domingo, 16 de julho de 2017

Safatle: A face da pseudo-esquerda ilustrada acadêmica


Em artigo nesta sexta-feira, o professor Vladimir Safatle, ligado ao PSOL, mostrou, mais uma vez, todo o mau-caratismo que lhe é muito peculiar para agradar os leitores da FOLHA e esconder os fatos que ao menos deveriam ser expostos.

Ao usar sua coluna no jornalão paulistano o professor uspiano foi extremamente infeliz. Sob o pretexto da condenação arbitrária do juiz tucano midiático golpista do Sérgio Moro contra Lula, Safatle usou o fato para atacar ex-presidente e expor o grau de fanfarronice o qual o professor vem surfando desde que virou "pop-star gourmet" dos leitores da FOLHA.

Safatle é um acadêmico pseudo-esquerda ilustrado do Alto do Olimpo Uspiano que adora surfar na crista da onda do momento. O que é a modinha do momento, Safatle abraça para agradar os leitores da FOLHA: ora aplaudiu blaquibloquis, ora criticou-os, apoiou a Lava Jato e todo o cabedal reacionário do falso combate a corrupção dos cretinos da República de Curitiba, criticou o PT (pela simples crítica de ser PT ao debilóide estilo "coxinha") e, claro, a crítica de Lula pelo fato de ser Lula. Nada que agregue alguma crítica à farsa seletiva da Lava Jato, o show midiático e as sentenças que extrapolam qualquer Estado de Direito e a Carta Magna ou, em especial, o que representa o estado de exceção que engoliu o país.

Faz lembrar aqui o dia que Safatle usou o mesmo espaço na FOLHA, quando o PSOL-SP puxou o seu tapete quando o mesmo desejava concorrer ao governo de São Paulo, para soltar cobras, lagartos e desaforos contra o seu próprio partido. Logo, as velas de Safatle se movem ao sabor dos ventos e das circunstâncias midiáticas com verborragia que é típica do acadêmico de bancada e pouco está preocupado com a materialidade da História.

Em meio ao golpe de estado, a covardia e a canalhice de boa parte dos intelectuais são de fazer corar a todos os homens e mulheres que dignificaram e ajudaram a sociedade com a reflexão crítica e a postura firme contra as injustiças e mazelas do mundo. Quando elementos da intelectualidade acadêmica fazem praticamente o mesmo jogo do senso comum do sujeito do boteco da esquina, é sinal que algo está muito errado no quesito da racionalidade derivada dos espaços de reflexão.


Diante desta esteira, Safatle se posiciona como mais um sufista (dos muitos que embalam uma pseudo-esquerda ilustrada acadêmica) que tanto se encontra na academia: finge que é esquerda quando a onda é favorável, mas não passa de um reacionário enrustido que não demora muito para esconder a verdadeira face.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

