Ao elegermos "inimigos" genéricos e imaginários, aparentemente invocamos uma batalha a ser travada com algum horizonte de vitória.
Apaziguar a alma em desencanto e sedenta de respostas para as
angústias insolúveis. Porém para tanta ilusão, falta o substrato da realidade.
Elaborar "inimigos" é uma forma de sustentar a
incapacidade de entender o mundo e gozar com a ignorância.
As guerras se travam para além das aparências. Na terra da
subjetividade, a verborragia impera impondo o discurso do irrealismo passional!
A norma da inação é a construção de um arcabouço onde nossos
medos se escondem e vaza, entre os poros, do inconsciente coletivo um
primitivismo tão sedutor quanto destrutivo.
Para o sujeito, desprovido de uma consciência de classe e de
mundo, sobra espasmos irrealistas e reducionistas de uma sociedade desigual e
injusta que opera tanto pelo material, quanto pelo simbólico/imagético. O
buraco segue logo após os espasmos da aparência.
O mundo não dá espaço para a essência e constitui o seu
calabouço com suas imagens ideológicas, simbólicas e persuasivas.
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