1. A propaganda midiática como arma
Nenhuma guerra é travada apenas com ideologia, ódio, liturgias, destreza e chumbo. As guerras evoluem de acordo com o materialismo e as crenças vigentes nas sociedades de cada época. A partir do século XX, foi necessário algo que pudesse permear o inconsciente social dos indivíduos e fazer que haja uma adesão popular arrebatadora para a guerra ser travada com maior possibilidade adesão popular e êxito: a propaganda midiática.
A Alemanha pré-nazista era um Estado economicamente moribundo após as sanções sofridas decorrentes de sua derrota na Primeira Guerra Mundial, politicamente vivia um clima de uma agitada e frágil democracia e a resignada desesperança reinava por todo o solo alemão. Na guerra entre comunistas e radicais de direita, um partido se destacou no cenário da democracia alemã na República de Weimar: o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (da sigla em alemão, NSDAP), conhecido simplesmente como Nazi (abreviatura do nome em alemão “Nationalsozialistische”) e dirigido por Adolf Hitler. O futuro “Führer” sabia que poderia usar todo este quadro desesperador como trunfo para seus interesses políticos e contou com a colaboração irrestrita de Joseph Goebbels um dos seus mais fiéis parceiros para a articulação e construção do ideário nacional-socialista. Desde a ascensão do partido nazista ao Reichstag em 1930 até a invasão soviética à cidade de Berlim em 1945, Goebbels foi um dos maiores expoentes do núcleo dirigente do fascismo alemão e trabalhou enfaticamente com a utilização massiva com todos os elementos da propaganda midiática de sua época para a construção de mitos e fortalecimento da ideologia nazista. Goebbels tinha uma clara noção de como os meios de comunicação, em particular o cinema e o poder da oratória, poderia permear o tecido social e adentrar o espírito desgastado e ao mesmo tempo aguerrido do povo alemão. O “novo homem” sonhado por Hitler e mitificado por Goebbels passaria necessariamente por um “esclarecimento” das massas arianas contra a “infâmia” do complô judaico-bolchevique. Filmes como “The Jew Süss” (1940), “Uncle Krüger” (1941) e “Kolberg” (1945) são exemplos de clássicos cinematográficos de propaganda nazista e suas produções foram supervisionadas de perto por Goebbels (este por sinal era um aficcionado por cinema e queria transformar as produções alemãs na vanguarda estética de uma “nova era” representada pelo ideal nacional-socialista).
Em terras brasileiras, é difícil imaginar hoje uma residência, por mais precária que seja sem uma televisão. Se procurarmos ao acaso, em algum barraco de qualquer periferia brasileira poderá se encontrado uma geladeira vazia, algumas barrigas roncando e uma televisão ligada com alguns pares de olhos esbugalhados à sua frente. Assim como o rádio que constitui no maior fenômeno de comunicação da primeira metade do século XX, a televisão tomou proporções inacreditáveis em até o inicio do século XXI. Todas as novas mídias contemporâneas são apenas suportes para o olhar na tela. A explosão da internet, em especial com o site YouTube, é o exemplo que a imagem é a lente narcísica do homem contemporâneo.
Antes chamada pejorativamente de “quarto poder”, a Big Media gradativamente galgou espaços significativos e vem se postulando como o segundo poder, apenas perdendo para o Poder Executivo. Por mais relutante que seja esta afirmação para alguns olhares mais sensíveis: não há duvidas que o Poder Legislativo somente vem servido no Brasil para a manutenção da fachada de uma semidemocracia e o Poder Judiciário, de tão moroso e controverso em suas decisões, vem se tornando no máximo um mero apêndice do Poder Executivo.
Para o grande capital, pouco importa se uma nação é democrática ou não. O que de fato tem significado para os empresários e investidores são os elementos norteadores que o governo local imputará à economia e salvaguardas que favoreçam os investimentos privados. Os grandes grupos econômicos não têm o menor constrangimento em apoiar regimes politicamente fechados ou despóticos quando seus interesses econômicos são seguramente protegidos. Quem hoje ousaria a não fazer comércio com a “despótica” China? Na era do cínico “politicamente correto”, a propalada “responsabilidade social das empresas” é uma retumbante afronta ao bom senso e a inteligência quando na verdade a única visão que capitalista se preocupa é com sua própria escala de lucros.
