quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

HOLOCAUSTO À BRASILEIRA: BOLSONARO APOSTA NO CAOS COMO PROJETO DE PODER

O Brasil se transformou em um verdadeiro pesadelo sem fim. Não há um dia de trégua para a lucidez mínima de quem sobrevive no Brasil, enquanto Jair Bolsonaro prossegue com a sua política de destruição massiva em todos os setores da sociedade. No vórtice da maior crise sanitária de todos os tempos, o país atingiu o incrível e macabro saldo de 8,5 milhões de contaminados e 210 mil mortos por COVID-19, em números oficiais do Ministério da Saúde. Diante deste genocídio, Bolsonaro faz de tudo para ampliar a extensão da pandemia e consegue mesmo diante dos inúmeros sepultamentos diários.

Sem contar as questões deficientes de logística e suprimentos para atendimento público aos contaminados pela COVID-19 por todo o país, resultado imediato da escassez de políticas coordenadas de combate à pandemia, o Brasil chegou até mesmo à monstruosidade da falta de oxigênio nos hospitais da cidade de Manaus.  Sintomaticamente, tal situação começa a se alastrar para outras capitais e cidades no interior do país. A sistemática e coordenada negligência do Governo Federal para desorganizar o atendimento público ao combate à pandemia é a política imposta por um genocida Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, uma caricatura ambulante de um militar estúpido e fanfarrão que não passa de um fantoche das perversões assassinas de Bolsonaro.

A aposta de Bolsonaro é para o caos no país, daí a sua insana “política anti-vacina” e o impedimento de acesso às vacinas para imunizar toda a população. Bolsonaro e sua equipe de genocidas do Ministério da Saúde fizeram de tudo para atrasar todos os procedimentos para a vacinação em massa e colocou a ANVISA, agência de vigilância sanitária, no cabresto para dificultar ao máximo a concessão de aval para o uso emergencial das novas vacinas para combate à COVID-19. Outro exemplo da política em prol do holocausto à brasileira foi a questão da displicência para a compra de insumos para a produção de vacinas para abastecer os laboratórios nacionais.

Bolsonaro colecionou polêmicas absurdas com o governo da China para agradar o seu ídolo, o presidente estadunidense, Donald Trump. O resultado é a pouca atenção do governo chinês para a venda de insumos e produtos voltados para o tratamento e proteção contra a COVID-19 para o Brasil. Em meio à uma pandemia, a insanidade mundial diante da divisão internacional do trabalho é a dependência do planeta dos insumos farmacêuticos produzidos prioritariamente no parque industrial chinês. A desindustrialização mostrou o lado mais caótico da dependência brasileira aos mercados internacionais, em particular, a submissão à produção chinesa.

O caso das contendas estapafúrdias que Bolsonaro criou com o governo chinês, no campo da política externa, permitiu que o país se tornasse referência para piadas internacionais. A política externa bolsonarista fez com que a imagem do país tenha o mesmo nível daquilo que um gato enterra na areia. A recente história do Itamaraty, pautada por políticas externas com um certo pragmatismo da "Realpolitik" das Relações Exteriores, se transformou, mediante os milicianos de Bolsonaro, em uma casa de meretrício do sanatório povoada por alucinados irradiadores de ensandecidas teorias da conspiração e da visão deturpada da realidade. Curiosamente, ainda no plano internacional, no final de 2020, a “Organized Crime and Corruption Reporting Project” (OCCRP), uma plataforma de jornalismo investigativo, agraciou Bolsonaro com o título de “pessoa corrupta do ano de 2020”.

Diante do show de horrores patrocinado por Bolsonaro, eclodiu o velho oportunismo do governador de São Paulo, João Dória, em torno da "guerra das vacinas", visando apenas antecipar a corrida presidencial em 2022. Por sinal, o oportunismo sempre foi o estratagema de Dória que se elegeu na somatória grotesca da onda antipetista promovida pela grande mídia golpista e o espectro do bolsonarismo, usando à exaustão o patético slogan do “BolsoDória”. Diante do vácuo político da desorientada “oposição” à Bolsonaro, posando-se de mocinho no lançamento da campanha de vacinação "oficial" do estado de São Paulo, por sinal, que só existe na publicidade governamental, Dória é tão responsável pelo genocídio, mesmo tentando se fazer de “herói”, quanto o seu ex-ídolo e ex-aliado, Bolsonaro. Como toda a realidade brasileira, se transformou em um gigantesco espelho distorcido, apostando no desvario que assola a sociedade, entre a encenação do amor e do ódio, Dória se vende agora como o “anti-Bolsonaro”. Quem quer comprar esta embalagem vendida pelo caixeiro midiático do Palácio dos Bandeirantes, deve se atentar ao conteúdo impregnado de neoliberalismo nefasto e ao sorriso de cinismo sem nenhum pudor, das práticas políticas.

Ao contrário do que o senso comum possa inferir, o perverso Bolsonaro não é tão burro quanto parece. O mais escroto dos presidentes da “era democrática”, só se faz de boçal e promove o que sempre fez durante toda a sua vida inútil na Terra. É preciso deixar bem escancarada a política de promoção do holocausto à brasileira de Bolsonaro: promover o maior número de mortes possível, invocar a insanidade como plataforma política, ampliar a mentira e a desinformação para turvar o senso de direção da sociedade e, é claro, como um bom mafioso, proteger as práticas milicianas de sua família de psicopatas.

