A idade
para uns chega com sabedoria, para outros, a estupidez permanente. Aos 70 anos
de idade, a atual senadora pelo PT de São Paulo, Marta Suplicy provou, mais uma
vez, que a vaidade narcísea imediatista é capaz de jogar por terra todo um
passado. Atraída pelo desejo desenfreado por holofotes, Marta vê na corrida a
Prefeitura de São Paulo, local o qual foi mandatária pelo PT, um trampolim para
ventilar novamente seu nome nacionalmente.
Toda a
trajetória política de Marta veio pelo carisma do seu ex-marido, Eduardo
Suplicy, inclusive o sobrenome que ainda mantém como estratégia política de
marketing pessoal. Porém, cuspir no prato que alimentou por anos, onde
conquistou prestígio pessoal e força política é das formas mais cretinas da
leviandade humana. Marta agora usa o discurso da direita de 15 de março,
recheada de bordões anti-PT e com fabulações tão firmes como gelatina. É
verdade também que tensões entre Marta e o PT sempre existiu, faz parte do
conjunto democrático de ideias pregado pelo partido, mas que nunca passou de
“fogo amigo” e, posterior, apaziguamento das partes.
O tempo
passou e este clima de “fogo amigo” se ampliou. Sem força dentro do PT paulista
para lançar suas pretensões pessoais e se aproveitando da onda conservadora da
direita e seus extremos, Marta agora salta para o PSB, mais uma das inúmeras
legendas-tampão para qualquer adesista oportunista. Todavia, nada impede que
Marta troque de partido, mas antes é preciso deixar o posto de senadora e
entregar o cargo para o PT. Certamente a disputa entre ela e seu ex-partido
dará panos para várias mangas. Afinal, com a avacalhação que é o sistema
partidário no Brasil, as mudanças de siglas e cargos no Brasil funciona ao
bel-prazer do oportunista de plantão sem nenhum controle com relação ao público
que elegeu o candidato, ou seja, um candidato é eleito por um partido e até o
final do seu mandato já passou por diversos outros partidos. É a festa
partidária impune e que Marta agora quer se aproveitar disto, assim como
inúmeros outros políticos-surfistas de legendas.
Ao invés
de preservar sua biografia, Marta, que foi deputada, prefeita, ministra e,
agora senadora, pelo PT, quer jogar tudo na lama e, não contente, usa-se a
forma mais covarde e midiática de achincalhar seu partido. O seu ápice foi nas
páginas amarelas do fascista tablóide tucano, a Revista Veja. Como boa
sexóloga, Marta faz o jogo da terapia que ela mesma recomendava em tempos do
semanário feminino da rede Globo, a “TV Mulher”, na primeira metade dos anos
1980. Logo, Marta e seu neo-ódio oportunista contra o PT faz agora o teatro
circense típico dos casais em neuras que se separam e tornam a vida deles uma
comédia pastelão de xingamentos mútuos onde a maturidade foi a primeiro a pedir
o divórcio.
A
liberdade é de quem a conquista e cada um tem o direito de fazer o que desejar
na vida, afinal, a liberdade esta posta aí, e cada um faça seu melhor
enforcamento possível. Curioso que a origem de Marta foi de uma mulher da elite
paulistana num partido de esquerda a frente do seu tempo, uma figura política
destemida, muitas vezes mimada, cheia de gafes e atitudes dúbias atuando em
temas tabus da sociedade do seu tempo e, por sinal, derivou força política para
sua atuação dentro do cenário paulista e nacional. Agora, Marta Suplicy,
preferiu o caminho mais fácil e o recalque da vestimenta da direita, com um
discurso reacionário, imediatista e infantilizado. Triste, Marta, muito triste!
Nenhum comentário:
Postar um comentário