domingo, 19 de outubro de 2025

NA ONDA NEOLIBERAL, UMA DEMAGOGIA POPULISTA — MAS PODE CHAMAR DE "COTISMO"

 


Como é delicioso o cinismo desta Ex-esquerda neoliberal, que opera como capacho obediente do grande capital. Fernando Haddad é o símbolo desse capachismo de Ex-esquerda. Ora, se o cotismo é como uma "reforma agrária", como afirma Haddad, então por que não tenta lotear os latifúndios do agronegócio para os trabalhadores?

Em vez de ampliar a diversificação e universalização do acesso e melhorar as condições efetivas da educação no Brasil, o raso e sensacionalista populismo cotista naturalizou-se nas práticas governamentais diante da pavimentação do deserto de futuro imposto pela ideologia neoliberal.

O "cotismo" era o prêmio de consolação, usado como esfarrapada desculpa provisória diante das históricas disparidades econômicas da classe trabalhadora brasileira, para "melhorar a educação".

Para não trabalhar por um Estado de bem-estar social permanente, com mudanças estruturais na sociedade brasileira, a opção "negociada" da ex-esquerda neoliberal — no poder desde 2002 — foi a lógica eleitoral do assistencialismo imediatista, de menor impacto frente aos interesses da burguesia. Porém, como era previsível, a mentira do "cotismo provisório" cristalizou-se como "verdade inquestionável" e tornou-se um engodo permanente.

Nada se cria, tudo se cotiza! Nada mais simplista e demagógico do que dar uma "canetada" governamental criando "reserva de mercado" para vagas em universidades públicas e concursos públicos — em especial, aqueles que oferecem altos salários.

Portanto, fomentar a ilusão da ascensão social via cotização de "vagas universitárias" ou concursos públicos cristalizou-se na sociedade, sem levar em conta a realidade econômica de rebaixamento dos salários nominais e da perda efetiva do poder de compra por parte da classe trabalhadora. Sendo assim, a precarização da vida tornou-se peça integrante da farsesca propaganda da "nova classe média", cada vez mais endividada e sem rumo.

Para alimentar a insanidade pós-moderna, existem aqueles que acreditam, como hercúleos catequistas, que o fetichismo do cotismo é um "projeto de esquerda" — com um punhado de vagas —, quase um "socialismo tupiniquim"! Karl Marx se revira no túmulo nestas horas alucinógenas! O mais insano é achar que o cotismo é a nova prática de Robin Hood da pós-modernidade, como se a burguesia realmente trabalhasse e estivesse ocupando cargos nos serviços públicos... Haja chá de cogumelo para essa malta de aloprados!

No jogo da coberta curta — em que se puxa de um lado e se descobre o outro —, o cotismo ampliou o ilusório discurso do alpinismo social diante da nefasta onda identitária. Ademais, ainda temos uma farsesca guerra cultural entre oportunistas e falsas oportunidades.

Com o passar do tempo, no Brasil do deserto neoliberal, os índices educacionais seguem catastróficos, o analfabetismo funcional avança, e a demagogia da tábua de salvação do cotismo continua em alta.

As vagas das universidades públicas transformaram-se, justamente, nessa torpe tábua de salvação, usada para mascarar pífias e demagógicas políticas públicas. E, sendo assim, segue a todo vapor para projetos eleitoreiros de políticos de plantão.

Por sinal, a eleitoreira Ex-esquerda neoliberal abraça o sadismo da Direita e finge demência para ignorar que tais medidas cotistas esbarram no universalismo democrático preconizado na Constituição Federal de 1988.

Enquanto isso, entra e sai governo, com diferentes fantasias ideológicas, mas o Ministério da Educação (MEC) segue sendo loteado pela lógica neoliberal dos interesses espúrios de empresários, ONGs e fundações privadas — como é o caso do famigerado Conselho Nacional de Educação (CNE).

(Wellington Fontes Menezes)


👉 PARA SABER MAIS: https://www.terra.com.br/noticias/educacao/haddad-diz-que-reservar-50-das-vagas-universitarias-para-escola-publica-equivale-a-reforma-agraria,4652356d033a0f44c67714468f63a0cc3xcya5jh.html 

 

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