Impressiona o monstrengo gosto sonoro que graça na
cultura sonora de coliformes fecais da atualidade. Parece que a atual produção
musical é para irritar sistematicamente o ouvinte alheio e produzir uma horda
de sujeitos completamente estúpidos, agressivos e reacionários.
Três ritmos boiam sobre à superfície de penico cultural presente,
assim temos o destaque:
a.) a escrotice do forrós pasteurizados grotescos
monotemáticos que fariam Luiz Gonzaga, o rei do gênero, contorcer em seu túmulo
e, em geral, são de origem do nordeste brasileiro;
b.) o
analfabetismo funcional de funk de delírio hiperconsumista,
pseudo-hipererotismo masturbatório infanto-juvenil ou apologia ao tráfico de
drogas autóctone (onde o mérito é mostrar como qualquer um com diarreia
generalizada poderá produzir algo, até mesmo um círculo na areia!). O destaque
fica para as favelas do Rio de Janeiro e regiões pobres da macrorregião
expandida da cidade de São Paulo;
c.) Os filhotes da burguesia rural das regiões mais
abastadas como o interior paulista ou meio-oeste brasileiro com esteroides anabolizantes que cacarejam
onomatopéias do “sertanejo universitário”, mais poderia ser dito como sendo
breganojo pré-primário, a "nova geração" cujo tripé temático se
limita mulher (ela é sempre um objeto sexual descartável), cachaça (apologia ao
alcoolismo) e balada (suprassumo do hedonismo pequeno-burguês).
Para todos três ritmos, por exemplo, o amor é desprezado
ou ridiculizado como item de "idiotas" e sempre existe uma “traição”
(ou quando é o caso do funk, o "traidor" merece a morte!), a apelação
taxativa e pedante da sexualidade juvenil se tornam um totem e o hiperconsumismo
é a regra máxima de sobrevivência onde todos devem destruir a todos!
A cultura sensível, crítica/engajada ou qualquer forma
minimamente sofisticada de humanidade, musicalidade ou solidariedade são jogadas
no ralo. Assim, como estes três gêneros destacados, temos o atual quadro de
"produções sonoras" que completa imbecilização do ouvinte, onde a
estupidez sonora é o carro-chefe e mostra o quanto a cultura brasileira vive em
um esgoto putrefato que apenas serve para que um idiota qualquer estilo
"corno manso" que tem problemas de disfunção erétil e utiliza um
carro-fálico com volume a todo vapor para “encher o saco” de toda a vizinhança.
Os "pancadões", como exemplo máximo da cultura do
esgoto, é o suprassumo de uma desorientada juventude narcísica que vem sendo
gestada na sociedade de desemprego estrutural e que deseja voltar aos tempos da
escravidão mediante atos inconstitucionais do atual governo golpista. Lembrar o
nível crescente da geração “nem-nem”, ou seja, jovens que não estuda e nem
trabalha na sociedade atual. Não é à toa o surgimento do que busca se chamar de
"pobres de direita" e que são fascinados pelo consumismo daqueles que
mais os exploram. As eleições de 2016 mostraram a força da ignorância política
que esmaga qualquer tentativa de consciência de classe.
Como entender o surgimento do tal “pobre de direita”? Para um pobre
pensar que é rico e votar em ricos é a sublimação do sujeito culturalmente
espoliado por uma construção massiva de imbecilidades produzida por uma
perversa indústria cultural. Se somos um país surtado diante de um golpe de
estado impondo sobretudo um estado de exceção, o lixo cultural que presenciamos
é um reflexo direto que os anos dos governos petistas de Lula e Dilma se
preocuparam apenas em produzir medíocres pobres reacionários egóicos e
consumistas que agora estão de abraços abertos para as ilações variantes do
fascismo à brasileira. O próprio PT, com uma política sem fundação no
desenvolvimento cultural, ajudou involuntariamente a produzir o grosso da massa
reacionária que foi parida em 2013 e culminaria na onda conservadora
proto-fascista de 2016, o ano do golpe que derrubou a presidenta Dilma.
A falta de consciência de classe é a forma mais dilacerante de
escravidão do trabalhador, seja pela cultura, seja pelos fatores de produção à
serviço da vilania do capital. Ademais, vale ressaltar que até mesmo a esquerda
culturalista de ostentação aos elementos narcísicos da personalidade,
não-marxista, despreza o conhecimento e sem noção alguma de construção histórica
e consciência de classe fazem apologia à todos estes ritmos destacados, em
particular, o grotesco funk infanto-juvenil de apologia ao tráfico de drogas e
das facções criminosas, a violência explícita e a exploração sexual juvenil, ou
seja, um trágico resumo do chorume cultural parido pelo que tem de pior da
cultura da mediocridade brasileira. A mesma parcela de uma esquerda que
infantil e insanamente acredita que perversos traficantes de drogas que impõe a
violência e o medo na sociedade local por onde se instalam seriam uma espécie
de “revolucionários” dentro das favelas. Nada mais distante da realidade e da
mínima falta de reflexão crítica!
Ser tolerante e benevolente para a ignorância, a
estupidez e a barbárie é fazer o jogo perverso das elites escravocratas da
atualidade que dominam todo o cenário de domesticação dos sujeitos.
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