quarta-feira, 21 de março de 2018

Psicotismos de culturalistas e extrema-direita contribuem para ampliar a violência endêmica no Rio de Janeiro



Na onda da identidade como construção egoica única do sujeito em detrimento de toda a realidade material existente, o surto psicótico culturalista identitário está em epifania com a execução da vereadora do PSOL. Neste campo, tal grupo se soma com a extrema-direita e transforma uma amálgama de puro delírio psicodélico em prol de amplitude de medidas grotescas de coerção social.
Ao contrário a insistência narcísica por uma "moda identitária", uma mártir que tais grupos tanto buscariam encontrar, Marielle não foi executada por ser negra, ser mulher, ser "favelada" ou por sua sexualidade, bandeira narcisicamente exaltada pelo curto mandato da vereadora e dos grupos que ela se propôs a representar, mas foi produto nefasto do crime organizado que plasmou a vida social do Rio do Janeiro e reflete um quadro de "mexicanização" do país. Sim, foi assassinato com interesses políticos e não por condição de identidade a vereadora. O crime organizado com braço nos agentes públicos, em particular de policiais, não tem interesses simplistas em querelas identitárias, mas essencialmente econômicos.
Ao ficar apostando nas querelas da "execução identitária", tais grupos culturalistas que exaltam uma visão com simplificação unidimensional, vitimista e maniqueísta da vida material, negando a luta de classes e a dominação do capital, contribuem para a pauta dos grupos mais reacionários da sociedade. Por sinal, inclusive, estão na mesa esteira ideológica da criminosa e manipuladora Rede Globo, propagando o discurso da militarização da vida social com a intensificação das forças violentas estatais na figura do exército e profundando a violência social endêmica.
É preciso esclarecer com total profundidade a execução covarde de Marielle e desarticular os terríveis tentáculos destas organizações criminosas e os interesses do grande capital, sem cair no discurso reducionistas com tom masoquista de grupos culturalistas e na fabricação do ódio social da extrema-direita. Todavia, é preciso lembrar que estamos imersos em um golpe de estado o qual o país sucumbiu ao estado de exceção o qual resultou diretamente na banalização da violência que vitimou a vereadora carioca. O fosso é muito mais profundo e vai além de meros devaneios narcísicos.

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