PARA ALÉM DE LULA


Os ataques contra Lula representam o símbolo de uma nova era de retomada da ganância da burguesia nacional anti-nacionalista, escravocrata e colonizada. É a reação dos donos do poder com sua sede feroz pelo esquartejamento dos direitos trabalhistas e sociais em nome da escravização do trabalhador.
Não se aplica um ardiloso golpe de estado apenas por amores às práticas da "ética política”. Um golpe de estado é a virada de mesa, é o puro reacionarismo dos grupos que sempre defecaram em cima dos mais pobres e da democracia. A direita brasileira nunca foi democrática e seu viés "republicano" somente foi projetado quando seus interesses não foram prejudicados ou ameaçados.
As esquerdas e o campo mais progressistas sempre lutaram ao longo da História com suor e sangue por direitos e horizontes que, por outro lado, uma mídia podre a todo o momento procurou desconstruir o discurso do real. A projeção midiática da ideologia proto-fascista de um discurso depressivo e niilista de que nada neste mundo prestaria, toda a política seria exclusiva de uma “coisa de ladrão” e, portanto, todos deveriam olhar somente para o próprio rabo. A projeção dos aspectos individualistas, a maldição da ideologia neoliberal do empreendedorismo, a repulsa infanto-juvenil à política e a política do ódio a tudo aquilo que não seja em prol dos interesses dos patrões se torna beatificado como verdade absoluta pela constelação da grande mídia dominada histórica e  sistematicamente por seletas famílias. 
Lembrando que os protestos da onda conservadora fabricada midiaticamente em 2013 culminariam no endosso passivo pelas camadas médias da população diante da derrubada da presidenta Dilma em 2016 e demonização do seu Partido dos Trabalhadores (PT) e do ex-presidente Lula. Desta maneira, contra qualquer ilação da consciência de classe por parte dos trabalhadores, segue atacado sistematicamente pelo apelo midiático aos elementos narcísicos mais atávicos e primários e alinhavados pela retórica da “pureza política” no suposto combate à corrupção.
A centralidade do trabalho é concomitantemente aliada da centralidade da violência. Portanto, o par trabalho-violência é um binômio que constitui, alicerça e modela as sociedades capitalistas. No Brasil, a ênfase da violência, em todos os seus aspectos, é pressuposto central da domesticação e doutrinação das massas sufocadas e deixadas à reboque dos acontecimentos. Diante a ação persecutória à figura pessoal de Lula por parte dos setores golpistas do Judiciário, em particular, a operação midiática da Lava Jato e seu expoente “heroico”, o juiz Sergio Moro, é um fator emblemático. É desnecessário dizer que Lula não é santo, pois é homem de carne e osso. Nem Lula é santificado e tampouco os seus detratores. Lugar de santo é na bricolagem religiosa do oratório. Não existe nenhum paradigma que se possa dizer que para atuar na política é preciso angariar nível de “santidade”, como se o ser humano fosse possível ser casto e puro ao longo de toda a sua vida. Basta lembrar que a reivindicação irracional, assassina e eugênica do “puritanismo” na política foi da práxis dos setores da extrema-direita cujo ápice desenvolveu na Alemanha nazista dos anos 1930 e 1940. Todavia, não se trata da figura pessoal de Lula acossado covardemente por uma Justiça parcial e que destrata o estado de direito, mas o que ele representa para o campo das esquerdas no meio do lodaçal que afoga o golpeado Brasil.
A perseguição de Lula é o combate simbólico contra as esquerdas e tudo que representa o campo progressista. A luta de classes agora é escancarada e os setores privilegiados da burguesia brasileira, sempre atrelados aos interesses internacionais, não medem esforços para atacar todas as parcas conquistas dos trabalhadores dos últimos anos. O reflexo da natureza do golpe de 2016 se mostra cristalino no trator impiedoso do governo Temer diante das “reformas” previdenciária e trabalhista aliado a todo um cabedal dos mais bizarros retrocessos humanitários já vistos no país em num curtíssimo período histórico de apenas alguns meses. O depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro, nesta quarta-feira, 10 de maio, reafirmou que a única coisa de concreto em todo o circo midiático instalado na cidade de Curitiba é o caráter persecutório em torno da vida pessoal do ex-presidente e a obsessão de Moro em incriminá-lo sem provas cabais.
Não nos iludimos e nem tenhamos falsas esperanças! Não há nenhum horizonte que dê alguma garantia factível para a realização das eleições presidenciais em 2018 e, por sua vez, seriam as primeiras após o golpe 2016. Como acreditar no estabelecimento das normas democráticas em um país sob a imposição de um estado de exceção com turvo verniz de “normalidade jurídica” e tendo os principais golpistas no comando do Poder Judiciário, em especial, no Supremo Tribunal Federal (STF)? Nem tampouco que haja uma figura política que agregue as forças democráticas e as esquerdas sem a participação direta de Lula e o seu partido, o PT. A Constituição é apenas uma peça retórica o qual foi violentada e ignorada principalmente por aqueles que têm como tarefa constitucional de protegê-la de arbítrios e violações.
O que está em jogo é muito além da figura pessoal do ex-presidente Lula, mas as possibilidades da contra-ofensiva diante da hegemonia da burguesia golpista e escravocrata. Aceitar com indiferença, arrogância ou desprezo como mote egóico diante dos abusos coercitivos do estado de exceção imposto ao país é calar-se servilmente diante de qualquer possibilidade de mudança diante do quadro vigente, além de entregar a cabeça passivamente aos abutres. Quando o estado de direito é sufocado em nome da imposição de históricos grupos dominantes, é sinal que o país está a deriva diante da sua própria História e colocando em potencial risco o destino de todos os brasileiros que não compactuarem com as premissas impostas pelos atuais usurpadores nominais do poder.


