quarta-feira, 29 de abril de 2015

Marta Suplicy, a neo-recalcada do oportunismo eleitoral.


A idade para uns chega com sabedoria, para outros, a estupidez permanente. Aos 70 anos de idade, a atual senadora pelo PT de São Paulo, Marta Suplicy provou, mais uma vez, que a vaidade narcísea imediatista é capaz de jogar por terra todo um passado. Atraída pelo desejo desenfreado por holofotes, Marta vê na corrida a Prefeitura de São Paulo, local o qual foi mandatária pelo PT, um trampolim para ventilar novamente seu nome nacionalmente.

Toda a trajetória política de Marta veio pelo carisma do seu ex-marido, Eduardo Suplicy, inclusive o sobrenome que ainda mantém como estratégia política de marketing pessoal. Porém, cuspir no prato que alimentou por anos, onde conquistou prestígio pessoal e força política é das formas mais cretinas da leviandade humana. Marta agora usa o discurso da direita de 15 de março, recheada de bordões anti-PT e com fabulações tão firmes como gelatina. É verdade também que tensões entre Marta e o PT sempre existiu, faz parte do conjunto democrático de ideias pregado pelo partido, mas que nunca passou de “fogo amigo” e, posterior, apaziguamento das partes.

O tempo passou e este clima de “fogo amigo” se ampliou. Sem força dentro do PT paulista para lançar suas pretensões pessoais e se aproveitando da onda conservadora da direita e seus extremos, Marta agora salta para o PSB, mais uma das inúmeras legendas-tampão para qualquer adesista oportunista. Todavia, nada impede que Marta troque de partido, mas antes é preciso deixar o posto de senadora e entregar o cargo para o PT. Certamente a disputa entre ela e seu ex-partido dará panos para várias mangas. Afinal, com a avacalhação que é o sistema partidário no Brasil, as mudanças de siglas e cargos no Brasil funciona ao bel-prazer do oportunista de plantão sem nenhum controle com relação ao público que elegeu o candidato, ou seja, um candidato é eleito por um partido e até o final do seu mandato já passou por diversos outros partidos. É a festa partidária impune e que Marta agora quer se aproveitar disto, assim como inúmeros outros políticos-surfistas de legendas.

Ao invés de preservar sua biografia, Marta, que foi deputada, prefeita, ministra e, agora senadora, pelo PT, quer jogar tudo na lama e, não contente, usa-se a forma mais covarde e midiática de achincalhar seu partido. O seu ápice foi nas páginas amarelas do fascista tablóide tucano, a Revista Veja. Como boa sexóloga, Marta faz o jogo da terapia que ela mesma recomendava em tempos do semanário feminino da rede Globo, a “TV Mulher”, na primeira metade dos anos 1980. Logo, Marta e seu neo-ódio oportunista contra o PT faz agora o teatro circense típico dos casais em neuras que se separam e tornam a vida deles uma comédia pastelão de xingamentos mútuos onde a maturidade foi a primeiro a pedir o divórcio.


A liberdade é de quem a conquista e cada um tem o direito de fazer o que desejar na vida, afinal, a liberdade esta posta aí, e cada um faça seu melhor enforcamento possível. Curioso que a origem de Marta foi de uma mulher da elite paulistana num partido de esquerda a frente do seu tempo, uma figura política destemida, muitas vezes mimada, cheia de gafes e atitudes dúbias atuando em temas tabus da sociedade do seu tempo e, por sinal, derivou força política para sua atuação dentro do cenário paulista e nacional. Agora, Marta Suplicy, preferiu o caminho mais fácil e o recalque da vestimenta da direita, com um discurso reacionário, imediatista e infantilizado. Triste, Marta, muito triste!

terça-feira, 21 de abril de 2015

FIESP na campanha para convencer que a escravidão é o melhor dos mundos para o trabalhador


Está sendo vinculada na televisão uma propaganda da FIESP, onde o seu presidente e ex-candidato a governador de São Paulo, Paulo Skaf, com a escancarada cara-de-pau que lhe é peculiar, vem querendo aplicar o conto da Carochinha ao dizer que a "terceirização" contida na regulamentação da maldita PL 4330 é "benéfica para os trabalhadores e para o país".

Para ser mais patético o "spot" comercial, desfila ao longo dos trinta segundos um bando de "caras felizes" com caderninho azul que simboliza o emprego registrado dando a impressão que trabalhar de forma completamente precária ao estilo que remete à escravidão é o rumo que o país necessita. Skaf, com aquele sorriso de múmia no formol, garante aos telespectadores que é o melhor dos caminhos é o retorno ao período anterior ao decreto da Lei Áurea.


