domingo, 14 de setembro de 2014
Marina e suas lágrimas de crocodilo
Aos que se iludem ou se emocionam com o evangelho narcisista e oportunista de Marina Silva, é bom lembrar que ela somente obteve esta ascensão na política dentro dos quadros do PT, que por mais desgastantes que sejam, é um partidos dos mais democráticos dentro da fisiologia partidária no Brasil. Fora dele, dentro dos saltos partidários, PV, a tal Rede que furou e agora no pequeno PSB, ela apenas projeta sua aura de (ex-)ambientalista ainda com a memoria histórica dos tempos do PT. Logo, alguma coisa esta desconexa no discurso de Marina que preferiu retroceder na política em nome do próprio ego.
E falando de ego, basicamente, sua saída do PT foi muito mais por razões de ego da atual militante do Evangelho do Senhor, uma vez que ela não conseguia desenvolver e abrir espaço para uma suposta ida a presidência, tal como agora se aproveita de forma cândida da morte do então titular da pasta do PSB. O PT sabe muito bem quem é Marina Silva, muito mais que os que não conhecem nem o PT e sequer nem sabem quem é Marina.
Não podemos usar a mesma tática da demonização, mas no que se Marina se projeta e o faz conscientemente, é ser um elemento da direita que quer assentar ao poder sem menor cerimônia, com uns arremedos toscos de programas de governos e idéias ultrapassadas de um neoliberalismo selvagem. É lamentável ver isto de uma figura política que tinha supostamente um discurso muito aquém da apaixonite pelas doenças patológicas que promovem o neoliberalismo.
Naturalmente, a política é um jogo onde questões da ética e da realidade são sempre elementos turvos dentro de uma miscelânea de possibilidades. Acreditar que o tempo irá transforma deformidades em estado de pura graça divida é dançar tango no Paraíso com o capeta. No máximo, podemos melhor a postura dos eleitores em busca de uma consciência mais crítica e menos fadada aos espasmos emocionais catárticos de momento. Ademais, é bom sempre lembrar também que mobilizações sociais sem lastro se constitui mais um teatro amorfo de alienados para ser usando por agentes inescrupulosos. A vida política, assim como os demais setores da sociedade, deve carecer de um mínimo de consciência crítica.
Se Marina agora se julga a imaculada Fada Encantada da Terra Brasilis, como vem sendo sua estratégia de negar a política e apelar para o emocional e para a banalização da política daqueles que se alienam da "coisa pública". Podemos entender sem maiores dilemas que o choro da ex-senadora e ex-petista (que agora quer demonizar seu ex-partido) com as críticas de Lula, que conhece ela tão bem, não passam de lágrimas de crocodilo. O que está em disputa de forma clara na Grande Mídia não é a questão dos rumos do partido, mas é uma polarização patética entre ser contra ou a favor do PT, independente do que o partido tenha feito ou não ao país. Polarizações artificiais na política nunca dão bons frutos democráticos e apenas enegrecem os olhares perante a realidade.
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