segunda-feira, 1 de maio de 2017

NÃO COMPRE PRODUTO ORIGINÁRIO DE FURTO OU ROUBO; NÃO SEJA CÚMPLICE DO CRIME ORGANIZADO


Hoje, indo em direção ao Parque Carmo (zona leste de São Paulo) fui abordado por um motoqueiro para me assaltar. Trajado como se fosse um típico “moto-boy” com o moto com baú com capacete de forma que seria impossível identificar. Parou a moto ao meu lado na calcada e avançou em minha direção pedindo meu celular. Ao mostrar para ele o meu celular, modelo simples sem internet e nenhuma bugiganga adicional, simplesmente ele não quis levá-lo e foi embora. Certamente que o “ramo de atividade” do cavalheiro era o furto de smartphones. Logo depois, avisei ao serviço de policiais do parque, um dos policiais disse que nada poderia fazer, pois, segundo ele, era muito difícil coibir este tipo de assalto.

Roubos e furtos de celulares, concomitantemente, é uma das modalidades do crime que mais cresce em São Paulo. Os números impressionam: somente o Estado de São Paulo registrou 34.683 roubos e furtos de telefones celulares em fevereiro de 2017, representando um aumento de 16% na comparação com os 29.984 ocorrências dessa natureza contabilizadas em fevereiro de 2016, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

Existe um comércio milionário de produtos eletrônicos roubados o qual a população fomenta esta indústria da criminalidade. O desejo de status imposto pela ideologia capitalista transforma pessoas “comuns” em colaboradores potenciais do crime organizado. A ganância inata é amplificada pelo capitalismo, que alimenta o lado mais nefasto dos desejos humanos, e se constitui no motor da própria destruição do sujeito e, consequentemente, com implicações sociais. A suposta oferta supostamente tentadora por um produto roubando ou furtado que pode custar cerca de 10% do valor original contempla a motivação para as quadrilhas agirem em um lucrativo ramo sem ônus para que repassa e muito prejudicial para quem foi vítima do roubo ou furto (muitas vezes, com resultados trágicos!). Pouco adianta esbravejar contra políticos e reclamar da violência se o dito "cidadão de bem" é cúmplice ao comprar produtos de origem de furto.

É bom sempre lembrar o que diz o Código Penal Brasileiro (Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940) diz a este respeito:

“Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996). Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)”

sexta-feira, 24 de março de 2017

GREVE GERAL!: LUTAR NÃO É OPCIONAL, É OBRIGAÇÃO NA LUTA PELA EXISTÊNCIA!


As mudanças das condições sociais do Brasil são assustadoras diante de um atroz estado de exceção resultante de um golpe de estado. O que se projetava de pior após a derrubada da presidenta Dilma está se consolidando com velocidade espantosa carregando consigo o empobrecimento generalizado dos trabalhadores e miseráveis deste país.

É preciso que os trabalhadores entendam que a maior vítima deste golpe não foi a ex-presidenta Dilma ou o PT, mas são todos aqueles que vivem do trabalho assalariado e aqueles que padecem em busca de um sustento mínimo, ou seja, são eles, os próprios trabalhadores! É preciso deixar muito bem claro: está em curso uma guerra da nossa perversa elite política, econômica e midiática contra os mais vulneráveis e fracos deste país!

Os ataques contra a soberania e economia nacionais são campos de desarticulação e destruição promovidos pela conspiração golpista que tomou o poder. Destruição ampla e irrestrita do patrimônio público e empresas públicas com a entrega de todos os recursos minerais estratégicos para os capitalistas estrangeiros e empobrecimento das possibilidades econômicas.

Ataques viscerais contra direitos trabalhistas históricos adquiridos é o caminho que conspiração golpista usa estrategicamente para desarticular toda a estrutura mínima do frágil estado de bem estar da classe trabalhadora brasileira. Extinção da aposentadoria, terceirização do trabalho formal, precarização oficializada, destruição da CLT, ampliação massiva da jornada de trabalho, redução real e drástica dos salários, deixar nas mãos dos patrões as regras trabalhistas são elementos que deixarão, de fato, a vida do trabalhador à beira da escravidão. Lembrando ainda que os programas sociais vêm sofrendo também ataques e reduzindo recursos públicos para tais, como os programas de transferência de renda e desarticulando todo o sistema de educacional brasileiro.