Assim opera a lógica os patrões: adoram reclamar de tudo, cortam todos os benefícios possíveis, xingam o governo pelos impostos que eles sonegam em nome exclusivamente do lucro: fácil, rápido e indolor.

domingo, 12 de abril de 2015

Um continente perverso: algumas breves peculiaridades do fascismo à brasileira


Apesar de pouco divulgado, é sempre pertinente (re)lembramos um curto e magistral documentário de Jorge Furtado de 1989, “A Ilha das Flores”. Didático na sua essência, ele serve para refletirmos uma sociedade que tem em sua alma a podridão de impor que uns tem mais direitos do que outros. As cenas são cruzadas e dá um efeito muito sintético de entendimento de como a crueldade, a ganância e a desigualdade é o motor de um continente de tantas riquezas e contradições intrínsecas.

Nossa mediocridade é orgânica, fruto de uma sociedade parida da desordem e da acumulação. Somos hoje um bando de seres que tentam coexistir num mesmo espaço, porém a briga por farelos nós diferenciam de forma qualitativa. Quem tem o monopólio do capital e do poder de polícia assume as rédeas do jogo entre quem pode mais e os que nada podem.

A violência viceja com dois aspectos: como (o)pressão das classes mais pobres e a manutenção da desigualdade com a promessa de “melhores oportunidades” para todos. O que de fato, é que o tal “todos”, na linguagem capitalista, são apenas alguns, muito poucos, apenas os bons adaptadores das hostilidades do sistema podem garantir as benesses de algumas uvas da videira cujos donos é apenas um punhado de espertalhões. A Justiça beneficia quem mais pode comprar anteparos no mercado da Lei, bons advogados e alguns juízes de moral “flexível” é quase sempre a senha para a impunidade no alto estrato social. O emaranhado de leis se constituiu numa teia indecifrável de um fetichismo jurídico que pouco dá vazão a atitudes realmente de punição e justiça, propriamente ditos. Diante da injustiça generalizada, a farra dos ricos e da política da “carteirada” (ou seja, o mote “com quem você pensa que está falando?”), punir os pobres parece ser a melhor política e a mais fácil, diante do mar de injustiças e demagogias reinantes que tomou conta da opinião pública.

A pobreza ainda é vista não como um crime hediondo das classes dominantes contra as mais desfavorecidas.  Ser pobre no Brasil nunca foi um castigo existencial, ou seja, não chega a ser uma “limitação” das relações sociais[1], mas diante de uma lógica de pura perversão, se tornou uma questão de não ter habilidade do papel “empreendedor” dentro do mundo em que vive. A lei da selva é a doutrina selvagem da procriação e castração capitalista.

A política é a produção de falsos estabilizadores os quais impedem maior mudança das relações de trabalho e capital e a manutenção das regras rígidas entre pobres e ricos. A representação popular é trocada pela representação daqueles que fazem a manutenção da sociedade. Nossa democracia é inacabada, apesar dos avanços, mas preocupa os valores que originam dela pouco ainda é visto como fundamentais por parte significativa dos brasileiros. Nossa democracia é ainda pequena e incipiente perante as desigualdades latentes e, consequentemente, o Estado é ainda mínimo para atender toda a demanda necessária. Ademais, somente com pura e sádica perversidade desejar um “Estado mínimo” diante de tantas fragilidades máximas em nosso país.

Os padrões de crueldade são estabelecidos por regras burocráticas, onde alguns pouquíssimos grupos tem acesso e se isolam em um poder quase sempre marcado por desvios, corrupção, clientelismo, ou seja, o lado subterrâneo da democracia. Por outro lado, os avanços sociais mais pertinentes corridos nos últimos anos, através de políticas sociais redistributivas para aqueles setores mais frágeis socialmente, são logo minimizadas, ridicularizadas e criticadas justamente pelas elites bem nutridas e setores mais abastados da classe média. Uma vez que é pertinente não dar espaço para conquistas que possam alterar qualquer nuança do status quo vigente e dai, o esgotamento do modelo redistributivo sem aprofundar as reformas essenciais para uma profunda transformação do meio socioeconômico.

Sim, somos imensamente perversos, não por uma questão de gênero ou fetiche sexual, mas pela própria capacidade humana de gozarmos com pequenos e grandes atos de perversidade, uns com outros, e conviver aplaudindo com riso histérico dos que mantem o poder sobre aqueles que nada podem fazer além de ter autopiedade e acreditar que algum salvador extraterreno divino mude a sua condição.

