Somente um ingênuo poliano poderá acreditar que forças militares
que não tem menor experiência em áreas urbanas de densidade populacional de
alta complexidade com nível de pobreza avassaladora e nunca penderem sequer um
moleque que toma conta de "boca de fumo" poderá "acabar"
instantaneamente com o crime organizado no Rio de Janeiro.
Todas as experiências com militares ocupando o Rio de Janeiro desde 1992,
na orquestração de grandes eventos, se mostraram apenas um teatro midiático
inútil e perdulário aos cofres públicos. O Rio de Janeiro vem sendo um perverso
laboratório que mostra de como não fazer segurança pública: fracassos e mais
fracassos retumbantes vivendo de pirotecnia e testosterona dos seus agentes
públicos de segurança. O sucateamento das polícias e a crise das UPPs mostraram
que a segurança pública nunca foi prioridade real nos seguidos governos
fluminenses.
Desde quando as operações do
narcotráfico é novidade naquele estado e quem disse que nas favelas se produzem
drogas e armas? Tropas militares têm tarefas constitucionais de proteção de
fronteiras e fiscalização de tráfego de armamento e materiais ilícitos.
Qualquer soldado com alguns neurônios com ou sem patente sabe muito bem de tais
premissas! O resto é conversa para otário acreditar que a imposição de estado
de sítio garantirá a sua liberdade e segurança!
A intervenção federal de caráter
militar no Rio de Janeiro é uma afronta à qualquer sentido de democracia no
âmbito federativo. A covardia golpista do governador Pezão mostra o nível de
cinismo e escrotice que se instalou no governo fluminense, maior responsável
pelo estado de desertificação da segurança pública local. Ademais, o que temos
de fato é um grande ensaio que poderá ter consequências nefastas no escancaramento
do estado de exceção imposto pelo golpe de estado de 2016 comandada pelo
mafioso Michel Temer e os parasitas golpistas do PSDB e PMDB com todo o apoio
da burguesia golpista nacional.
Enfim, deve-se ressaltar que não
há mais nenhum limite ético-jurídico e muito menos político no cenário caótico
do Estado brasileiro. Estamos diante de um nefasto período histórico no país
que somente pode ser comparado aos tempos sombrios no marco trágico de 1964.
Não existe mais nenhuma segurança jurídica que possa dar algum atenuante ao
estado de caos golpista que parasita o Brasil sendo que as principais
instituições jurídicas são integrantes da coalização que alicerça a conspiração
golpista.
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