O que se temia, agora começa a se concretizar de
forma mais contundente na sociedade brasileira, o fanatismo neopentecostal
mediando ações diretas na política nacional. Marina Silva, a evangélica do
ecobusiness, representa, seguramente, o que mais atrasado tem na política, a
qual ela mesma já afirmou ser uma "predestinada de Deus" (este mote é
um esboço típico do fanatismo que as seitas neopentecostais e quadrilhas de
exploração da fé pregam em seus cultos cada vez mais bizarros para explorar os
bestializados).
1. Marina transgênica: narcisismo e falta de coerência política
Marina progressivamente passou de uma suposta
"defensora da ecologia" para uma alpinista política com total
desprezo aos partidos políticos e a própria ação política de viés democrática.
Saiu do PT por puro comodismo, uma vez que sentiu “desprestigiada” quando não
foi pretendia pelo partido na disputa da sucessão de Lula. Depois passou para o
Partido Verde, brigou com todo mundo de lá, e saiu. Criou a abobada do
besteirol político com sua "Rede de Sustentabilidade", o suprassumo
do ridículo sem nexo "apartidarismo" (nota-se o desprezo de incluir o
nome "partido" deste novo croqui “apartidário”). Logo, sem maiores
adeptos, não vingou o ogro da “Rede” que Marina Silva desejava pescar votos.
Depois, furada sua Rede, ela entrou na chapa do PSB de Eduardo Campos para ser
vice na disputa ao Planalato. Seu nome foi um oportunismo de Campos que contava
com o cacife eleitoral flutuante da "velha" Marina para virar um “nome
nacional” e pensar na futura eleição de 2018.
Ironia da vida, para incrementar coisas que
somente o imponderável poderia prever, na visão fanática de Marina, “Deus
derrubou o avião do candidato pernambucano” e entregou toda plataforma política
para Marina ser conduzida ao Planalto (sendo ela, “salva pelo Criador”, ou
seja, uma “predestinada” como outrora afirmava e depois tentou desmentir. Pouco
importa se foi folclore ou não tal passagem, todavia a fabricação da comoção midiática
catapultou Marina para o centro do eleitorado perdido como cego em tiroteio e
descontentes com a política. Para não contrariar sua história de egocentrismo
ilimitado, Marina Silva brigou com o coordenador de campanha de Eduardo Campos,
Carlos Siqueira, que pediu demissão do cargo e ainda o mesmo disparou: "Da
Marina, quero distância!". Para Marina, seu ego é do tamanho de Deus.
Ao contrário do teatro da ingenuidade midiática,
Marina Silva representa o lado mais retrógrado da política com uma plataforma
que não existe nada, absolutamente, nada de concreto. É apenas jogo de cena e
palavras ao vento que mudam a cada deslocamento de ar. Vale lembrar da “braço-direito”
de Marina, Neca Setubal, herdeira do Banco Itaú e filha do banqueiro-mor, Olavo
Setúbal, é quem dita as regras "polidas" para Marina verbalizar
diante das câmeras de televisão.
2. A similaridade de Marina com Jânio e Collor
Pode-se ressaltar a à proximidade do discurso “apolítico”
de Marina Silva com a campanha de Jânio Quadros, que em janeiro de 1961 chegou
ao Planalto com um discurso de menosprezo com a política e com os políticos e
empinando a bandeira do ego pessoal. Renunciou em agosto do mesmo ano, de forma
a deixar o país perplexo mas que sua atitude frustrou de forma retumbante para
seus surreais planos pessoais de ser "chamado pelo povo" e instaurar
uma possível ditadora (aliás, o período foi tão conturbado que são apenas
apostas conjecturais, de fato, ninguém poderia afirma com convicção dos planos
de Jânio). Da mesma forma que Jânio Quadros, a recente república democratizada
brasileira assistia mais um aventureiro no Planalto. Fernando Collor de Melo, em
1989, fez também um discurso “apolítico” e anti-PT do então candidato Lula. Todos
os partidos de direita, a classe média conservadora e a grande mídia, em
particular as Organizações Globo, apoiaram Collor que tomou posse em 15 de
março de 1990 e em 02 de outubro de 1992, com gravíssimas denuncias de
corrupção generalizada, com o clamor popular, o Congresso Nacional aprovou o
inédito impeachment de Collor. O mesmo discurso de aversão aos partidos
políticos e o apego ao narcisismo pessoal cairia como uma bomba na democracia
brasileira. Marina Silva segue o mesmo caminho de figuras como Jânio e Collor,
e cujas consequências, a História mostra com todos os detalhes e retrocessos.
