Quem
em sã consciência acredita que truculentas torcidas de futebol estão dispostas
a defender a democracia como paladinos da ordem democrática?
Na
ausência do futebol, as torcidas ocupam
o espaço da luta pela democracia que deveria ser palco de partidos políticos e
setores organizados da sociedade preocupados com a ordem democrática em
frangalhos.
Por
sinal, os partidos de esquerda estão mais preocupados com querelas eleitoreiras
e depois reclamam perderem votos para o discurso psicopata munidos de
"fake news" da extrema direita.
Sem
encontrarem diante de uma representatividade da classe política,
"torcedores profissionais" que nunca respeitaram a democracia, num
passe de mágica, agora se materializaram em protagonistas da voz da sociedade
que supostamente deseja a manutenção da democracia.
O
surrealismo político da miséria brasileira é tão medonho que em meio à maior
crise sanitária da história recente com meio milhão de contaminados, o país é
palco das ameaças institucionais de um psicopata no poder que jamais poderia
ocupar sequer uma vaga de porteiro de condomínio. Por sinal, é na portaria que
o profissional é tomado por todas as dores da opressão e segue seu ofício.
Bolsonaro, o principal miliciano da república, é apenas um meme de si mesmo e
cuja retórica é de um bufão perverso que leva o país ao completo desastre.
Diante
da farra do sanatório bozofascista, os demais poderes da república apenas
assistem passivos e, no máximo, emitem notinhas inúteis de repúdio.
O
rabo não pode correr atrás do cachorro e a covardia social não pode, mais uma
vez, deixar que os perversos psicopatas que parasitam o poder possam fazer o
que bem entenderem com o destino da nação.
Não
se condena a ação dos torcedores que sem futebol ficam a caça de algo para
ocuparem o tempo ocioso, mas é intolerável a ausência da ação daquelas
organizações sociais que deveriam acordar diante a ameaça real do neofascismo
jagunço contra a democracia.
Quando
outrora tidos como brucutus e organizadores de conflitos dentro e fora de
campo, torcedores de futebol viram inusitados defensores da democracia é sinal
que a falta de oxigênio político está em estado crítico e há uma ausência de
respirador para salvar a convalescente doente na UTI: a democracia fragmentada brasileira.
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