O mundo hoje caiu sobre a cidade de São Paulo. Em
pleno golpe de estado que viceja no país, o candidato fabricado pelo governador
tucano paulista, Geraldo Alckmin, o burguês milionário João Dória é
surpreendentemente eleito prefeito de São Paulo. Algumas breves lições deste episódio pantomímico
para a vida paulistana e os destinos do país.
A pergunta que se faz é quem é o tal de João Dória? Como qualquer vácuo político deixando por algum contexto dilacerante da vida política social, tal como foi o caso do golpe de estado aplicado no país neste ano, Dória foi um
ilustre desconhecido que seque vive corriqueiramente no país, não sabe quantos
bairros tem na cidade, exceto os Jardins, onde ele tem seu luxuoso palácio. Com
uma campanha milionária e desproporcional com relação aos seus concorrentes, o
poder de décadas ininterruptas da máquina paulista tucana do governador Alckmin
e uma imprensa que é bem paga para impor um fascismo midiático sobre a
população, Dória passou de um ilustre desconhecido para um desconhecido eleito
prefeito da maior cidade do Brasil!
Dória que após ter comprado votos para se eleger em
seu próprio partido, o PSDB e criar um racha interno nele, com uma curta
campanha eleitoral imposta pela mostrenga legislação eleitoral criada pelo
ex-presidente do Congresso Nacional, Eduardo Cunha, o mesmo deputado que foi
cassado e pivô central do golpe parlamentar, recebeu de braços abertos, neste
domingo uma massa hipnotizada pela grande mídia fascista elege-o em primeiro
turno. A mesma massa que tanto Dória, o burguês “grã-fino” dos Jardins, ter
tanto asco! Um surreal feito inédito nas eleições com modalidade em dois
turnos, para levar todo atraso reacionário na
cidade nos próximos quatro anos. Em síntese, Dória é quase um
completo imbecil político e um malandrão das falcatruas lobistas da calada da
noite.
Quem votou de fato na invenção eleitoreira tucana de Alckmin sequer chegou
a conhecê-lo! Um voto no escuro teleguiado pela grande mídia fascista no leito
do discurso de ódio anti-PT que atingiu em cheio a reeleição do petista
Fernando Haddad. O sempre sorridente Dória sabedor declarado de que nada melhor
do que um bom caviar e champanhe francesa feita com as melhores parreiras, não
passa de um burguês típico da herança colonial paulista cujas suas empresas nada
produzem, sequer um palito de fósforo, mas apenas lucram com lobby e tráfico de
influência. É o tipo escroto paulistano da "high society" que tem
nojo de pobre, cospe na cara deles e defeca, sem pudor algum, em suas
cabeças... Tudo que uma boa embalagem marqueteira fez foi maquiar o produto e
dizer o debochado slogan: "João é trabalhador". Qual trabalhador? A
grande mentira é que, exceto a labuta em ser bibelô de festas colossais para
mimar milionários parasitas, Dória jamais trabalhou na vida!
Com a campanha do fascismo midiático anti-PT, os
fracionamentos narcísicos entre as esquerdas e a perda de diálogo com mais eficiência
com classes mais pobres, abriu-se espaço para os partidos que protagonizaram a
derrubada da presidenta Dilma se consagrasse em um retumbante espetáculo de
puro horror político e osmose fascista por quase todas as regiões paulistanas. Dória foi o líder do movimento de burgueses ricaços chamado "Cansei", visando derrubar o governo Lula em 2007. Lembrando que o foco fascista de irradiação do ódio anti-PT e dos movimentos da direita e da extrema-direita de derrubada do governo Dilma como as marchas do ódio anti-PT na Avenida Paulista tem como protagonismo principal a cidade de São Paulo.
Dória, agiu como bom poodle tucano e rezará pela
cartilha ultraliberal e entreguista do PSDB, já prometeu que irá vender tudo
que for possível e derreter o patrimônio público e com propostas de campanha
cínicas e estapafúrdias, humilhantes tal como prometer pobres se consultar em “postos
móveis” às madrugadas dentro de caminhões, a população mais carente paulistana
irá certamente comer o pão que o Diabo amassou com o bico tucano. Claro, a senzala
não poderá faltar ao trabalho servil durante o dia e terá que se consultar
durante a madrugada!
