Bolsonaro é uma farsa completa
parida por uma conjectura golpista que foi escancarada desde 2013.
A própria incompetência
política misturado com uma ingenuidade poliana e soberba do PT permitiram bem
debaixo do próprio nariz que uma quadrilha instalada no Ministério Público e
setores da Polícia Federal arquitetassem com juízes da extrema-direita oportunista
um teatro chamado "Lava Jato". A partir daí, fortaleceu a pandemia de
fanatismo midiático que jorraria na sociedade a celeuma paranóica de que o
maior problema do país seria a tal "roubalheira do PT".
Acuado e sem reação, diante de
toda a grande mídia disparando sensacionalismo falseado intenso e covardemente,
o PT foi incapaz de construir um discurso de defesa de si e da gestão dos
governos petistas.
O resultado trágico foi o
golpe de 2016, a imposição do estado de exceção alavancado pela cúpula do judiciário
e com ele todo o sortilégio de retrocessos econômicos e sociais. Deve-se lembrar
de que desde o primeiro ano de Lula, o seu governo buscou melhorar com todas as
dificuldades possíveis. Reitera-se que o período petista não foi nenhum paraíso
terreno de Pindorama, mas foi o cenário mais favorável possível das últimas
décadas. Para qualquer dúvida flertada pelo senso comum de uma criança na fase
oral freudiana, basta analisar as estatísticas e reportagens responsáveis do
período.
A retomada do controle do
Estado de forma absoluta e sem concessões de classe, por parte da burguesia se
deu com a derrubada de Dilma Rousseff com um golpe de estado disfarçado de
"impeachment" e entregue as rédeas no instável e desastroso
governo-tampão de do vice de Dilma, Michel Temer. A partir daí, oficialmente,
foi o início do contra-reformismo anti-petista e a instalação da agenda
ultraliberal que se estendeu até a tumultuada eleição fraudulenta do ser mais
abjeto da política nacional, o bufão da política do baixo clero, Jair
Bolsonaro. Lembrar ainda que a farsa representada pela prisão de Lula, que
liderava todas as pesquisas de opiniões colocou meteoricamente Bolsonaro na
liderança e vitória, particularmente a encenação de outra farsa: a facada de
Juiz de Fora.
Em quaisquer circunstâncias
normais, uma figura tão tosca e caricatural como Bolsonaro dificilmente seria
eleita para qualquer cargo majoritário. Todavia, a burguesia que nunca teve
apreço pela questão nacional, diante da fragilidade das candidaturas
neoliberais conhecidas, apostava naquele que poderia trazer o caos e, com o
caos, as desculpas esfarrapadas para aprovar uma monstruosa agenda ultraliberal
de desertificação de qualquer projeto de país em nome de lucros voláteis e
imediatistas.
Imerso em um caldo catastrófico
de um obscuro "medievalismo" inédito no Brasil, Bolsonaro se tornou a
voz bizarra e delirante de uma pequena e histriônica parcela da sociedade
brasileira cada vez mais fanatizada por mafiosos evangélicos e que se assume
escancaradamente perversa.
Diante do caos, os partidos de
esquerda se perderam como instrumentos de oposição à extrema-direita de
alucinação bolsonarista. Com discursos narcísicos, fetichistas, neoliberais,
anti-intelectuais e, até mesmo, anti-marxista, parte significativa das esquerdas,
em particular, a culturalista-identitária, viraram uma caricatura
incompreensível para os trabalhadores e, estes, por sinal, se encontraram órfãos
e "traídos pelo PT" diante da narrativa midiática do ódio
anti-petista.
Salienta-se que toda orfandade
política é sempre capturada por um discurso extremista, daí a projeção
midiática de Bolsonaro que de um completo boçal deputado federal foi
catapultado meteoricamente para o Planalto.
Nesta última terça-feira, 24 de setembro de 2019,
todos os temores do desastre do discurso de Bolsonaro na abertura da Assembleia
Geral da ONU foi confirmado: não há registro na história do Brasil de um
presidente tão desqualificado quanto o do representante das milícias
fluminenses na Câmara dos Deputados lançado como chefe do Estado brasileiro.
O pesadelo bolsonarista
brasileiro precisa ter um fim para minimizar a angústia geral da nação.
Bolsonaro tem que ser barrado agora, imediatamente, para que o país se livre de
um delirante estorvo desastroso e, ao mesmo tempo, seja possível minimizar a
humilhação histórica que o Brasil vem sofrendo pelo planeta desde a posse dele.