O elemento “mídia” envolve um conjunto de significados e simbologias. Os meios de comunicação se articulam com seu poder de participação e influencia dentro da sociedade brasileira. Num país de extensão continental como é o Brasil, o monopólio da comunicação ficou reduzido a um pequeno grupo de famílias que controlam estas mídias e de acordo com seus interesses. Não é estranho que praticamente toda a programação televisiva aberta é tão parecida em formato, conteúdo e bobagem. Até mesmo a programação das partidas de futebol da primeira divisão, principal esporte nacional, é submetida ao crivo e a veleidade da grade televisiva de uma única emissora, a Rede Globo!
2. A Política como farsa
Em épocas eleitorais o cenário é a devastação do bom senso. Uma enxurrada de promessas cínicas e risíveis é ofertada aos olhares resignados dos consumidores e quando estão com o título eleitoral nas mãos, são chamados de “eleitores brasileiros”. Não causa mais espanto a eleição de tipos políticos esdrúxulos com estrondoso número de votos. Os partidos políticos, ou seja, estas agremiações que trabalham como entrepostos mercantis de um balcão de negócios políticos espúrios, arregimentam figuras bem conhecidas da mídia para “puxar” votos para sua legenda (uma estratégia permitida pelas lacunas da lei eleitoral). A figura da vez é o palhaço Tiririca com mais de 1,3 milhão de votos foi eleito pelo maior colégio eleitoral do país para ser o mais novo figurante da Câmara dos Deputados. Sim, Tiririca é o nome principal da “locomotiva” parlamentar paulista que carrega com sua prepotência fascistóide os demais carros vazios no Brasil. Muitos colunistas e jornalistas da grande mídia afirmaram que o voto em Tiririca seria o chamado “voto de protesto”. Seria até curioso alguém protestar votando num “palhaço” que poderá simbolicamente “piorar o que já está”! O que parece é muito mais uma resignação e alienação da própria estrutura da vida social. Trocando em miúdos do extremo narcisismo: “vou cuidar da minha vida e f... o resto!”. Aqui estamos assistindo a adesão massiva de 1,3 milhão de pessoas! Não é difícil de imaginar este tipo de reação quando toda a publicidade canaliza o espírito da agressividade narcísica do seu alvo: o consumidor.
Ainda falando de São Paulo e sua maneira conservadora de pensar a política. O mesmo estado paulista que doou mais quatro anos de mandado para a dinastia governada pelos tucanos ao eleger novamente a figura insípida de Geraldo Alckmin, um represente da Opus Dei para o Palácio dos Bandeirantes. A arrogância conservadora paulista, que tem o maior orçamento entre os estados brasileiros e um dos piores índices de Educação Pública do país. Parece inconcebível que uma sociedade que se diz democrática trate seus filhos de maneira tão grotesca e irresponsável como é a educação publica paulista. Anualmente, saem dos Auschwitz-mirins, a atuais escolas públicas estaduais, milhares de alunos semi-alfabetizados com o “diploma” na mão e vivendo de alguma esperança para o futuro. Jogado à sua própria sorte, o “novo cidadão” parido nestes campos de desertificação educacional poderá ser adotado pelo narcotráfico de sua localidade ou algum emprego que ofereçam generosamente um salário mínimo em troca de sua jornada exaustiva.