A terceirização aprovada nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados libera para todas as atividades a precarização do emprego é na prática o extermínio da CLT e deixar que os direitos dos trabalhadores fiquem reféns das veleidades dos patrões. Desta forma, até mesmo os futuros concursos públicos estarão ameaçados já que a terceirização irá invadir a administração pública, fato que paulatinamente já está acontecendo. Na prática, a terceirização aprovada pelos deputados que atuaram no golpe pela via parlamentar, é aceitar que todas as irregularidades e abusos trabalhistas sejam considerados agora “legais” e sem o menor poder de defesa para os trabalhadores (incluindo, entre outras coisas, aumento na jornada de trabalho, redução de tempo de almoço, corte de férias e fim do descanso remunerado). É o retorno à escravidão sob o patamar do assalariamento como muitos trabalhadores pelo país já sentem na pele.

É preciso lutar e não aceitar o retorno oficial à humilhação da ultrajante senzala via a miséria do assalariamento sem nenhum direito trabalhista! A sociedade certamente ficará muito pior e muito mais empobrecida precarizando as condições mínimas de dignidade à vida humana.

A GREVE é historicamente o maior instrumento do trabalhador na luta por sua dignidade humana contra as perversas ações da usura desmedida do capital. Não há espaço para proselitismos pós-modernos que fazem apologia para ações intempestivas narcísicas a serviço do discurso capitalista, pois a luta coletiva é o espaço vital para os trabalhadores e a GREVE é o caminho da mobilização contra uma sociedade cuja democracia não existe mais, foi extirpada e cortada tal como o mandato da presidenta Dilma. Não é possível passivamente esperar que uma hipotética eleição para 2018 em um passe de mágica irá tudo mudar através de um desastroso atrelamento a um messianismo político, pois sequer sabemos se realmente teremos eleições é até lá é tempo demais para tantas desgraças contra os trabalhadores. Ademais, não existe mais legalidade jurídica no país que agora é assolado por atos arbitrários, desonestos e ultrajantes por parte de um sistema judiciário apodrecido que foi o principal fiador do golpe de estado de 2016. Até 2018 tudo é possível dentro de um estado de exceção é a História recente do país não deixa de nos dar exemplos nefastos.

Lutar não é opcional ou mais um verbo de encenação egóica, mas é DEVER de todo o trabalhador que tem consciência do seu papel social e de continuar a existir com mínima dignidade na sociedade. Se os sindicatos e centrais sindicais apáticos e acomodados não se mobilizarem para sua própria existência, eles mesmos não terão mais nenhum trabalhador para preencher suas entidades que ficarão às moscas, uma vez que os trabalhadores terceirizados não terão nenhuma possibilidade ou motivação para a sindicalização. Chega de burocratização, conformismo e subserviência patronal é preciso mobilizar e conscientizar os trabalhadores para mais um papel histórico contra a tirania dos agentes do terror em prol do capital!

BASTA DE ESCRAVIDÃO! É GREVE GERAL e todos os golpistas são TRAIDORES e INIMIGOS do povo brasileiro.

PELA REVOGAÇÃO DE TODOS OS ATOS DO DESGOVERNO GOLPISTA E CADEIA PARA OS INIMIGOS DO POVO!

segunda-feira, 20 de março de 2017

A carne é fraca e demente: combater abusos trabalhistas e sanitários é diferente de destruir todo um setor produtivo


Mais uma falsa polêmica para desviar o foco do golpe de estado e sua destruição nacional em foco: agora, é a vez da histeria da "carne podre". Devem-se combater todos os abusos trabalhistas e sanitários de qualquer natureza em qualquer espaço onde o capital oprime e degenera as relações de trabalho e consumo, todavia destruir todo um setor produtivo é insanidade e pouco estar atento as complexidades da economia e das dificuldades presentes para sairmos de nosso subdesenvolvimento.

