Será que vamos chegar ao limite de colocar na presidência um playboy e seus vícios privados e destilados profanos? As liberdades civis devem ser respeitadas, logo, cada um tem a liberdade de fazer uso substâncias tóxicas e ser responsável por seu uso conforme prega as leis e suas eventuais sanções. Todavia, a questão que merece ser levado em conta é: como é possível colocar no cargo maior do país uma figura que notoriamente teve ao longo de sua vida política questionáveis condutas pessoais que até seus colegas políticos mais próximos criticaram em público?
Em entrevista ao atucanado Programa “Roda Viva” da paulistana TV Cultura exibido no mês de junho corrente, o presidenciável do tucano PSDB, o senador Aécio Neves tem grandes constrangimentos para responder as perguntas dos jornalistas sobre seus vícios habituais. Oras, como poderia ser tão atípicas perguntas sobre drogas em um programa escrachadamente tucano a um sujeito como Aécio? Por que nenhum outro candidato a presidência em 2014, por mais tosco que se apresentou ao eleitor, recaem suspeitas similares? Será mera coincidência que o nariz de Aécio seria tão virgem como a Linha do Equador das garotas da boca do lixo da paulistana Rua Aurora?
Não temos dúvidas do que está em jogo nesta eleição presidencial é o plebiscito que a mídia criou entre continuar o PT ou tirar o PT na figura da presidenta Dilma Rousseff. Como sendo uma eleição “pleicitária”, as alas mais conservadoras e reacionárias fazem de tudo para expulsar o PT do poder. Nem que para isto se faça o uso de empurrar um toximaníaco e alcoólatra contumaz destrambelhado na presidência, tal como fizeram ao entronar no Planalto o playboy de Alagoas, Fernando Collor de Melo, em 1989. O tempo amarelam as páginas dos jornais, mas as velhas fórmulas continuam de remendar a política com trastes que buscam criar uma farsesca maquiagem de "moderno".
Antes que os desavisados de plantão chiem, é bom lembrar que não vamos nos basear num falso moralismo no que tange ao suspeito nariz irrequieto de Aécio. Todavia, merece ser sempre ressaltado, que é muito "curioso" notar que tudo que a mídia joga contra o PT e a presidenta Dilma parecer "colar", porém nada parece aderir aos tucanos do PSDB. Como se o partido tucano fosse batizado nas águas da canonização e jamais poderiam cometer nenhum “desvio ético”, ou seja, uma “sacralidade tucana”! Diga-se de passagem, que água não é uma boa metáfora uma vez que a administração tucana de Geraldo Alckmin conseguiu de fazer a grande proeza de transformar a abundancia da água em artigo de luxo em São Paulo. Será outra mera coincidência esta forma tão dispare de tratar petistas e tucanos? Ninguém que opera na política merece o “status” de santo, todavia somente um grupo vai para o Céu e o outro o Inferno total e absoluto sem direito ao Purgatório.
Agora, imaginamos se o suspeito de "empoeirar" as narinas recaísse no nariz de alguém como Dilma? Quais seriam os histéricos estardalhaços que a Grande Mídia iriam fazer contra o PT e Dilma? Certamente teríamos na capa da fascistóide Revista VEJA com a foto da presidenta ao lado de algum helicóptero de cocaína leríamos o titulo em letras garrafais: "Dilma cheira tudo!". No caso, quem teve problemas de apreensão de helicóptero recheado de cocaína e aeroporto clandestino da família, curiosamente, foi o candidato tucano, o senhor Aécio Neves. Como o helicóptero apreendido foi ligado à família dos Perrelas em Minas Gerais teve ou não ligação com Aécio, não se teve mais notícia da investigação. Certeza mesmo foi que o aeroporto construído na gestão de Aécio no governo mineiro em terreno de seus familiares, na cidade de Claudio, era utilizado na rota do tráfico de drogas. Será tudo mera coincidência? Como Aécio Neves é o mineirinho queridinho da Grande Imprensa que recaem tais lodaçais suspeitas, nada acontece ao nariz do tucano que segue livre para sorver todo o pó do lixo editorial dos grandes jornalões e revistas da Grande Mídia canalha brasileira.
Neste projeto nacional conservador reacionário de criar o "ódio anti-petista”, na campanha da direita e da Grande Mídia contra qualquer governo mais progressista, seja no Brasil, seja na América Latina, é certo que tudo vale o que tiver em mãos ou próximos do nariz. Até mesmo empurrar uma criatura nefasta para criar a ridícula imagem que a "mudança" sairá do bico empoeirado de um playboy mineiro. Somente com muito pó nas narinas e nos demais poros sorvedouros para acreditar na prosopopéia da "mudança tucana" apregoada pela Grande Mídia, o maior cabo eleitoral de Aécio Neves.
Portanto, aos recalcados e reacionários que pensam em votar em Aécio Neves, precisam ter a consciência que seu o digníssimo eleitor estará, no mínimo repetindo a trajetória desastrosa do outro playboy, o de Alagoas no fatídico ano de 1989. Agora, se Collor foi uma tragédia, agora Aécio se apresenta como farsa escancarada.
Diante do teatro dos horrores que se avizinha, a maioria sabe (ou se recusa a saber) das consequências de empurrar um outro playboy irresponsável na Presidência da República. Uma coisa é votar contra o PT por pura antipatia narcísea, outra coisa bem diferente é recolocar o país no profundo lodaçal do retrocesso e da canalhice generalizada.
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