O típico paulistano pequeno-burguês reclama esbaforido do programa estatal de transferência de renda, o conhecido “Bolsa Família”, porque produz “vagabundos”, porém nada faz para remunerar com alguma dignidade seu escravo-trabalhador. A eleição da manutenção da dinastia que vai para o imaginável vinte anos de poder do PSDB representa no estado de São Paulo a certeza que os ranços escravocratas estão longe de serem banidos da alma da burguesia local e do espírito de “vira-lata” das classes trabalhadoras. Logo, a democracia em São Paulo para o trabalhador paulista é calar a boca e abaixar a cabeça, labutar por um salário insuficiente, viver suplicando empréstimos em alguma casa de agiotagem oficial, quando possível “limpar” o nome do SERASA-SPC e ainda ter que agüentar todos os domingos o programa do Faustão e Gugu Liberto! Ah, claro... E além de democraticamente escolher seus “representantes” do tear encantado do sistema eleitoral brasileiro.
A democracia à brasileira se faz também com sangue. Mas não com o sangue derramado de supostos “revolucionários”, mas do pobre e marginalizado. Sem pudores, o Rio de Janeiro já sabe como conciliar desenvolvimento com miséria: a solução é o extermínio dos pobres em seus lugares de origem, ou seja, no alto das favelas e sem respingar no asfalto: “É a guerra, cumpadi!” Mais de quinhentos anos após a descoberta de Álvares de Cabral, um novo Cabral fluminense redescobre o Brasil. Não há dúvidas que o “Método Sérgio Cabral” de fazer políticas públicas deve se estender por todo o país até o cartão-postal da “Copa do Mundo” (2014) e dos “Jogos Olímpicos” (2016). No final do dia 03 de outubro do presente ano, Cabral disse entusiasmado aos microfones da mídia logo após a confirmação de sua reeleição no primeiro turno para o governo fluminense: “a mãe de todas as políticas públicas é a política de segurança”. Palavras do “estadista” fluminense que mais parecia um político estadunidense buscando convencer a opinião pública sobre a necessidade da nefasta e perdulária manutenção da tal “guerra contra o terror”. Possivelmente como se internalizou a barbárie à brasileira na guerra civil fluminense, a respeito desta declaração cabralina a Big Media silenciou. E nestas horas vale o dito popular: “quem cala...”.
3. O teatro cafajeste da política nacional: “censura”, aborto, religião e mixórdia.
Tornou-se quase um lugar-comum na Big Media brasileira que estaria falida a designação “esquerda” e “direita”. Além disto, todos os grandes temas nevrálgicos das disputas partidárias estariam “superados”. Logo, uma “nova ordem” estaria estabelecida sob a tutela da democracia neoliberal e suas leis incorruptíveis do livre mercado. Neste sentido, fazendo um excelente trabalho de publicidade, a ideologia neoliberal é avassaladora, tal como Goebbels insistia na veemência sistemática da propaganda (por mais mentirosa que ela seja), até conseguir seus objetivos. Neste contexto de desertificação política, todos os políticos seriam iguais e nada se poderia esperar de forma tão “revolucionária” da política além da mera expectativa do transcorrer do tempo. Jogando a questão visceral dos problemas inerentes da diferenciação das classes sociais para debaixo do tapete, esta natureza asséptica da política neoliberal pulverizaria toda expectativa de mudança social.
Atualmente o brasileiro se vê obrigado a escolher, entre dois nomes, um que irá ser o chefe-maior do seu país. A petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra seriam diferentes entre si? Ou seria tão radicalmente diferente como a Big Media faz questão de publicar em seus jornalões diário e suas revistas semanais? Se pautarmos pelas revistas semanais como a “Veja” do grupo Abril, é possível pensarmos que estamos vivendo na Idade Média com a demonização da candidata Dilma contra a sacrossanta presença do candidato tucano. A tal “verdade” rotulada pelos veículos da Big Media é tão robusta como gelatina. O que ainda espanta é o caráter “vitimalógico” que alguns setores da imprensa, em tons eleitoreiros pró-candidato tucano, querendo imputar a idéia que haveria uma “censura” no Brasil. Justamente as grandes detentoras de lucros com a publicidade e sempre partidárias do modelo neoliberal se postularam como “reféns” de um suposto ataque à imprensa por parte do governo Lula. Para deixar um cenário mais turvo, alguns intelectuais estranhamente entraram neste barco histérico do “retorno” à censura justamente (e estranhamente) neste período eleitoral para atingir a candidata petista. Eis o nível do “debate” autista que a Big Media propõe ao país: a dispersão de mexericos, intrigas e mentiras em nome da “política nacional”.
