O comboio de refugiados haitianos
que aportaram em São Paulo proveniente do Acre lembra aquelas atitudes
fascistóides de algumas prefeituras que empurram mendigos e sujeitos indesejáveis para as cidades vizinhas. Um caso bem conhecido
foi as atitudes da prefeitura da cidade paulista de Campinas que despejou, na
calada da noite, um montante de moradores de rua em cidades vizinhas.
Ora, após esta postura canalha de empurrar tais
refugiados como se fossem "lixos humanos", o governador petista do
Acre, Tião Viana, vem dizer que a "elite paulistana é preconceituosa"
por não querer acolher a "encomenda". Até pode ser (e realmente nossa
fina elite paulistana é preconceituosa em diversos momentos e situações!), mas
sobejamente mais preconceituosa e cretina é a postura do governador acreano em
deixar seu "entulho" na porta do vizinho.
Assim temos a desastrosa política "humanitarista" do Governo Federal, que se aventurou a brincar de polícia da ONU no Haiti e, de quebra, recebeu um pepino internacional chamado "refugiados haitianos" para os governadores locais descascarem a encomenda.
Logo, entre as frestas do inútil bate-boca entre governos de São Paulo e Acre, o Governo Federal, responsável direto pelo acolhimento desta população sobrevivente haitiana e, irresponsavelmente, finge que o problema não é da esfera do Itamaraty e nem do Ministério da Justiça. Quanto à estes dois setores governamentais, um ensurdecedor silêncio.
A grande questão é o que fazer com esta população, que pode ser bem vista no centro velho paulistano, vagando sem rumo e sem nenhuma esperança de tempos menos sofridos. O que o Brasil tem a oferecer a esta gente, além de estéreis trocas de bravatas politiqueiras que não contribui em nada a sanear o grave problema já instalado?
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