segunda-feira, 20 de março de 2017

A carne é fraca e demente: combater abusos trabalhistas e sanitários é diferente de destruir todo um setor produtivo


Mais uma falsa polêmica para desviar o foco do golpe de estado e sua destruição nacional em foco: agora, é a vez da histeria da "carne podre". Devem-se combater todos os abusos trabalhistas e sanitários de qualquer natureza em qualquer espaço onde o capital oprime e degenera as relações de trabalho e consumo, todavia destruir todo um setor produtivo é insanidade e pouco estar atento as complexidades da economia e das dificuldades presentes para sairmos de nosso subdesenvolvimento.

Como desejar que o país saia da estagnação, produza alimentos dentro do país e não ficar refém das intempéries do comércio externo? Através de prosaicas hortaliças comunitárias para uma população de 200 milhões de habitantes? É surreal comentários sem reflexão de algumas "mídias alternativas" dizendo, em tom acusatório a falaciosa argumentação de quem seria contra os insanos e midiáticos agentes da Polícia Federal diante da falastrona "Operação Carne Fraca" estaria apoiando o latifúndio e abusos de leis trabalhistas! Haja reducionismo nesta retórica simplista!  Ao que parece, falta um mínimo de senso crítico que grassa em todos os polos políticos, da direita à esquerdas e os extremos de ambos no Brasil pré e pós golpe de estado! Deve estar em debate central que a quebra deste fundamental setor da economia brasileira traria muitas vantagens comerciais para exportadores internacionais (em particular, EUA e Europa) tendo em vista o grande mercado consumidor brasileiro e a potencial produção local.

Altamente competitivo no mercado internacional o qual o país é o atual líder deste segmento, somente para refrescar a memória, a cadeia produtiva do setor frigorífico tem diversas pequenas propriedades envolvidas que geram muitos postos de trabalho e sustento de pequenas e médias cidades pelo país. Precisamos é quebrar o monopólio das grandes empresas do setor e ampliar o sistema cooperativo de trabalhadores dentro dos diversos setores produtivos no Brasil. Construir sistemas integrados de cooperativas de trabalhadores é o passo mais importante para ampliar a geração de riquezas, produção de alimentos e distribuição direta de renda aos que mais precisam ser assistidos.

É preciso sair do romantismo amador e entender que se as esquerdas e seus extremos não conseguem compreender a dinâmica complexa do país, as disputas internacionais pelo monopólio de commodities e redistribuição de uma nova ordem mundial de trabalho/consumo, as ligações entre cadeias produtivas/trabalho é melhor ficarem no acomodado irrealismo do onanismo culturalista de centro de acadêmico com suas bandeiras infantilizadas narcísicas e caricaturais. A vida tem a carne muito mais fraca e os interesses dos abusos da dinâmica capitalista muito mais fortes.

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