As perversas e genocidas elites econômicas desta nação que fizeram de tudo para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff, ainda toleram Bolsonaro somente devido às práticas genocidas da política do neoliberalismo suicida do tosco ministro da Economia, Paulo Guedes. Todavia, como era de se esperar, acreditar que a aplicação de políticas macroeconômicas diante de um país complexo como o nosso, seria o mesmo que administrar um boteco ou fazer algumas jogatinas de espertalhão em bolsa de valores, só poderia gerar retrocessos históricos e milhares de bocas famintas e adoecidas. Sedentas por lucros rápidos e fáceis, estas mesmas elites ainda não perceberam o quanto está sendo nociva ao desenvolvimento produtivo, a anti-política de Guedes, ao desestruturar os setores produtivos da economia industrial. Um sintoma desta passionalidade classista é a Rede Globo, histórica voz ativa das elites nacionais e responsável direta pelo golpe de 2016, condena a posição política de Bolsonaro em seus telejornais, mas não diz um pio quanto ao descalabro econômico de Guedes. 

Com uma desnorteada população cada vez mais exaurida pela pandemia, conformada com o oceano de doentes e mortos, desemprego estratosférico com ou sem algum auxílio para sobrevida, sem uma oposição política real e articulada, Bolsonaro aposta todas as suas fichas no caos e no golpismo para permanecer no cargo, com ou sem eleições em 2022. Não vamos nos iludir, pior do que uma pandemia avassaladora é ter um fascista no poder que ainda consegue cativar parte significativa do apoio popular, para seus projetos de irradiar um holocausto à brasileira.

Bolsonaro é um genocida que se orgulha de impor o caos sem pudor algum e o faz gargalhando. O monstro que as elites econômicas e seus papagaios neoliberais criaram precisa se detido o quanto antes: primeiro para salvar vidas, segundo para salvar a economia que chafurda na lama e em, terceiro lugar, evitar um conflito político sem precedentes em 2022. O circense 06 de janeiro de 2021, nos Estados Unidos, mostrou ao mundo como a extrema direita estadunidense pode ser destrutiva com sua coreografia de militantes bizarros, ao zombar de uma democracia festejada como a “suprema” do planeta. Com dores de cotovelo, após a derrota eleitoral que o impediu de ficar mais quatro anos no cargo, bastou o presidente Trump convocar sua horda de fanáticos da extrema direita para fazer zombarias no Capitólio. A lição do egocêntrico bilionário estadunidense foi dada: questionar o processo eleitoral, difundir mentiras sobre o voto popular, alucinar a matilha de apoiadores fanáticos com as mais delirantes narrativas e "deixar rolar a festa". O que vier será "lucro"! Assim como o seu onanístico ídolo Trump, Bolsonaro jamais teve o menor apreço à democracia e a qualquer coisa que faça algum sentido de realidade. Trump e Bolsonaro vivem em um mundo paralelo, narrado pela alucinação e perversão, agem como cães de guarda das gananciosas elites econômicas e rosnam contra os trabalhadores para se fingirem de fortes e se sustentarem no poder.

No Brasil, a situação será outra e bem pior, caso os episódios do Capitólio se reproduzam em terras de Pindorama no curso eleitoral de 2022, isto é, caso realmente haja eleições até lá, diante de um cenário completamente turbulento e com forte cheiro de esgoto golpista no ar. Vivemos sobre os escombros do golpe de 2016 e a ameaça ainda constante do fantasma de 1964 que ronda o imaginário fascista de muitos nostálgicos da alucinação política. No terreno onde vinga insegurança, medo e ódio, não há muito espaço para a sustentação das bases democráticas. Não foi à toa que um dia após a ANVISA liberar o uso emergencial da vacina que Bolsonaro fez de tudo para atrapalhar, diante de sua claque de fanáticos, soltando a seguinte pérola das catacumbas do golpismo para desfocar o sucesso midiático do seu desafeto, Dória: “Quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as suas Forças Armadas. Não tem ditadura onde as Forças Armadas não a apoiam”. Em qualquer país que desse alguma mínima dignidade à democracia e à Constituição, Bolsonaro teria sido varrido do poder com tais declarações públicas, mas no Brasil, anestesiado pelos constantes golpismos, tudo foi encarado como mais uma pirraça de Bolsonaro.

Um dos fatos mais estarrecedores da fragilidade democrática brasileira foram as atuações midiáticas tão descontroladas do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional para aplicar o farsante impeachment contra Dilma Rousseff, em 2016. Todavia, agora, apesar de todas as atrocidades genocidas de Bolsonaro, ambos os poderes fingem que nada acontece no país e a ação dos seus integrantes fica somente em algumas ponderações oscilantes para satisfazer a imprensa e a opinião pública! A conta do holocausto à brasileira também precisa ser cobrada em cima destes dois poderes que atuam esmagando a Constituição em 2016 e, agora, fazendo o mesmo com a permissividade do judiciário e do parlamento diante dos diversos crimes de responsabilidade de Bolsonaro. Passou da hora do processo de impeachment estancar a sangria bolsonarista em um país que debochou da sua própria democracia e deu margem para que 57,8 milhões de pessoas entronassem um genocida ao poder. É fundamental barrar Bolsonaro e sua milícia de assassinos e fanáticos que promovem a morte, rompendo qualquer fronteira com a sanidade civilizacional.

Nada é seguro de fato neste país, exceto a certeza que a sociedade brasileira perdeu o rumo e não mais consegue se encontrar. A situação nacional é turva, perigosa e genocida. Passamos de todos os limites civilizacionais e assistimos, diante da televisão, as pessoas morrerem sufocadas em hospitais, simplesmente, por causa de uma política proposital de extermínio em massa. Não há outro caminho: Bolsonaro e sua milícia precisa ser barrado, ou seguiremos passivos e desnorteados a contabilizar desgraçadamente os mortos. Impedir Bolsonaro de destruir ainda mais o país é uma desesperada tarefa de sobrevivência para a grande maioria dos brasileiros.


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