O mais tétrico do circo patrocinado pelas eleições
paulistanas de tudo é o farsesco discurso “anti-política” do político Dória que
é marca principal da retórica fascista de manipulação de massas em tempos de
estado de exceção imposto no país: a negação da política. O sujeito cai de
paraquedas em uma prévia partidária, compra votos para se eleger, é capacho do
atual governador, torra um volume astronômico na campanha eleitoral, manda
publicar pesquisas fajutas nos principais meios de comunicação da cidade e,
além disto, é suspeito de mandar pichar monumento histórico público somente
para atacar o atual prefeito e, cinicamente, diz que não é “político”?
Fato que deve ser destacado é estrondoso analfabetismo
político marcado protagonismo dos paulistanos mais pobres das periferias que
foram lobotomizados no mais puro clima de ódio fascista anti-PT e a desconstrução e distorção sistemática da grande mídia fascista da idéia de política na vida pública por parte da população. Além disto, o destaque o número de abstenções, nulos e votos em branco é superior ao número do prefeito eleito. O fascismo se alimenta do analfabetismo político e o desprezo da democracia para vingar em uma dada sociedade.
As classes mais pobres, que sempre foram mais simpáticas às candidaturas petistas, demonstraram nas urnas uma espécie de ingratidão das conquistas mínimas já alcançadas e promovidas pelo partido do atual prefeito paulistano e, canalizadas pela política do cabresto midiático, parecem renunciar à um futuro melhor do que a servidão às elites patronais e a porrada cotidiana imposta pelo grande aparato de opressão da burguesia cruel e impiedosa. Variar, tardiamente, o arrependimento virá logo mais, com sangue das agressões policialescas, desemprego, precarização e muita dor.
As classes mais pobres, que sempre foram mais simpáticas às candidaturas petistas, demonstraram nas urnas uma espécie de ingratidão das conquistas mínimas já alcançadas e promovidas pelo partido do atual prefeito paulistano e, canalizadas pela política do cabresto midiático, parecem renunciar à um futuro melhor do que a servidão às elites patronais e a porrada cotidiana imposta pelo grande aparato de opressão da burguesia cruel e impiedosa. Variar, tardiamente, o arrependimento virá logo mais, com sangue das agressões policialescas, desemprego, precarização e muita dor.
Nada mais convincente à uma massa que a intensificação
da política de propaganda da escola nazista de Joseph Goebbels. Quanto a isto,
as esquerdas tem uma incrível capacidade letárgica ao não saber fazer leitura
de conjuntura para poder atuar perante a dimensão social reinante em um dado
momento histórico dominando pelas forças mais reacionárias e conservadoras. Diante da tragédia anunciada, o que as esquerdas, em
São Paulo, agora irão fazer? Continuarem a se mutilarem entre si com foices no
escuro, ficarem discutindo sobre inócuos narcisismos sexuais de egos fugidos do divã ou
debulharem em lamúrias patéticas de maridos traídos, a “política do corno manso”,
que vem agradando aos ouvidos da conformidade passiva perante a barbárie
entanto a direita tratora sem nenhuma piedade?
É preciso a conscientização que o fascismo venceu em
São Paulo e a prova que “pobre de direita”, hipnotizado por uma mídia fascista,
é o fenômeno que mais causa dano a qualquer democracia que busque se libertar
da barbárie. São Paulo é o carro-chefe do fascismo à brasileira e isto jamais
poderá ser desprezado perante o futuro cenário que está se formando após a
consolidação do golpe de estado. Sim, estamos todos fadados a tempos de treva duríssimos que cairá sobre a cidade mais fascista do Brasil.
A vitória acachapante do pacto entre a grande mídia
fascista e Alckmin é a certeza que o projeto do governador será levado à cabo
até as últimas consequências até ele ser entronando o novo presidente em 2018
para ser aprimorado ainda mais o estado de exceção na nova vida política velha
brasileira. A treva é só o início do mundo maldito que a direita e seus
extremos irão conduzir esta nação.
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