Como desejar que o país saia da estagnação, produza alimentos dentro do país e não ficar refém das intempéries do comércio externo? Através de prosaicas hortaliças comunitárias para uma população de 200 milhões de habitantes? É surreal comentários sem reflexão de algumas "mídias alternativas" dizendo, em tom acusatório a falaciosa argumentação de quem seria contra os insanos e midiáticos agentes da Polícia Federal diante da falastrona "Operação Carne Fraca" estaria apoiando o latifúndio e abusos de leis trabalhistas! Haja reducionismo nesta retórica simplista!  Ao que parece, falta um mínimo de senso crítico que grassa em todos os polos políticos, da direita à esquerdas e os extremos de ambos no Brasil pré e pós golpe de estado! Deve estar em debate central que a quebra deste fundamental setor da economia brasileira traria muitas vantagens comerciais para exportadores internacionais (em particular, EUA e Europa) tendo em vista o grande mercado consumidor brasileiro e a potencial produção local.

Altamente competitivo no mercado internacional o qual o país é o atual líder deste segmento, somente para refrescar a memória, a cadeia produtiva do setor frigorífico tem diversas pequenas propriedades envolvidas que geram muitos postos de trabalho e sustento de pequenas e médias cidades pelo país. Precisamos é quebrar o monopólio das grandes empresas do setor e ampliar o sistema cooperativo de trabalhadores dentro dos diversos setores produtivos no Brasil. Construir sistemas integrados de cooperativas de trabalhadores é o passo mais importante para ampliar a geração de riquezas, produção de alimentos e distribuição direta de renda aos que mais precisam ser assistidos.

É preciso sair do romantismo amador e entender que se as esquerdas e seus extremos não conseguem compreender a dinâmica complexa do país, as disputas internacionais pelo monopólio de commodities e redistribuição de uma nova ordem mundial de trabalho/consumo, as ligações entre cadeias produtivas/trabalho é melhor ficarem no acomodado irrealismo do onanismo culturalista de centro de acadêmico com suas bandeiras infantilizadas narcísicas e caricaturais. A vida tem a carne muito mais fraca e os interesses dos abusos da dinâmica capitalista muito mais fortes.

quarta-feira, 15 de março de 2017

15 de Março: Greve sim, Burrice não!


A paralisação nacional dos trabalhadores contra o maldito destroçamento golpista da Previdência é fundamental para que os mesmos não paguem o "pato" pelas farras perversas dos empresários e desvios do fundo de suas futuras aposentadorias.

Todavia, para ter sucesso, é necessário estratégia e evitar erros crassos. Paralisar as vias de transportes que levam os trabalhadores às manifestações é um tosco e burro. Sem acesso ao transporte público, as manifestações serão esvaziadas ficando aquele típico cenário de meia dúzia de "gatos pingados" para fazer o delírio fascista de jornalistas canalhas como os amigos da minha ex-colega de IF-USP, Laura Ferreira, a ex-"garota do tempo" que "virou" apresentadora de noticiários televisivos da BAND. Por sinal, ela nunca perdeu a pose de reacionária e antipática desde os tempos de graduação.

A questão é, por que os sindicatos de trabalhadores de transportes públicos, ônibus e metro, não liberam as catracas? Particularmente o Metro de São Paulo, vital para irrigar a mobilização do fluxo de pessoas na imensa cidade paulistana? Oras, se para usar a população como massa de manobra para derrubar Dilma foi com catracas livres em pelo domingo, por que não liberar como forma muito mais eficiente de protesto e que dá maior possibilidade dos trabalhadores chegarem às manifestações previstas na cidade?

Lembrar que cidades como São Paulo, com distâncias quilométricas, ou seja, não são românticos vilarejos de algumas cenas bucólicas européias, precisam fundamentalmente de vias de acesso de mobilização feitos pelos transportes públicos. É preciso contextualizar e ter táticas de luta na vida prática e realística. Caso contrário, as manifestações legítimas e fundamentais para os trabalhadores, além de se serem minadas, serão usadas, para variar, pela mídia fascista e golpista, contra os próprios trabalhadores.