O candidato José Serra é uma daquelas figuras que não hesita pisar no pescoço da própria mãe a fim que possa ganhar alguma vantagem. Foi assim que conseguiu se livrar do cotado presidenciável colega de partido, o rival mineiro Aécio Neves e ocupar espaço dentro do PSDB para impor novamente sua candidatura ao Planalto. Na guerra das bobagens políticas que se transformou o as eleições para eleger o sucessor de Lula, entre o besteirol a respeito do aborto e apelações religiosas esdrúxulas, Serra utiliza-se o marketing e da mentira sem piedade na tentativa de ser um bom discípulo de Goebbels. O mote tucano é simples: o Serra é o “Bem” numa campanha que ele é o agente azul da bondade contra o vermelho maléfico da petista Dilma. É uma velha estratégia que ainda pode colher frutos numa sociedade politicamente aculturada, apática e conservadora, principalmente nas capitais de grande concentração de votos como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
No vale-tudo (e vale mesmo!), vale até mesmo encenações teatrais patéticas, como ocorrida ontem, 21 de outubro, no Rio de Janeiro. Serra numa caminhada pelo bairro de Campo Grande é atingido por uma bolinha de papel na cabeça e segue normalmente o percurso. Depois recebe uma ligação de celular e coloca a mão sobre a cabeça sem nenhum ferimento aparente. A encenação que seria reprovada por Veit Harlen, grande cineasta de Goebbels, provavelmente foi motivado por algum arauto de sua estratégica de marketing. Em seguida, em meio ao tumulto entre partidários tucanos e petistas, a “vitima” tucana é levada a um hospital para fazer exames. Toda a cena foi filmada pela câmera do jornalismo do SBT. A farsa somente se completaria no dia seguinte, com declarações do presidenciável tucano responsabilizando o presidente Lula pelo “clima de guerra” na campanha. É inadmissível qualquer ato que atinja fisicamente qualquer pessoa, seja ela candidata a algum cargo público ou não. Todavia é mais reprovável ainda que um candidato ao posto político mais importante de um país utilizar-se de métodos patéticos e simplistas para criar falsos fatos políticos.
A desertificação política prossegue em largos passos. Na mais bisonha e preocupante falta de idéias de programas políticos para o Brasil, os dois candidatos ao Planalto demonstram a clareza da falência de reais projetos políticos. Se de um lado, Dilma se tornou uma espécie de vitrine do governo Lula para conservar a continuidade dos oito anos da gestão que teve sua participação direta; por outro lado, Serra vem querendo fazer o mesmo que Dilma (mudar para deixar exatamente tudo como está), com apelações políticas ainda mais reacionárias e conservadoras ao estilo da histriônica ex-vice-candidata republicana ao lado do ex-presidenciável John McCain à Casa Branca em 2008, a fascistóide Sarah Palin, ex-governadora do “estado-potência” do Alasca. A exemplo de Palin, no desespero de campanha, Serra prega um retorno ao um moralismo conservador o qual ele se postula como um arauto dos bons modos e costumes na terra sagrada de Macunaíma. Dias atrás, no calor da campanha em Goiás, a cena de Serra beijando um crucifixo para o público seria hilário se não fosse preocupante o fato de um candidato ao posto mais importante do país se sujeitasse ao apego à uma falsa cristandade. Dilma não ficou atrás e se tornou visível sua preocupação em se aproximar das pregações evangélicas reacionárias temendo perder votos para este público com ideais de progresso medieval.
