O programa da destruição massiva de todos os direitos
trabalhistas do desgoverno miliciano de Jair Bolsonaro é o suprassumo da perversão
dos patrões em busca da mais-valia absoluta. Em outras palavras, o trabalho
formal deverá oficialmente ser transmutado analogamente ao trabalho escravo
legalizado. Trocando em miúdos, será o trabalho ofertado aos trabalhadores que
será destituído de quaisquer garantias, direitos ou normas trabalhistas, tais
como FGTS, PIS/PASEP, décimo terceiro salário, férias e licenças conquistadas
com severa luta e enfrentamento dos trabalhadores contra as mazelas dos patrões
na história das batalhas sociais no Brasil. Um macabro retrocesso singular no
mundo civilizado que se situa no século XXI. Todo o frágil casebre de direitos
mínimos trabalhistas se colocou ainda mais em risco desde golpe de Estado de
2016 e se aprofundará no desgoverno de Bolsonaro.
Não foi por acaso que o patrono direta ou indiretamente
apoiou de forma intensiva a farsante campanha eleitoral do Bolsonaro nas
eleições de outubro de 2018. Assim que foi percebido que a candidatura do tucano
ex-governador Geraldo Alckmin não decolava, Bolsonaro foi coroado para conduzir
o visceral desejo escravocrata da burguesia e da sua faceta lacaia e
mimetizada, a pequena-burguesia. Por sinal, a parcela da pequena-burguesia proprietária
de pequenos estabelecimentos sempre foi fadada a ser achar "dona do poder"
e tem como mote a desconsideração com os trabalhadores tão análoga quanto à
burguesia. Este fenômeno é mais uma das alucinações históricas do disforme
desenvolvimento social brasileiro.
Após o farsesco teatro da “fakeda", Bolsonaro, um
fascista medíocre que até então era um ilustre desconhecido nacionalmente e atuou
por quase três décadas de insignificância absoluta na condição de deputado federal ligado às milícias do Rio de
Janeiro, foi atirado no centro do debate midiático como uma espécie tresloucada
de super-herói contra a capacidade política de regeneração do PT.
É importante esclarecer que não foram às bizarras escrotices
circenses de Bolsonaro que fizeram migrar o apoio dos senhores de engenho
brasileiros outrora enamorados pelo velho ninho tucano para um Jeca Tatu com
arroubos de milico da caserna sem nenhum parafuso na cabeça. O novo “flerte”
empresarial se deu devido a garantia assegurada da cúpula miliciana de
Bolsonaro para que o então “Posto Ipiranga da Economia Bolsonarista” fosse o
futuro ministro da Economia e dono totalitário do curral econômico do então
futuro desgoverno, o estelionatário e dublê de bicheiro, Paulo Guedes. Como uma
figura caricatural tal como seu padrinho político, Guedes é mais um economista-jagunço
liberalóide formado com uma cabeça abobalhada e acha que tudo que é estatal é como
doença ruim e só a imaculada iniciativa privada é a força motriz de uma
economia baseada em transferência de recursos do setor público para os
oportunistas de plantão do mercado.
Com um discurso
escroto, selvagem, violento e destituído de qualquer racionalidade objetiva,
Bolsonaro se consolidou como o "salvador" de um Brasil chafurdado na
imbecilidade coletiva e marejado pela onda de lama psicótica promovida pela
grande mídia comprometida com o golpe de Estado de 2016.
Agora, com a posse de um insignificante presidente que não
sabe absolutamente nada de concreto na vida, vem à pesada fatura do apoio
empresarial na conta do Bolsonaro e seus milicianos colaboradores do crime
organizado lícito e ilícito: a missão de passar o rolo compressor da reforma
previdenciária e da (nova) reforma trabalhista diante um Congresso Nacional que
recebeu uma legislatura (2019-2022) mais nefasta do que a anterior. Por sinal, a
mesma que foi uma das protagonistas do golpe de Estado e contribuiu
decisivamente para conduzir o país aos maiores níveis de desemprego da história.
Entender quais os reais motores do desgoverno Bolsonaro é
fundamental para o trabalhador não ser, mais uma vez, enganado com o discurso
canalha que vem sendo ventilado na grande mídia patrocinada pelo poder do
capital patronal. A batalha contra estes monstros da desertificação dos
direitos dos trabalhadores passará pela intensa capacidade de consciência de
classe e organização coletiva por parte dos trabalhadores que semearão
esperança na luta ou, caso não acordarem em tempo hábil, reduzirá às chibatadas
o destino do Brasil como uma sociedade minimamente civilizada.
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