No Brasil do golpe, parece que a burrice, a letargia e a covardia dos sindicatos e partidos de esquerda são os elementos básicos que fazem deste país o celeiro fulcral do estado de exceção exemplar para todo o restante da América Latina.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Momento mundo-cão: assalto da saidinha de banco


Muito cuidado nas saídas de bancos e caixas-eletrônicos devido aos constantes assaltos da pequena parcela da delinquência da juventude-ostentação que adora ostentar bens materiais com o dinheiro alheiro. Nada mais fascinante para um otário-pobre do que e imaginar sendo um otário-rico e, cada vez mais raro é o assalto por motivos famélicos para este tipo de modalidade do crime. O resto é mais uma sinfonia desafinada do discurso da inesgotável violência cotidiana brasileira.
Uma amiga foi assaltada ontem na saída de um banco na região da Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Ela sacou dinheiro do caixa eletrônico de uma agência do Bradesco. Ao sair do recinto, por volta das 16 horas (ou seja, em pleno entardecer do horário de verão!) e foi abordada por dois jovens que levaram dinheiro e o celular dela. Ou seja, é o típico assalto da "saidinha de banco".
O capitalismo a todo o momento invoca o desejo da perversão consumista e cria na mente do pobre-diabo sem um tostão furado no bolso a ideia fascinante de que a tal "vida loka", referenciada pelos medíocres ícones-pops do lumpemproletariado, é a saída para sua situação de desejo burguês. Como disse certa vez um dos meus ociosos alunos-turistas do ensino médio da escola pública do Estado: "melhor viver pouco e bem do que viver muito e fudido". Seria ele mais um filósofo" da marginalidade tão cultuado pelo culturalistas burgueses de plantão? Naturalmente, o que um professor trabalha ao longo de meses em sala de aula com seu aluno (na educação pública básica, nos limites da precarização) é destruído em segundos pelo sensacionalismo consumista exibido à exaustão em todas as mídia possíveis. A questão é complexa e vai além dos limites destas poucas linhas aqui.
De fato, o que temos é uma sociedade que aceita o ilícito como virtude e faz apologia ao consumismo patológico. Para quem dispõem de recursos financeiros, poderá consumir até se enfartar em qualquer quitanda de esquina. Para quem não tem tais recursos, tem duas opções de prontidão: escraviza-se no trabalho para se tornar um escravo do consumismo ou, simplesmente, optar pela "vida loka". Tal como enxugar gelo no deserto, o resultado não acaba bem para o primeiro caso e, pior ainda, para o segundo. Socialmente, a tragédia cotidiana é registrada os inúmeros assaltos, violências e assassinatos dentro ou fora das estatísticas oficiais.
A barbárie cotidiana se transformou em elemento intrínseco da miséria humana cotidiana e na banalização da perversão e violência como extrato normativo das relações da servidão para o capital.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Drogas, tráfico e violência: para sair do lugar-comum


Combater o narcotráfico é construir uma nova política antidrogas que libere usos, dite normas de convívio e que o cidadão hedonista assuma responsabilidades por seus atos. Tratar máfias criminosas interestaduais e até internacionais como "criminosos comuns" é um erro. Os elos de ligação entre estes grupos são mais sofisticados e vão desde a corrupção de agentes policiais à juízes e com penetração em todos os estamentos sociais, inclusive nos intestinos política e dos supostos "representantes do povo".

Confiná-los juntos como se fossem clubes do bolinha do crime é fazer a lição dos governos tucanos em São Paulo: permitir a formação do PCC debaixo do nariz do poder público. É preciso cessar o piegas romantismo carcerário acadêmico que não ajuda em absolutamente em nada e tampouco fazer com que a direita adora tratar: fingir que nada ocorre e "que se matem"! Uma guerra contra as drogas é uma batalha perdida por si mesma. É como enxugar gelo dentro na Antártida! Logo, é preciso "domesticar" a situação e enfrentá-la com menos retórica, paternalismo, moralismo e populismo barato.

É preciso reestruturar o sistema penal com penas mais flexíveis, curtas e eficientes do que a ilusão de longas penalidades para crimes que não envolvam homicídios/latrocínio. Ademais, é preciso flexibilizar a política antidrogas e regulamentar a questão de algumas drogas, no caso mais exemplar, a cannabis. Sabemos que a classe média é responsável direta pelo consumo de drogas e seus derivados e cabe a ela também ser responsável por parte do financiamento indireto da violência. A guerra do tráfico é para colocar na boca, nas narinas e mentes desta população todo sortilégio de porcarias alucinógenas. Todavia o custo em vidas pela proibição destes produtos é muito maior do que a regulamentação desde derivados, aliás, existem os lixos alucinógenos legais como cigarros, álcool e fármacos que trazem altíssimos custos sociais.

