A literatura brasileira virou uma xepa de feira das "escrevivências", ou seja, a amorfa auto-ajuda vitimizada. O enredo é, invariavelmente, o mesmo, onde o eu-lírico é o próprio autor, direta ou indiretamente, que induz o leitor a sentir piedade da dor e orgulho da "volta por cima" do auto-personagem, diante de um mundo sempre "preconceituoso". Logo, todas as agruras do mundo se tornam "vozes silenciadas". Será?
O eufemismo do "silenciamento" em voga na boca de lacradores, significa que é a hora e a vez do jaguncismo ser "ouvido" por todos! É o autoritário " narcisismo das pequenas diferenças", descrito por Sigmund Freud, imposto via autoritarismo egoico em detrimento da saúde mental alheia. É um espelho do que acontece nas redes sociais, onde a ignorância é o carro-chefe de sujeitos que nunca abriram um livro, mas se acham especialistas em tudo!
Itamar Viera é da turma de tagarelas lacradores que não tem, absolutamente, nada para dizer, exceto o choramingo da vitimização. Assim como a marqueteira lacradora-rainha, Conceição Evaristo, e as lacradoras-mirins, como a garota-propaganda Djamila Ribeiro, a figura non sense de Itamar Viera é fruto da desertificação da cultura brasileira e parido como mercadoria criada para consumo instantâneo de um segmento da classe média que pensa, pretensiosamente, ser intelectualizada e "progressista" por aderir ao ideário culturalista neoliberal.
Sem horizonte de futuro, o Brasil faz suas braçadas em um pântano que não encontra vazão para prosseguir. Estamos diante de um atoleiro, vivendo um dia de cada vez, onde a miséria cognitiva é resultante de um mundo onde o neoliberalismo se impõe como hegemônico e doutrinário. Todavia, em terreno onde o neoliberalismo se estabelece como via única, nada cresce, exceto a alienação e a ignorância da miséria humana.
(Wellington Fontes Menezes)
Para saber mais: https://www.estadao.com.br/cultura/literatura/a-literatura-abraca-historias-que-querem-ser-contadas-porque-nos-foram-negadas-diz-itamar-vieira/
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