sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A falta d´água e a canalhice governamental


Duas décadas de gestão tucana em São Paulo, que tanto os paulistanos e paulistas se apaixonam e não sabem votar em outra coisa para o Palácio dos Bandeirantes, desencadearam na maior crise hídrica da história do estado. Sim, temos um governo covarde, omisso e mentiroso que parece nunca assumir suas responsabilidades e adora proferir mentiras se utilizando da Grande Mídia, o braço midiático da direita brasileira.

O governador Geraldo Alckmin se tornou um mentiroso compulsivo que quase toda a Grande Mídia abaixa a cabeça, capaz de mentir o quanto puder e até empossou um Secretário de Segurança com elos diretos com máfias ligadas ao crime organizado. Nesta esteira do silêncio oportunista e interesseiro, todos os escândalos da era tucana são imediatamente abafados. Com o criminoso sucateamento da SABESP, empresa estatal de água responsável pelo fornecimento do precioso líquido, foi transferida para os bolsos dos consumidores todos os prejuízos possíveis e assim, a “culpa” da falta de água, no discurso do cinismo governamental, seria do usuário “irresponsável” (ou seja, quase toda a população!).

Quanto as tais vicejantes demagogias, ninguém fala nada ou, quando fala, de forma muito tímida e, há um sensível constrangimento em falar "alguma coisa" que deponha contra o governador, algum tucano e sua base aliada. No confronto de partidos dominantes na esfera política, se o PT empossa alguns de seus estercos de vaca em cargos de alta patente, o PSDB é campeão da categoria do ilusionismo midiático do excremento bovino com cara de "grandes administradores". O silêncio é um grande catalisador de votos e apoios "ignorantes".

Muito pior que os conchavos corruptos da Petrobras, cujo interesse de criar uma situação de calamidade universal em meio a olhos gordos de privatização desta empresa estatal, a questão da água em São Paulo é a prova cabal que um governo pode ser tanto desonesto quanto também parte significativa de sua sociedade. Não temos santos, mas temos um bando de pessoas que na sua profunda ignorância e estupidez política, esquece o fato de que viver em sociedade é estar em solidariedade com o Outro.

O PSDB não é um partido bobo (e jamais foi) e sabe que somente ganha eleições criando uma poderosa blindagem midiática ao seu favor. A condução do playboy mineiro do Aécio Neves foi uma prova cabal que a mídia pode injetar qualquer excremento bovino com alguma grife para o eleitorado, e, no senso de orfandade e desconexão política atual, o mesmo se apaixonar e até quase conduzir o tucano ao cargo público de máxima expressão. A podre classe dirigente e elitista pavimentada nos Jardins, Higienópolis e arredores também faz seu papel, ou seja, é do seu seio que articula o gerenciamento da “Realpolítik” aplicada para toda a sociedade. De resto, temos o resto, e para quem reclamar esta aí a nossa polícia altiva, pronta a receber com porretadas os pobres, os fragilizados e os de “fora do consenso”.

A crise da água é a crise da canalhice de uma elite egoísta, míope e arrogante que pouco se importa com o planejamento estratégico da sociedade. Não se importa sobre os avisos de longa data a respeito dos problemas hídricos que fatalmente iriam ocorrer (e de fato, agora os paulistanos que não pertencem a elite econômica sentem as convergências, pois que tem dinheiro, jamais falta água e tampouco recursos para subornar prefeitos e funcionários estatais). Contra o estigma do “complexo de vira-latas”, não somos incompetentes por falta de tutano, mas é oportuno enfatizar que temos enraizado uma elite relativamente homogênea com o profundo desprezo pelo presente e futuro dos que mais necessitam da presença do Estado.

Tal como a patológica doença tucana, o PT também vem se alastrando com sua metástase proto-conservadora, com medidas cada vez mais neoliberais, cosméticas e inócuas para o real desenvolvimento do país como prática de construir uma sociedade menos desigual. O conservadorismo das políticas públicas em grande parte se torna desgastadas e, em médio prazo, se tornam obsoletas, situação observada em vários setores da sociedade. Por exemplo, soa patética a ação midiática da Prefeitura de São Paulo de gestão petista ao tentar se autopromover em cima de extensos e perdulários corredores para uma ínfima parcela de ciclistas da classe média paulistana. Como se o maior problema da cidade são as trilhas para os andadores de “magrelas”. É inegável que tendo tantos problemas viscerais nas periferias da complexa cidade e com dilemas mais graves para serem trabalhados. É preocupante um “PT cosmético” iludido com o desejo de atrair os holofotes da grande mídia, resultado em um objeto de desejo eleitoral e que, por si só, já bastaria para as pretensões do partido. É gravíssimo tal comodismo reacionário! Por sinal, o PT se consagrou como um partido de lutas de trabalhadores e a sua atual cúpula precisa reconsiderar urgentemente suas ações governamentais e voltar-se ao sentido histórico partidário o qual foi arduamente construído.

A crise política é também uma crise dos valores da política, onde a nitidamente o desgaste a ação governamental e o descolamento da realidade. A falta de água nos domicílios paulistas é o exemplo de como um país de detém o privilégio de ter uma das maiores regiões de água doce do mundo conseguiu tornar suas torneiras secas. É assustador a mediocridade e a ganância destas podres elites políticas que infestam e desarticulam
um sentido mais solidário e emancipador da democracia brasileira.

A demagogia é o extrato da canalhice arquitetada e programada. Se falta água na sociedade paulistana e em regiões interioranas, falta ainda mais caráter e dignidade ao comando das políticas socioeconômicas tanto em São Paulo, quanto no restante do país. Para evoluir para um patamar com mais dignidade, cabe um profundo reconhecimento que a política não poderá ser orientada pela falta de horizontes e somente por uma espécie de incessante desejo sexual eleitoreiro. Diante deste horizonte pouco trivial e muito desalentador, é preciso reconstruir o sentido da política dentro e fora das saletas de demagogos políticos matreiros e oportunistas. A sociedade, em particular as classes mais fragilizadas, precisa estar mais próxima do sentido emancipatório da política para não ser engolida por aqueles que somente se utilizam da política para a manutenção mesquinha do status quo reinante.

Um comentário:

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