Aqui, a questão da perversidade é a matriz do pensamento autoritário do fascismo que nos impede de olhar o Brasil com um ar de maior soberania entre um passado malogrado e um futuro cheio de vãs promessas. O fascismo à brasileira é muito mais cruel e difere dos aspectos clássicos do Europeu. Aqui, o ódio de classes está no ódio aos pobres. O conceito é tão arraigado que quando um pobre tem a ilusão de ascende de classe, “virou classe média”, ele começa a reproduzir o mesmo discurso do asco que as classes dominantes têm dos pobres. Por sinal, da classe dominante, o que lhes interessa com relação aos pobres são basicamente duas questões básicas: a força de trabalho dos trabalhadores cada vez mais precarizados e o sexo das mulheres pobres. O primeiro é óbvio, é o que move o mundo do capital, o segundo é pelo fato que sexo genital é primitivo e é um produto meramente comercial, passível de trocas. Por isto que a prostituição (explícita ou implícita) é a atividade mais próspera no mercado de compra da força de trabalho e independe de crises econômicas sistêmicas e, aquela, que cria mais ilusões gananciosas e infantis da ascensão exponencial do desejo de “mudar de vida”.

Iludimo-nos achando que somos civilizados. No caso brasileiro, não somos mais ou menos perversos do que outros povos, mas a nossa peculiaridade perversa inviabiliza um projeto maior e de maior durabilidade de mudança radical das estruturas socioeconômicas. De progresso simétrico, vivemos de pequenos surtos, suspiros, lampejos de uma esperança do “Brasil do futuro”... Porém, um coito interrompido logo se segue e sempre os ânimos recaem a posição de uma depressão passiva. Seria mais oportuno dizer que estaríamos em vias de alguma civilização, assim ao menos teríamos um norte a se avizinhado, apesar do gosto “medíocre” que a elite perversa sempre fez acreditar na nossa ficcional incapacidade de mudança em nossa sociedade. O verde da grama dos outros sempre foi vendida como melhor que o verde que faz a borda da bandeira nacional! Nesse conjunto, a questão ideológica preconizada pela Grande Mídia conservadora, mesquinha e insanamente gananciosa expõem tensões fabricadas em meio a desinformações, histerias e ódios cheios de vazios.

Sim, estamos melhores que num passado mais recente e primitivo na sua estrutura. Há pouco tempo atrás a pobreza extrema atingia os brasileiros em maior número, mas longe de acreditarmos que o cheiro do perfume é condicionante básico da emancipação humana e o fim das opressões de uns poucos contra todos os demais. Todavia, sem um projeto alternativo de realmente busque modificar as estruturas mais abissais de nossa sociedade, logo, o que podemos esperar é um movimento conservador reacionário de ares fascista. Mesmo apelando para pactos sociais com alguns lampejos de claridade. É preciso ir além de uma mera iluminação inconsciente para um progresso, sem buscar a via fácil e volátil pelo acesso dos mais pobres um mero consumismo de bens materiais e cultura estúpida. Se o Brasil deseja amadurecer com mais desenvoltura, é preciso ultrapassar velhos paradigmas inócuos, e buscar a fecunda e inadiável dignidade humana dentro dos alicerces da cidadania brasileira a todos e sem restrição. Todavia, por este caminho, não será sem lutas dos trabalhadores e dos movimentos sociais mais ligados às classes mais depauperadas diante de uma classe hegemônica de dominação cujo ranço é de matriz fascista, escravocrata e sádica.





[1] Há uma fetichização do “ser pobre”, um elemento valorativo quando vemos, por exemplo, a cultura do carnaval, onde a “comunidade” é levada ao panteão dos imortais dos “bambas”, em particular no Rio de Janeiro (com muito mais força) e em São Paulo. Todavia, esta ideologia sazonal de fluidez da demanda da paixão pela “pobreza” em termos culturais serve como um bloqueio entre “eles” (pobres) e nós (ricos) por parte das elites dominantes. Como se quisessem dizer em alto e bom som: “Aceitamos sua cultura três dias no ano, mas somente isto; os demais impomos a nossa cultura segregadora durante todo o longo restante dos dias do ano”. Uma espécie de canibalização da cultura alheia para domesticar suas pulsões e desejos em prol do controle daqueles que operam e decidem de fato as rédeas sociais. Outro exemplo é a preocupante ascensão meteórica da cultura evangélica que parte da premissa ideológica de despossuir o desejo do “convertido”, domesticando-o de tal maneira que seja um servo, não de Deus, mas dos desígnios da Igreja e de seus pastores que manipulam e controle o desejo de seus dóceis fieis. 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A falácia do "custo Brasil" e a precarização total: deputados a mando dos seus patrões querem a volta da escravidão no Brasil


 O relator do ordinário Projeto de Lei 4330, o escroto deputado Artur Maia, debochou dos protestos das CUT e de outras centrais de trabalhadores nesta terça-feira, 07 de abril. Sintoma de como anda a preocupação social no Congresso Nacional, ou seja, nula! A pancadaria nas portas do Congresso Nacional ocorrida contra os manifestantes contrários ao projeto foi obra da truculência dos seguranças da casa a mando de Eduardo Campos, o presidente do antro que se transformou a Câmara dos Deputados.

