Em pleno século XXI, a idiotice reina imaculada em todos os excrementos
sociais! Como conseguimos retroceder tão estupidamente no fosso cultural do
nosso tempo histórico?
Desde a farsa da distorção histórica até o mais
embusteiro discurso do vitimismo chantagista, embalando a demagogia que envolve
o loteamento de vagas cotistas em concursos públicos, a sofrência dos neurônios
é o carro-chefe da vida na era pós-moderna neoliberal.
Naturalizou-se a estupidez como força-matriz de
um discurso do qual tanto a Extrema Direita quanto a Direita Identitária —
fantasiada de "Ex-querda" neoliberal — se beneficiam, lucram e
despejam uma artilharia de sandices sobre a política e a vida social.
Mesmo amparada por um mínimo de razoabilidade,
toda e qualquer crítica ou questionamento, hoje, transforma-se automaticamente
no confortável e punitivo "preconceito". Discordar das mais toscas e
monstrengas bizarrices, defecadas em nauseantes "rodas de conversa"
ou em praça pública, pode fazer com que o sujeito seja taxado de um insólito
"racista", "machista" ou "alguma coisa-fóbico"!
O modelo neoliberal de cerceamento da vida e
dos neurônios construiu um inacreditável aparato de controle psicossocial que
nem Adolf Hitler ou Joseph Goebbels poderiam sonhar no alvorecer do Terceiro
Reich.
Na "zona de conforto" dos “outros
saberes” (novo termo que oculta a picaretagem retórica!), onde repousa
tranquilamente o charlatanismo identitário, nenhuma crítica pode ser feita aos
neofascistas fantasiados de supraentidades do ancestralismo de gogó.
A prepotente picaretagem desses grupelhos não
tem limite! Pior ainda é dar destaque a todo tipo de charlatão com adorno da
Shopee na cabeça, surfando na onda das identidades de araque, afirmando ter
soluções mágicas para tudo no universo terráqueo: para os dramas sociais, para
a Educação, para a Psicanálise e até para o ensino de Matemática! Agora,
inclusive, surfando na reunião mundial, surgem as “soluções ancestrais” para a
crise climática! Poupe-nos de tanto cinismo grotesco que debocha de nossas
poucas sinapses de inteligência!
O que a turma fashion do “misticismo
identitário” vai fazer na COP30, a cúpula mundial sobre a crise climática? Será
que um sensacionalista "trabalho" de curandeirismo empoderado
quilombolesco vai resolver o problema estrutural da crise provocada pelo Grande
Capital? Será que dirão que tudo é “culpa” de um tal “racismo ambiental” — o
bordão-mor da porra-louquice identitária —, acusando que a natureza é
"racista" e só ataca, exclusivamente, a
mulher-preta-empoderada-quilombola-etcetera e muito blablablá?
Trocando em miúdos: a retórica do
charlatanismo fantasiado de “racismo ambiental” é a forma que os servos
identitários encontraram para retirar a culpa de seus patrocinadores capitalistas
e jogá-la nos ombros do bordão mágico do “preconceito”! Que maravilha! Mais
subserviente, impossível!
Depois, com o peito estufado como pombo em
busca de farelo de pão, vem a turma da Ex-querda neoliberal reclamar dos
charlatões da Bíblia que se intrometem na política! Ah, vá…
Entre a turma do terreiro e a malta que
sequestra a Bíblia com arma na mão, o que não falta é um tosco negacionismo do
mundo real, praticado pelos capachos culturalistas do capital, que desconhecem
qualquer vergonha na cara e se nutrem de uma ganância desmedida para se
aproveitarem dos farelos patrocinados pelo Grande Capital. Em suma, é uma
overdose inescrupulosa de oportunismo rasteiro!
Que tempos de puro suco de mediocridade
civilizacional! O neoliberalismo é a desertificação do futuro — e transforma o
presente em água de vaso sanitário entupido. Saravá, amém!
(Wellington Fontes Menezes)