3. Esboços para uma teocracia neopentecostal capitalista à
brasileira?
A onda neopentecostal vem se avolumando e quase
um quarto do eleitorado se diz oriundo de matriz evangélica. A junção entre
Deus e o capitalismo se mostrou altamente pertinente no Brasil, uma economia de
desenvolvimento econômico tardio, profundadas desigualdades sociais e um
exército de almas que aceitam qualquer discurso automático de promoção de seus ideais
de desejo via consumo imediato ou via transferência do sobrenatural. O avanço
de seitas como a Universal do auto-intitulado Bispo Edir Macedo é um exemplo do
gigantesco poder político e sucesso bilionário que mistura fanatismo,
apoderamento de uma rede nacional de rádios e televisões e incursão ao mundo da
política, com a crescente onda de fantoches políticos que vão de prefeitos à
ministro de Estado em todo território nacional pulverizado em várias siglas
partidárias. Não é a toa que até um pastor declarado, como Pastor Everaldo, é
candidato ao Planalto neste pleito de 2014 pelo nanico PSC.
O que parece um futuro bastante preocupante é o
elo entre o fanatismo neopentecostal de Marina Silva e a carta-branca dada ao
setor máximo do capitalismo, que são os banqueiros, presentada pelo laço Marina
Silva e Neca Setubal. Um elo que antes parecia pouco provável, mas que poderá
se constituir presente na sociedade brasileira, a "teocracia neopentecostal capitalista".
Engana-se que todo este sorriso insosso de
Marina que irá governar com o lado "bom da política" tal como uma boa
samaritana em ela dizendo diante da televisão. Marina nunca se cercou deste elo
"bom", pelo contrário, onde passou criou cisões e saiu de todos os
partidos o e flutua na política apenas apelando pelo seu lado narcisista.
Agora, uma questão de ordem é o grau de
insanidade que a grande mídia e direita participa destas eleições. Para
derrotar o PT de Dilma Rousseff e vendo que o candidato tucano, Aécio Neves,
não consegue levantar voo desde o aeroporto da sua família na cidade de
Cláudio, Minas Gerais, estão apostando todas as fichas para a fabricação da
imagem de Marina Silva. Aliás, para o setor retrógrado e reacionário, vale
tudo, qualquer coisa que se mova para derrotar o PT, mesmo sendo um PT que
abraçou o neoliberalismo com viés populista. Todo o ódio manifesto pelo PT e
pelas esquerdas poderá desencadear num perigoso modelo de política teocrática
onde capitalismo poderia reina com mais tranquilidade, sem movimentada por um
bando gigantesco de fanáticos que acreditam que Deus seria uma espécie de
Capeta ultra-opressor da época Medieval. Logo, o fanatismo abre as portas para
a multiplicação dos lucros das quadrilhas que operam livremente no sistema de
exploração da fé a acintosa manipulação política do eleitorado que se comportam
como gado no curral sendo manipulado deliberadamente dentro de tais seitas.
É patologicamente e surpreendentemente temerário
o caminho da possibilidade de uma aventura da teocracia neopentecostal no
Brasil. Um segundo turno com o voto dos evangélicos que penderão numa possível
vitória de Marina Silva, se mostra o catastrófico “ovo da serpente” de um novo
modelo que o Brasil poderá definitivamente inaugurar no instável campo da
política. O país vem menosprezando o legado democrático para recorrer às
possibilidades de uma nação ainda mais retrógrada, reacionária e, para
completar a tragédia, o balbuciar do discurso do fanatismo religioso deslumbrando
uma insana teocracia neopentecostal capitalista.
Temos o sinal vermelho bem amplo e fortemente
ligado.
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