quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Bravo, Suplicy!


Fim de um governo é assim: é melhor parar e continuar estagnado tudo com está até ver no que vai dar o próximo governo. Com a antecipação da corrida rumo ao Planalto-2010, a atual legislatura acabou! O Senado Federal da República do Maranhão é o mais belo exemplo de estagnação e comodismo. Sujeira? Para quê servem os tapetes?


Não bastou a indignação do Senador Eduardo Suplicy (PT-SP) com seu “cartão vermelho” em riste para o colega parlamentar, José Sarney. Todos do feudo emitiram suas gargalhadas diante do gesto insólito do petista. Bravo, Suplicy!


Sarney não é um homem que renuncia aos nacos do poder. Logo, é inútil qualquer tipo de cartão para o senhor feudal tão enraizado na política brasileira. A suposta “oposição” PSDB/DEM, com seu fanfarrão senador do demo, Heráclito Fortes, representante da potência piauiense, desdenhou de Suplicy.


Paradoxo? Senadores da “oposição” acusam Lula pelas esculhambações do Senado. Oras, segundo a fé em Teoria Política, não seria o Legislativo um organismo emancipado do Executivo?


Suplicy e o senador gaúcho, Pedro Simon, são vozes dissonantes dentro do Senado no lamaçal político da República do Maranhão cuja capital é Brasília. Eles sabem dos nefastos efeitos para a política quando se toma de assalto o Parlamento.

Não se pode dizer que a ética foi rasgada com a desmoralização do arquivamento das representações contra Sarney. Ética? Não se pode rasgar nada inexiste! Episódios similares ou de contextos ainda mais macabros prosseguem continuadamente no Legislativo brasileiro.


Frágil democracia. Os partidos se tornaram uma canja de galinha para amenizar a leve fome de uma vã madrugada. Sem a menor consistência nas siglas partidárias, o Senado é mais um recorte do berço esplêndido da impunidade à brasileira.


Mais uma vez, a mediocridade sublime dos laços carnais entre PT e PMDB se evidenciou diante do teatro para salvar Sarney. Quando se converte projetos e ideologias políticas em pragmáticas orgias eleitoreiras, o resultado não poderá ser outro além da própria desmoralização do conceito de política. Nos anos Lula, o PT se transformou numa sigla caricatural do “Labour Party” inglês. Que bela herança!


Suplicy demonstrou em gesto que a política do é-dando-que-se-recebe não pode continuar impune. Por mais insólito e acuado que possa parecer sua ação, o senador petista ainda busca honrar com dignidade seu mandato num antro de parasitárias cobras-criadas. Ainda vale a premissa: nem toda gripe é suína, assim como nem todos os políticos são sarneys.


Em tempo: José Sarney irá apreciar todas as benesses da vida parlamentar de senador até 2015. Até ser renovado por mais 8 anos em algum feudo de sua vasta república!... La dolce vita!

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