quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Marina Silva e o risco do fanatismo na teocracia neopentecostal capitalista à brasileira.




O que se temia, agora começa a se concretizar de forma mais contundente na sociedade brasileira, o fanatismo neopentecostal mediando ações diretas na política nacional. Marina Silva, a evangélica do ecobusiness, representa, seguramente, o que mais atrasado tem na política, a qual ela mesma já afirmou ser uma "predestinada de Deus" (este mote é um esboço típico do fanatismo que as seitas neopentecostais e quadrilhas de exploração da fé pregam em seus cultos cada vez mais bizarros para explorar os bestializados).



1.      Marina transgênica: narcisismo e falta de coerência política

Marina progressivamente passou de uma suposta "defensora da ecologia" para uma alpinista política com total desprezo aos partidos políticos e a própria ação política de viés democrática. Saiu do PT por puro comodismo, uma vez que sentiu “desprestigiada” quando não foi pretendia pelo partido na disputa da sucessão de Lula. Depois passou para o Partido Verde, brigou com todo mundo de lá, e saiu. Criou a abobada do besteirol político com sua "Rede de Sustentabilidade", o suprassumo do ridículo sem nexo "apartidarismo" (nota-se o desprezo de incluir o nome "partido" deste novo croqui “apartidário”). Logo, sem maiores adeptos, não vingou o ogro da “Rede” que Marina Silva desejava pescar votos. Depois, furada sua Rede, ela entrou na chapa do PSB de Eduardo Campos para ser vice na disputa ao Planalato. Seu nome foi um oportunismo de Campos que contava com o cacife eleitoral flutuante da "velha" Marina para virar um “nome nacional” e pensar na futura eleição de 2018.

Ironia da vida, para incrementar coisas que somente o imponderável poderia prever, na visão fanática de Marina, “Deus derrubou o avião do candidato pernambucano” e entregou toda plataforma política para Marina ser conduzida ao Planalto (sendo ela, “salva pelo Criador”, ou seja, uma “predestinada” como outrora afirmava e depois tentou desmentir. Pouco importa se foi folclore ou não tal passagem, todavia a fabricação da comoção midiática catapultou Marina para o centro do eleitorado perdido como cego em tiroteio e descontentes com a política. Para não contrariar sua história de egocentrismo ilimitado, Marina Silva brigou com o coordenador de campanha de Eduardo Campos, Carlos Siqueira, que pediu demissão do cargo e ainda o mesmo disparou: "Da Marina, quero distância!". Para Marina, seu ego é do tamanho de Deus.

Ao contrário do teatro da ingenuidade midiática, Marina Silva representa o lado mais retrógrado da política com uma plataforma que não existe nada, absolutamente, nada de concreto. É apenas jogo de cena e palavras ao vento que mudam a cada deslocamento de ar. Vale lembrar da “braço-direito” de Marina, Neca Setubal, herdeira do Banco Itaú e filha do banqueiro-mor, Olavo Setúbal, é quem dita as regras "polidas" para Marina verbalizar diante das câmeras de televisão. 



2.     A similaridade de Marina com Jânio e Collor

Pode-se ressaltar a à proximidade do discurso “apolítico” de Marina Silva com a campanha de Jânio Quadros, que em janeiro de 1961 chegou ao Planalto com um discurso de menosprezo com a política e com os políticos e empinando a bandeira do ego pessoal. Renunciou em agosto do mesmo ano, de forma a deixar o país perplexo mas que sua atitude frustrou de forma retumbante para seus surreais planos pessoais de ser "chamado pelo povo" e instaurar uma possível ditadora (aliás, o período foi tão conturbado que são apenas apostas conjecturais, de fato, ninguém poderia afirma com convicção dos planos de Jânio). Da mesma forma que Jânio Quadros, a recente república democratizada brasileira assistia mais um aventureiro no Planalto. Fernando Collor de Melo, em 1989, fez também um discurso “apolítico” e anti-PT do então candidato Lula. Todos os partidos de direita, a classe média conservadora e a grande mídia, em particular as Organizações Globo, apoiaram Collor que tomou posse em 15 de março de 1990 e em 02 de outubro de 1992, com gravíssimas denuncias de corrupção generalizada, com o clamor popular, o Congresso Nacional aprovou o inédito impeachment de Collor. O mesmo discurso de aversão aos partidos políticos e o apego ao narcisismo pessoal cairia como uma bomba na democracia brasileira. Marina Silva segue o mesmo caminho de figuras como Jânio e Collor, e cujas consequências, a História mostra com todos os detalhes e retrocessos.



