" 'Claro que é São Paulo, capital das notas
de 100', canta MC Deleste dentro de um helicóptero cercado de mulheres, bebendo
champanhe em uma piscina e passeando nas avenidas da capital paulista com uma
BMW vermelha." (Folha de S. Paulo)
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O revolucionarismo é coisa de intelectual e de
românticos perdidos em passado quase distante. No mundo da realidade
pós-moderna, os esquemas estruturantes do capitalismo subliminar são os que
comandam corações e os poucos neurônios operantes dentre de um sistema de
massacre do indivíduo e ostentador do lado mais sombrio do narcisismo.
Como apoteose do pobre remediado que tem o
grande sonho de ser tornar um "burguês", o mesmo que se critica com
raiva nas bordas periféricas, mas que se transforma em uma inveja patológica de
muitos garotos e meninas da periferia. A mídia, a todo o momento, convida
avidamente seus bestializados consumidores de plantão: "ter é ser",
traduzindo de outra maneira, "eu só existo na medida em que
consumo".
No vazio oceânico de perspectiva do futuro
doutrinadas pelo neoliberalismo social e imersa no consumismo desenfreado, a
marginalidade e a contravenção se tornam elementos fundantes de uma ordem e
servem como ilusórios e imediatos trampolins que transfere da vida precária
para a ostentação da luxuria.
Como uma simbologia tipificada e um onírico
"estilo de vida", diante de um lastro de incertezas e a precariedade
da vida material, eis o ritmo pornochanchada sonora do "funk
ostentação", banalizando o descarte da vida e glamourizando o consumismo
neurótico como pedra filosofal, no lastro da atual psicopatologia da vida
cotidiana.
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