broxam até mesmo os puteirinhos e os praticantes onanistas da Rua Aurora, o decadente meretrício paulistano.

O objetivo aqui não é ser advogado de Gullar, fato que uma figura como ele se defende por si mesma com sua própria competência. A questão é de como se comporta um certo flerte fascista de um tipo de crítica que se fazem dos críticos. Portanto, ao tachar de "racista" um poeta como Gullar assistimos ao estilo fascista dos Black Blocs que está permeando o debate na atualidade. Como se qualquer coisas deve ser venerado somente porque foi feito por supostamente foi feito por negros, brancos, amarelos ou roxos. A imposição do poder econômico não é nenhum pouco criticado, a qual dita padrões de consumo e tempo de exposição pública. Qualquer coisa que vai contra a mídia ou alguma coisa excretado de um suposto útero esquerdista, seja um histerismo sonoro, seja protestos que cultuam a pancadaria ou a exibição da perereca no asfalto, não se pode mais ser criticado. Logo, quem faz a crítica é logo beatificado com termos divinos: "racista", "conservador", reacionário ou mesmo, na falta de um adjetivo melhor, vai logo ser tachado de "filho de uma puta" mesmo.

Curiosamente, os Black Blocs de plantão, lembrando o grupo de mascarados que nutrem como principio do prazer o  vandalismo gratuito contra o patrimônio público e privado, fazem uma anexação adesista e simplista onde tudo que supostamente leva o bordão de "cultura popular" (nenhuma gota de tinta é dita sobre os empresários que lucram com a massificação idiotizante sonora como é o exemplo do "funk de ostentação" ou coisas similares desta natureza inaudível) é automaticamente sacralizada pela Santíssima Trindade. Violência doméstica, assaltos à mão armada, narcotraficantes e linchamentos são derivações à fórceps de “camadas populares” (como efeitos, e não causas) e nem por isto devem ser endeusados ou glorificados como muitos taxam de forma invasiva.

Se a direita possui uma gênese nefasta que impede um mundo mais equilibrado e menos injusto, logo, igualmente nefasto é o fascismo esquerdista que vem ao poucos contaminando e tomando espaço de um pensamento de esquerda mais progressista que deveria ser menos histericamente afetado, com mais sinapse e visão mais ampla de mundo.

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