Estamos na fase da autoverdade onde um fato
imaginário se transforma em "verdade" por si mesmo, sem
questionamentos ou reflexão. Há uma ojeriza pelo conhecimento, fruto do
menosprezo da Educação e banalização do trabalho docente (que por sinal, perdeu
seu papel social ativo para se tornar algo meramente descartável). A veneração
da tecnologia reforça a autoverdade sendo que sua força se processa na
ignorância e arrogância do sujeito que acredita que por si mesmo é dotado de
uma auto-inteligência "mistica", daí o sucesso de todo sortilégio de
meios de comunicação de auto-ajuda.
A comunicação
formal acaba perdendo força em um mundo que ninguém tem mais tempo para nada.
Logo, temos a força mística dos grupos de redes sociais, em particular o
Whatsapp, como a fonte de conhecimento primário do sujeito. Como são relações
horizontais entre seus pares, há um nível maior de confiança e credibilidade da
informação.
Por exemplo, se um grupo de família de WhatsApp a
tia ou avó passa uma mensagem que ela recebeu de algum lugar que nem lembra
mais, sobre o problema da educação seria a patologia exercida pelo "kit
gay", logo automaticamente isto se torna "verdade" para todo o
grupo.
A autoverdade se materializa na sua simples evocação
do sujeito narcísico: "se eu falo, então é verdade e ponto final".
Combater a autoverdade leva tempo, estratégia e a difícil tarefa de reconectar
o mundo ao materialismo iluminismo.
O neofascismo de hoje se alimenta das mesmas
construções do passado, se aproveitando da tecnologia para impor sua linguagem
subliminar de autoverdade em um mundo onde o conhecimento se torna algo a ser
ignorado e desprezado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário