sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Tchau, Palocci!


Na noite desta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal optou pela rejeição da denúncia contra Antônio Palocci das acusações referentes à quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. A idéia era mostrar que o caseiro foi pago para acusá-lo.


Relembrando. Na época Palocci era Ministro da Fazenda de Lula e acusado de integrar um esquema de corrupção, angelical herança da sua gestão à frente da prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Francenildo ficou conhecido nacionalmente quando afirmou ter visto Palocci freqüentar a mansão onde trabalhava como caseiro em Brasília. O ex-Ministro (é claro!) negou e continua a negar. No disse-que-me-disse, a defesa é um direito dele, ótimo! E daí?


A mansão foi alugada por ex-assessores de Palocci para realizar reuniões noturnas e sigilosas onde se conversavam de tudo: mulheres, família, futebol, e especialmente lobby e negociatas (leia-se, corrupção). Ah! Claro, sempre confraternizadas com drinques e prostitutas. Estas coisas bem mais típicas de gângsteres do que ministro de Estado. Talvez uma necessária verossimilhança com a obra clássica de Mario Puzo.


Antônio Palocci representou o neopetismo. O pragmatismo tucano dentro do PT à frente da prefeitura de Ribeirão Preto (SP) e depois exportado para o restante da sigla. Palocci foi o “moderno”, a vanguarda na crista neoliberal que deveria repercutir dentro do PT. Ganhou fôlego político após o abrupto assassinato ainda não esclarecido de Celso Daniel, então prefeito de Santo André.


Encabeçou a campanha vitoriosa do primeiro mandato de Lula, em 2002. Em troca de tanto empenho, ganhou o posto de Ministro da Fazenda e ergueu a batuta da manutenção do Plano Real que tanto agradou os mercados financeiros, além de capitalistas nacionais e estrangeiros. O luzir esmoreceu da estrela do PT, e o barco da esperança naufragou guiado pelo pragmatismo político dos neopetistas tucanos. Na ocasião, Palocci e o timoneiro, ex-Ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu, eram comandantes do novo jeitinho atucanado do PT de governar o Brasil. Para alguns, nenhuma surpresa. Para muitos outros, a frustração. Haja Prozac!


Agora, livre das acusações que pesavam sobre seus ombros, Palocci votará aos rumos da política eleitoral, sempre lembrado para ser o substituto de Dilma-2010, caso a alquimia de Lula movido à botox não emplacar nas pesquisas eleitorais.


Vale a pena lembrar. Palocci representa tão somente a mesmice calhorda que tanto vigora na carcomida política brasileira. O conchavo e a maracutaia atrelado ao destilar de jogatinas, propinas e reuniões noturnas embriagadas com odores das calcinhas de prostitutas e uísque de boa qualidade. Risos histriônicos, gemidos de garotas e lucros compulsivos.


É para não dizer que aqui é palco de injustiças, ressalva-se: Palocci é apenas mais um político, como tantos por aí. Nem melhor, nem pior, simplesmente igual. Uma infeliz replicação clonada de DNA dos bolores putrefatos da política. Todavia, para a história do PT e para o resgate de um novo Brasil, certamente é imprescindível coisa bem melhor. Portanto, faça um grande favor para si mesmo e para o povo brasileiro: Palocci vá para casa! Tchau!

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