É preciso também ser menos moralista e complacente, encarar que uma parcela da sociedade quer se dopar legalmente e que cada um dos cidadãos precisa sair do berço da infância marmanja e assumir suas responsabilidades civis e penais quando fizer uso de tais substâncias e normas para utilização destas substâncias.

Uma nova política antidrogas deve requerer do Estado maior controle da venda de alucinógenos e responsabilidade civil e criminal dos seus usuários. Quanto às drogas, não existem soluções mágicas, mas é preciso diminuir drasticamente o comércio ilegal de tais substâncias. Não vale a pena fingir que se preservam as narinas irrequietas de um playboy em troca de um banho de sangue cotidiano diante da disputa para servir este “cliente” hedonista.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Uma nova esquerda é caminhar por outros caminhos sem o temor dos velhos vícios


O melhor mecanismo para trabalhar um novo mundo é superar a tragédia política da atualidade. Nada que uma boa guilhotina não seja capaz de operar grandes limpezas diante da atual junta golpista e toda a sua camarilha de sustentação cujo objetivo é apenas pilhar as riquezas nacionais e, concomitantemente, deteriorar ainda mais as condições de vida dos trabalhadores e miseráveis deste Brasil. Ser intolerante com a intolerância facínora da burguesia e dos processos de destruição do ser humano.
A luta de classes nunca esteve tão viva na história recente do país. Ignorá-la, ocultá-la ou negá-la é o caminho ideológico daqueles que vivem à parasitar as entranhas do poder e submeter o Brasil à uma republiqueta de quinta categoria.
As esquerdas, se assim desejam ser alternativas políticas viáveis dentro do universo de perversão da direita e seus extremos, será preciso acordar para o mundo que eclodiu da forma mais bruta e impiedosa. Na verdade, a direita, como jargão abrangente da classe dominante, nunca deixou o poder, apenas se metamorfoseou-se de formas mais palatáveis do ponto de vista meramente eleitoreiro dentro das democracias de fachada sob os exotismos peculiares do estado de exceção.
A conciliação de uma esquerda supostamente "progressista" com o neoliberalismo serviu apenas como torniquete para estancar uma sangria de forma muito precária e, como se observou, completamente inútil. Já o culturalismo, além de negar a História e o conhecimento como processo de demanda fundamental do sujeito crítico, é uma prática que vem se avolumando e que opera em favor de um ego frágil do sujeito e dos planos da direita de diluição da luta de classes.
Acordar do estado letárgico e masturbatório é dever dos grupos que buscam muito além do poder pela esquerda e anti-capitalista, mas a busca de construção de um novo cenário civilizatório.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A cultura do esgoto de braços abertos para o fascismo à brasileira


