Coitado do Ferreira Gullar! Foi
somente o poeta comentar qualquer coisa contrária ao entulho mercadológico
produzido pela pornochanchada sonora do funk que já levou pancada e bordões taxativos. O que é modismo mercadológico, cuja qualidade beira ao nível das
perfurações da Petrobrás, que é proibido dizer alguma coisa que magoe os
corações lucrativos do gênero das “poderosas” e dos “fodões” mímicos do gênero
(sonoridade pedante cujas letras destacam as máquinas hiper-sexuais que jorram
esperma e líquidos vaginais de seus interpretes ultraerotizados, ou quando
estão ostentando padrões de hiperconsumo ou vangloriando algum traficante do
morro ou da "quebrada").
Até mesmo já estão chamando
absurdamente Gullar de "racista" como se a política agora é taxar grosseiramente
qualquer comentário que macule a suposta ordem contracultural em vigência. Como
se Gullar fosse um alienígena que aterrissou na Terra e não entendesse absolutamente
nada de nada. Logo, na perspectiva esquerdista histérica, Gullar, o crítico,
seria um boçal “racista” completo, para seus atuais detratores. Pura canalhice
de uma esquerdinha que se acha mais iluminada do que o Sol. É inacreditável o
"baba-ovo" chinfrim esquerdista de alguns que militam em supostas
causas sociais ou culturais: tudo tem que ser idolatrado, inclusive a
banalidade e a imbecilidade compartilhada com overdose de besteirol
supostamente contracultural (a necessidade do “Nome do Pai”, como lembraria
Jaques Lacan).
É difícil imaginar que Gullar
estivesse como um alucinado empunhando uma bandeira maquiavélica para “proibir”
de tocar o “neoglorificado” funk (apesar de ser antidemocrático, mas sob o
ponto de vista da “saúde auricular”, até que seria uma bênção para muitos
ouvidos que são vítimas passivas da canalhice sonora dos que atacam em lugar
públicos com tamanha volúpia ao sacanear com volume altíssimo quem esteja do
lado), mas quis ele comentar sobre as singularidades do tal "gênero
musical". Creio que Gullar estaria longe de ser algum “censor” cultural ou
coisa parecida. Lembrando ainda que não ninguém quer se proíba (apenas seria de
bom senso abaixar um pouco o volume em ambientes coletivos de transporte
público, por exemplo), mesmo que funk arroz-de-festa da atualidade, como tantos
outros gêneros mercadológicos, o tempo e a queda dos lucros dos empresários se
encarregam de leva-los para o sacratíssimo ralo do esquecimento. “Poderosas”, “Do
o cu de cabeça para baixo”, “a fodona aqui sou eu”, “Respostas pras piranhas”, “Não
se pede bumbum, se conquista”, “Tá tarada, tá tarada, tá tarada”, “Vem amor
bate na minha cara” e “Passa o pau na cara dela”, são alguns títulos de mimosas
canções que broxam até mesmo os puteirinhos e os praticantes onanistas da Rua
Aurora, o decadente meretrício paulistano.
O objetivo aqui não é ser
advogado de Gullar, fato que uma figura como ele se defende por si mesma com
sua própria competência. A questão é de como se comporta um certo flerte
fascista de um tipo de crítica que se fazem dos críticos. Portanto, ao tachar
de "racista" um poeta como Gullar assistimos ao estilo fascista dos
Black Blocs que está permeando o debate na atualidade. Como se qualquer coisas
deve ser venerado somente porque foi feito por supostamente foi feito por
negros, brancos, amarelos ou roxos. A imposição do poder econômico não é nenhum
pouco criticado, a qual dita padrões de consumo e tempo de exposição pública.
Qualquer coisa que vai contra a mídia ou alguma coisa excretado de um suposto
útero esquerdista, seja um histerismo sonoro, seja protestos que cultuam a
pancadaria ou a exibição da perereca no asfalto, não se pode mais ser
criticado. Logo, quem faz a crítica é logo beatificado com termos divinos:
"racista", "conservador", reacionário ou mesmo, na falta de
um adjetivo melhor, vai logo ser tachado de "filho de uma puta" mesmo.
Curiosamente, os Black Blocs
de plantão, lembrando o grupo de mascarados que nutrem como principio do prazer
o vandalismo gratuito contra o
patrimônio público e privado, fazem uma anexação adesista e simplista onde tudo
que supostamente leva o bordão de "cultura popular" (nenhuma gota de
tinta é dita sobre os empresários que lucram com a massificação idiotizante
sonora como é o exemplo do "funk de ostentação" ou coisas similares
desta natureza inaudível) é automaticamente sacralizada pela Santíssima
Trindade. Violência doméstica, assaltos à mão armada, narcotraficantes e
linchamentos são derivações à fórceps de “camadas populares” (como efeitos, e
não causas) e nem por isto devem ser endeusados ou glorificados como muitos
taxam de forma invasiva.
Se a direita possui uma gênese
nefasta que impede um mundo mais equilibrado e menos injusto, logo, igualmente nefasto
é o fascismo esquerdista que vem ao poucos contaminando e tomando espaço de um
pensamento de esquerda mais progressista que deveria ser menos histericamente
afetado, com mais sinapse e visão mais ampla de mundo.
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