3.     Esboços para uma teocracia neopentecostal capitalista à brasileira?

A onda neopentecostal vem se avolumando e quase um quarto do eleitorado se diz oriundo de matriz evangélica. A junção entre Deus e o capitalismo se mostrou altamente pertinente no Brasil, uma economia de desenvolvimento econômico tardio, profundadas desigualdades sociais e um exército de almas que aceitam qualquer discurso automático de promoção de seus ideais de desejo via consumo imediato ou via transferência do sobrenatural. O avanço de seitas como a Universal do auto-intitulado Bispo Edir Macedo é um exemplo do gigantesco poder político e sucesso bilionário que mistura fanatismo, apoderamento de uma rede nacional de rádios e televisões e incursão ao mundo da política, com a crescente onda de fantoches políticos que vão de prefeitos à ministro de Estado em todo território nacional pulverizado em várias siglas partidárias. Não é a toa que até um pastor declarado, como Pastor Everaldo, é candidato ao Planalto neste pleito de 2014 pelo nanico PSC.

O que parece um futuro bastante preocupante é o elo entre o fanatismo neopentecostal de Marina Silva e a carta-branca dada ao setor máximo do capitalismo, que são os banqueiros, presentada pelo laço Marina Silva e Neca Setubal. Um elo que antes parecia pouco provável, mas que poderá se constituir presente na sociedade brasileira, a "teocracia neopentecostal capitalista".

Engana-se que todo este sorriso insosso de Marina que irá governar com o lado "bom da política" tal como uma boa samaritana em ela dizendo diante da televisão. Marina nunca se cercou deste elo "bom", pelo contrário, onde passou criou cisões e saiu de todos os partidos o e flutua na política apenas apelando pelo seu lado narcisista.

Agora, uma questão de ordem é o grau de insanidade que a grande mídia e direita participa destas eleições. Para derrotar o PT de Dilma Rousseff e vendo que o candidato tucano, Aécio Neves, não consegue levantar voo desde o aeroporto da sua família na cidade de Cláudio, Minas Gerais, estão apostando todas as fichas para a fabricação da imagem de Marina Silva. Aliás, para o setor retrógrado e reacionário, vale tudo, qualquer coisa que se mova para derrotar o PT, mesmo sendo um PT que abraçou o neoliberalismo com viés populista. Todo o ódio manifesto pelo PT e pelas esquerdas poderá desencadear num perigoso modelo de política teocrática onde capitalismo poderia reina com mais tranquilidade, sem movimentada por um bando gigantesco de fanáticos que acreditam que Deus seria uma espécie de Capeta ultra-opressor da época Medieval. Logo, o fanatismo abre as portas para a multiplicação dos lucros das quadrilhas que operam livremente no sistema de exploração da fé a acintosa manipulação política do eleitorado que se comportam como gado no curral sendo manipulado deliberadamente dentro de tais seitas.

É patologicamente e surpreendentemente temerário o caminho da possibilidade de uma aventura da teocracia neopentecostal no Brasil. Um segundo turno com o voto dos evangélicos que penderão numa possível vitória de Marina Silva, se mostra o catastrófico “ovo da serpente” de um novo modelo que o Brasil poderá definitivamente inaugurar no instável campo da política. O país vem menosprezando o legado democrático para recorrer às possibilidades de uma nação ainda mais retrógrada, reacionária e, para completar a tragédia, o balbuciar do discurso do fanatismo religioso deslumbrando uma insana teocracia neopentecostal capitalista.

Temos o sinal vermelho bem amplo e fortemente ligado.

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