Impressiona o monstrengo gosto sonoro que graça na cultura sonora de coliformes fecais da atualidade. Parece que a atual produção musical é para irritar sistematicamente o ouvinte alheio e produzir uma horda de sujeitos completamente estúpidos, agressivos e reacionários.
Três ritmos boiam sobre à superfície de penico cultural presente, assim temos o destaque:
a.) a escrotice do forrós pasteurizados grotescos monotemáticos que fariam Luiz Gonzaga, o rei do gênero, contorcer em seu túmulo e, em geral, são de origem do nordeste brasileiro;
 b.) o analfabetismo funcional de funk de delírio hiperconsumista, pseudo-hipererotismo masturbatório infanto-juvenil ou apologia ao tráfico de drogas autóctone (onde o mérito é mostrar como qualquer um com diarreia generalizada poderá produzir algo, até mesmo um círculo na areia!). O destaque fica para as favelas do Rio de Janeiro e regiões pobres da macrorregião expandida da cidade de São Paulo;
c.) Os filhotes da burguesia rural das regiões mais abastadas como o interior paulista ou meio-oeste brasileiro com esteroides anabolizantes que cacarejam onomatopéias do “sertanejo universitário”, mais poderia ser dito como sendo breganojo pré-primário, a "nova geração" cujo tripé temático se limita mulher (ela é sempre um objeto sexual descartável), cachaça (apologia ao alcoolismo) e balada (suprassumo do hedonismo pequeno-burguês).
Para todos três ritmos, por exemplo, o amor é desprezado ou ridiculizado como item de "idiotas" e sempre existe uma “traição” (ou quando é o caso do funk, o "traidor" merece a morte!), a apelação taxativa e pedante da sexualidade juvenil se tornam um totem e o hiperconsumismo é a regra máxima de sobrevivência onde todos devem destruir a todos!
A cultura sensível, crítica/engajada ou qualquer forma minimamente sofisticada de humanidade, musicalidade ou solidariedade são jogadas no ralo. Assim, como estes três gêneros destacados, temos o atual quadro de "produções sonoras" que completa imbecilização do ouvinte, onde a estupidez sonora é o carro-chefe e mostra o quanto a cultura brasileira vive em um esgoto putrefato que apenas serve para que um idiota qualquer estilo "corno manso" que tem problemas de disfunção erétil e utiliza um carro-fálico com volume a todo vapor para “encher o saco” de toda a vizinhança.
Os "pancadões", como exemplo máximo da cultura do esgoto, é o suprassumo de uma desorientada juventude narcísica que vem sendo gestada na sociedade de desemprego estrutural e que deseja voltar aos tempos da escravidão mediante atos inconstitucionais do atual governo golpista. Lembrar o nível crescente da geração “nem-nem”, ou seja, jovens que não estuda e nem trabalha na sociedade atual. Não é à toa o surgimento do que busca se chamar de "pobres de direita" e que são fascinados pelo consumismo daqueles que mais os exploram. As eleições de 2016 mostraram a força da ignorância política que esmaga qualquer tentativa de consciência de classe.
Como entender o surgimento do tal “pobre de direita”? Para um pobre pensar que é rico e votar em ricos é a sublimação do sujeito culturalmente espoliado por uma construção massiva de imbecilidades produzida por uma perversa indústria cultural. Se somos um país surtado diante de um golpe de estado impondo sobretudo um estado de exceção, o lixo cultural que presenciamos é um reflexo direto que os anos dos governos petistas de Lula e Dilma se preocuparam apenas em produzir medíocres pobres reacionários egóicos e consumistas que agora estão de abraços abertos para as ilações variantes do fascismo à brasileira. O próprio PT, com uma política sem fundação no desenvolvimento cultural, ajudou involuntariamente a produzir o grosso da massa reacionária que foi parida em 2013 e culminaria na onda conservadora proto-fascista de 2016, o ano do golpe que derrubou a presidenta Dilma.
A falta de consciência de classe é a forma mais dilacerante de escravidão do trabalhador, seja pela cultura, seja pelos fatores de produção à serviço da vilania do capital. Ademais, vale ressaltar que até mesmo a esquerda culturalista de ostentação aos elementos narcísicos da personalidade, não-marxista, despreza o conhecimento e sem noção alguma de construção histórica e consciência de classe fazem apologia à todos estes ritmos destacados, em particular, o grotesco funk infanto-juvenil de apologia ao tráfico de drogas e das facções criminosas, a violência explícita e a exploração sexual juvenil, ou seja, um trágico resumo do chorume cultural parido pelo que tem de pior da cultura da mediocridade brasileira. A mesma parcela de uma esquerda que infantil e insanamente acredita que perversos traficantes de drogas que impõe a violência e o medo na sociedade local por onde se instalam seriam uma espécie de “revolucionários” dentro das favelas. Nada mais distante da realidade e da mínima falta de reflexão crítica!
Ser tolerante e benevolente para a ignorância, a estupidez e a barbárie é fazer o jogo perverso das elites escravocratas da atualidade que dominam todo o cenário de domesticação dos sujeitos.


TRUMP NÃO FOI UM (NOVO) ACIDENTE DA HISTÓRIA. FOI UMA ESCOLHA!

  Quase todas as tentativas de explicação que surgem do campo de uma Esquerda, magnetizada pelo identitarismo, é de uma infantilidade atroz,...