Nesta disputa de quem diz mais mentiras e bobagens na política brasileira, duas figuras do mantra evangélico entraram em debate, o empresário Edir Macedo, vulgo “bispo” da bilionária Igreja Universal do Reino de Deus e o pastor Silas Malafaia da corrente de uma das “Assembléias de Deus”. Macedo que em 1989 apoiou Collor de Melo para presidente e comparou o então candidato Lula ao diabo. Hoje, com seu peculiar cinismo, Macedo diz apoiar Dilma, a candidata de Lula à presidência. Malafaia, por sua vez, afirma apoiar Serra. O debate entre as duas figuras do mercado evangélico se pontua no explicito preconceito jurássico: a questão do aborto e do casamento de pessoas de mesmo sexo. Discutem com se o aborto fosse um tema meramente dos homens e como se as mulheres fossem débeis demais para julgarem o desenvolvimento de biológico, psicológico e de saúde de seus próprios ventres.
Ademais, como se de fato algum destes dois empresários evangélicos ou algum grupo de políticos oportunista estivessem preocupados de fato com a vida alheia ou com o desespero atávico de alguma mulher grávida pauperizada, depressiva, solitária e sem esperança. Para estes chefes de organizações empresariais do Evangelho, o importante mesmo é explorar a desesperança alheia em busca do lucro fácil que suas corporações dão as suas diversas contas correntes. A miséria humana é explorada ao extremo por pessoas sem o menor escrúpulo. Vale afirmar que é absurdo o forte poder midiático nas mãos destes empresários da fé que exploram impunemente programas televisivos e de rádio e, por sua vez, conquistam cada vez mais espaço na cena política brasileira.
4. O que esperar no Saara brasileiro?
Entre o ventriloquismo petista de Dilma e o neoliberalismo privatista de Serra, na esteira da falta de norte para o país, no primeiro turno, apareceu como modismo a “terceira opção” na candidata “verde”, Marina Silva, pregando a farsa do “desenvolvimento sustentável” do ecobusiness misturado num reacionário conservadorismo evangélico. Mais de 20% dos eleitores brasileiros caíram nesta conversa fiada e oportunista de Marina, e em geral, movidos pela falta de opções políticas minimamente mais consistentes para o país.
A opção pelo “voto nulo” é uma possibilidade dentro do quadro eleitoral, mas pouco contribui para construir algo com mais solidez e também quem quer se esquivar da real política. A tal “neutralidade política” é para não se comprometer com absolutamente nada e ainda andar com o nariz empinando dizendo alto em bom som: “eu não tenho nada a ver com isto!”. Tal como a candidata Marina Silva, após anos na fileira do Partido dos Trabalhadores e quase seis anos à frente do Ministério do Meio Ambiente do Governo Lula, salta de supetão há cerca de um ano das eleições para os quadros do Partido Verde para se candidatar ao Planalto, pregar a nulidade ou a neutralidade no processo do segundo turno é a mais oportunista e rasteira covardia política. Obviamente, a ex-candidata quer aproveitar os louros momentâneos de sua meteórica aparição no cenário político nacional para posteriormente colher algum “verde” para o futuro de sua vida política. Mais uma vez, são os interesses pessoais que ditam as normas da conduta política pessoal acima dos interesses de qualquer projeto de nação. E o “marketing verde” dizia que Marina era o “novo”... Somente o eleitor muito “verde” para acreditar em ecopublicidade!
Os factóides farsescos e o apelo à uma liturgia conservadora são características de um tempo onde a política foi substituída pelo marketing e os projetos de interesse do país foram pulverizados em promessas e declarações charlatãs e demagógicas. Dizer que Dilma e Serra são iguais é uma inverdade. Porém ambos os candidatos não representam nada adicional para o debate a respeito dos caminhos que resultariam na transformação de um país semidemocrático para um Estado de bem-estar social satisfatório. Todavia, a simples candidatura de um político como José Serra que utiliza até as mais bizarras encenações públicas para angariar votos é preocupante. As gestões do neoliberal tucano à frente ao Planalto no período de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e a dinastia no governo paulista da tríade Covas-Alckmin-Serra são exemplos de administração pública que resultariam num retrocesso ainda mais significativo para o Brasil.
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