sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Quanto pior, melhor: a aposta paulista na barbárie social.


São Paulo é o exemplo do retardo-político brasileiro cuja liderança tucana é o mote para um Estado cada vez mais omisso, violento e inutilmente conservador. As classes médias paulistanas (aqui pensamos de um plasmado de pessoas que apesar da diferença econômica, possuem em comum uma estranha apologia pela indiferença, exacerbação narcísica e o desprezo pelo social), ao contrário do que se pode imaginar, não tem interesse algum nos serviços públicos, uma vez que acreditam que o sistema privado é a panaceia fundamentalista do modelo capitalista à brasileira.

A grande preocupação do eleitorado tucano e seus simpatizantes à botox tem a ver exclusivamente dos gastos com que os “pobres” potencialmente não caiam em seus ombros. Afinal, em discurso muitas vezes verbalizado à surdina, pobre deveria ser todos eles fuzilados pela ROTA, segundo a mentalidade irradiada por Higienópolis, Jardins e arredores. Por que tanta conivência da sociedade com o extermínio de pessoas pelas polícias paulistas? Parafraseando o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Hélio Luz, quem quer uma polícia realmente honesta e não-corrupta? Para os paulistanos, e por extensão os paulistas mais emergentes, pouco importa se a segurança pública é um arremedo ridículo de psicopatas fardados, agentes truculentos que operam as leis conforme seus humores ou um grupo de incompetentes ou lenientes que mal esclarecem 5% dos casos policiais.

Já na apodrecida Educação Pública de décadas de descaso tucano, pouco importa se cada vez mais os números são catastróficos e a situação beira a falência total. A saúde pública pouco importa, para as classes médias, o importante é não pagar impostos para economizar em viagens e comprar bugigangas para serem escondidas no desembarque do aeroporto da Polícia Federal. Eis um mote típico: reclamar é bom, pagar impostos não! Até quando o plano de saúde deixar na mão e seus clientes perceberam que céu não é tão anil quanto suas soberbas poderiam imaginar. Daí a culpa é de quem? A gritaria das classes médias paulistanas é contra o Estado (quase sempre, contra Dilma e o PT, os Judas favoritos dos paulistanos)!

Entra eleição e sai eleição, os tucanos ficam no poder em São Paulo. Uma dinastia que já varou duas décadas e nada indica que irá cessar. Não importa se seja um patético José Serra ou insosso Geraldo Alckmin, ou qualquer papagaio de pirata que diga: “nada vai mudar e tudo será perfeito!”. Não existe uma liderança popular entre os eleitores tucanos, a tal ponto que o escolhido para candidato a presidente no ano passado foi um playboy de pura incompetência que conseguiu afundar o Estado de Minas Gerais, o patético Aécio Neves. 

Para ser mais ridículo o quadro do escolhido tucano, considerado pelo próprio folhetim tucano oficial, a Revista Veja do Grupo Abril, o pior senador do Brasil. Nas eleições de outubro passado, nos dois turnos, São Paulo elegeu este troglodita da política, mas graças ao restante do país, o Brasil se livrou momentaneamente de um pulha como Aécio no Planalto. Mesmo apostando na barbárie, os paulistanos das classes médias e seus remediados perdulários de cultura lumpemproletariada insistem em se posarem de vítimas como se o mundo fosse contra seus ganhos de soberba e indiferença. Nas ondas redes sociais, assistimos, por exemplo, a patologia de insanidade facistóides e, agora, com ares golpistas, que surfa de forma medonha e preocupante.

Como entender o ódio das classes medianas contra os pobres? Com uma mídia controlada pelos grandes usurpadores do país, a ideologia da classe dominante é pulverizada diariamente para se inserir no inconsciente pouco crítico nas classes médias que adotam seus modelos de visão de mundo e cultura social similares das classes dominantes. Daí a sintomática negação por qualquer programa social governamental que possa beneficiar as classes precarizadas e mais necessitadas do Poder Público. A morte da solidariedade e o alicerce da estupidez não permite entender que uma sociedade “pacificada” somente será possível de sobreviver quando não existam gritantes diferenças socioeconômicas entre seus membros.

Na indiferença encontramos o caos. Na falta de solidariedade encontramos a violência gratuita, tosca, perversa, brutal. Assim prega as classes médias, que flertando com um discurso fascistoide, fingem que é o topo da cadeia da ideologia política e sequer se assusta com a possibilidade de morrem todos com suas bocas indiferentes bem secas.
São Paulo é o símbolo de uma indiferença crônica que nega um futuro mais solidário e humano. A indiferença paulista não serve como modelo para um país que precisa urgentemente avançar no projeto de construção de nação mais harmônica e menos desigual socioeconômico. Não se pode aceitar que uma sociedade fecha-se cegamente em fanatismos do “livre mercado” e apostar na ignorância para transformar esperança em barbárie. Assim explicar a “paixão” dos insossos leitores paulistas pelo modelo jurássico-conservador tucano que vende incompetência como “choque de gestão” administrativa, pela opção do pragmatismo retardado sob o a luz de discursos imbecis.

Não foi a toa que partiu justamente de São Paulo um grupo de toupeiras ambulantes que parece ter vindo de algum lugar bizarro da Era Paleozoica. Sintomático que Após a vitória da reeleição da presidenta Dilma do pleito de outubro, em plena Avenida Paulista, um grupelho pediu a volta da “intervenção militar”! Parece ser “justo” no que tange a insanidade paulistana, afinal de contas, os mesmos que reclamam da violência são os mesmos que a reproduzem diariamente (diante desta insanidade toda, sorrisos de lideranças tucanas não escondiam contentamento diante dos ecos surreais daqueles boçais com demência histórica).

Agora, se apegando no caso da velha corrupção da Petrobras o qual a Grande Mídia transformou em novela mexicana, uma grita insana histriônica é pelo “impeachment democrático” de Dilma, com direito a artigo do conhecido jurista conservador e amigo dos tucanos, Yves Gandra Martins, na Folha de S. Paulo. Não faltam também as velhas e conhecidas teorias da conspiração como as das “urnas fraudadas”, que por sinal, somente haveria hipotética fraude quando o eleito é do PT, ou seja, uma estranha seletividade que nada diz sobre os decênios de mandato irrestrito dos tucanos em São Paulo.

O gozo da histeria é a marca que sendo martelada diante de um discurso que beira um extremismo de direita acéfalo e que vem tomando conta das lamúrias insensatas e irresponsáveis de parte das classes medianas paulistas e, principalmente, paulistanas. O eleitor conservador típico de São Paulo não é bobo por maioria de votos, mas se deixa seduzir por uma ideologia cínica, perversa e que se autoengana na retórica autofágica do mote vitimológico oportunista do “nós contra o mundo” (onde se lê “mundo”, leia-se os pobres!).

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