Maia e o seu partideco clientelista e parasita denominado ironicamente de "Solidariedade", ligado a Força Sindical e que tem seu líder principal, o cínico do Paulinho da Força. Tal montante faz parte do grande grupo de lacaios pelegos do patronato, e estão à frente da destruição da CLT. Aliás, estes servos da Força Sindical que lambem as botas dos patrões e que se transvestem como sindicalistas deturparam até mesmo o conceito transcendental do termo "solidariedade" tal como é inscrito o nome do partideco de Paulinho da Força.

Diante da distração nacional com os insultos à Dilma e o PT, este canalha PL 4330 que saiu da perversa cartola do escroto presidente da Câmara dos Deputados para se pauta de votação, na prática, vai acabar extinguindo de vez os cambaleantes direitos trabalhistas e soterrando de forma vil a CLT. É um retrocesso sem tamanho e, na prática, é o retorno da odiosa escravidão de forma velada: trabalho sem direitos e sem qualquer garantia e aprofunda a terceirização do trabalho, ou seja, o cerne da precarização do emprego que remete à uma escravidão “moderna” do trabalhador.

O PL 4330 é puro desastre para os trabalhadores. É complementarmente mentirosa a afirmação do Paulo Scaf, presidente da FIESP, que diz que o PL 4330 irá “abrir novos postos de trabalho”. O que realmente irá acontecer se aprovada mais uma lei absurda será ampliar ainda mais a longa margem de lucro dos capitalistas ao não destinar custeio para a manutenção dos trabalhadores. O tal "custo Brasil" que a Grande Mídia adora colocar em letras garrafais quem suas páginas de falso jornalismo é tão apenas a desculpa para não dar dignidade aos trabalhadores e atirá-los na condição de precarização total. Ademais, a bancada do PT e dos partidos de esquerda são contra o PL 4330, todavia se encontram em minoria no momento na Câmara.

O jogo de cena cada vez mais claro e perturbador. Enquanto toda a Grande Mídia faz o circo do golpismo contra Dilma, sangram o PT que por sua vez, vem perdendo seu potencial de articulação política e credibilidade perante a opinião pública e relegando ao PMDB projetos nefastos para a sociedade estão sendo colocado em pauta para a votação.

O PT de Dilma ganhou as eleições em outubro passado e, em contrapartida, vem sendo corroída toda a governabilidade da presidenta. A reeleição vem sendo uma tarefa árdua e mal articulada. Além da corrosão da credibilidade que em poucos meses devido à campanha diária e incessante da Grande Mídia contra o partido e, por extensão, as esquerdas.

A incessante novela da crise da Petrobras é o fogo de palha para distrair as atenções para tudo que não se refere a petróleo no Brasil, ou seja, toda a vida material. Não é a toa que cresceu de forma exponencial o explícito autismo neofascista na sociedade brasileira mostrado de forma vergonhosa nas ruas, com ataques explícitos à democracia e pedidos de intervenção militar. Casos de internação psiquiátrica urgente! Não que não que a extrema-direita não existia nos interstício da sociedade, agora perdeu a vergonha de se mostrar sua face mais perversa e ensandecida de ódio aos pobres que se mimetiza na fabricação do ódio contra o PT (em termos psicanalíticos, um elemento de deslocamento da pulsão de morte freudiana). A tarefa desta radical parcela insana da sociedade é travar uma guerra de todos contra todos em especial, jogar os pobres contra eles mesmos.

Na esteira do ódio, uma cambada de deputados parasitas do Congresso Nacional que se insere como tragicamente conservador, irresponsável e canalha.Diante de dias negros dentro de um Parlamento nefasto e desejoso de piorar cada vez mais as condições sociais. Eis o grande câncer que está sendo acometida no governo Dilma: ficar de mãos atadas e olhar perdido no horizonte. Pior ainda é ver um movimento lento e passivo da cúpula do Governo Federal que age como se estivesse no final de mandato e não, como é do senso da ação política, no inicio de mais quatro anos. O PL 4330 é mais um exemplo de como os próximos anos irá se pautar, com ataques aos trabalhadores e as condições de vida da sociedade que mais precisa da atenção do Estado. É altamente preocupante!

TRUMP NÃO FOI UM (NOVO) ACIDENTE DA HISTÓRIA. FOI UMA ESCOLHA!

  Quase todas as tentativas de explicação que surgem do campo de uma Esquerda, magnetizada pelo identitarismo, é de uma infantilidade atroz,...