terça-feira, 2 de junho de 2020

BRASIL: ENTRE A PANDEMIA E O SANATÓRIO



Quem em sã consciência acredita que truculentas torcidas de futebol estão dispostas a defender a democracia como paladinos da ordem democrática?

Na ausência do futebol, as torcidas  ocupam o espaço da luta pela democracia que deveria ser palco de partidos políticos e setores organizados da sociedade preocupados com a ordem democrática em frangalhos.

Por sinal, os partidos de esquerda estão mais preocupados com querelas eleitoreiras e depois reclamam perderem votos para o discurso psicopata munidos de "fake news" da extrema direita.

Sem encontrarem diante de uma representatividade da classe política, "torcedores profissionais" que nunca respeitaram a democracia, num passe de mágica, agora se materializaram em protagonistas da voz da sociedade que supostamente deseja a manutenção da democracia.

O surrealismo político da miséria brasileira é tão medonho que em meio à maior crise sanitária da história recente com meio milhão de contaminados, o país é palco das ameaças institucionais de um psicopata no poder que jamais poderia ocupar sequer uma vaga de porteiro de condomínio. Por sinal, é na portaria que o profissional é tomado por todas as dores da opressão e segue seu ofício. Bolsonaro, o principal miliciano da república, é apenas um meme de si mesmo e cuja retórica é de um bufão perverso que leva o país ao completo desastre.

Diante da farra do sanatório bozofascista, os demais poderes da república apenas assistem passivos e, no máximo, emitem notinhas inúteis de repúdio.

O rabo não pode correr atrás do cachorro e a covardia social não pode, mais uma vez, deixar que os perversos psicopatas que parasitam o poder possam fazer o que bem entenderem com o destino da nação.

Não se condena a ação dos torcedores que sem futebol ficam a caça de algo para ocuparem o tempo ocioso, mas é intolerável a ausência da ação daquelas organizações sociais que deveriam acordar diante a ameaça real do neofascismo jagunço contra a democracia.

Quando outrora tidos como brucutus e organizadores de conflitos dentro e fora de campo, torcedores de futebol viram inusitados defensores da democracia é sinal que a falta de oxigênio político está em estado crítico e há uma ausência de respirador para salvar a convalescente doente na  UTI: a democracia fragmentada brasileira.

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