quarta-feira, 25 de julho de 2018

As esquerdas na Pós-modernidade: a perda de rumo



As esquerdas só caíram no conto do vigário vigarista do culturalismo identitário pós-moderno devido à orfandade logo após a queda do Muro de Berlim. A intensa frustração pela derrocada do regime soviético resultou que as diversas correntes de esquerdas boiarem em um oceano de incertezas perante o futuro e, consequentemente, à adesão intempestiva para qualquer paixão que pudesse chamar de "minha".
A carência foi tão profunda que boa parte dos partidos de esquerda adentrou em uma espécie de adesão sem luto à pós-modernidade e abraçou bandeiras profundamente neoliberais com afeições sociais que é o caso do culturalismo identitário. Na amplitude de tal carência de visão de mundo pós-muro, os partidos de esquerda se permitiram apaixonarem-se até mesmo por uma saraivada de histerias narcisistas autoritárias que nem nos piores pesadelos no ápice da Guerra Fria dos anos 1960 era possível de imaginar. 
Sucumbir ao neófito autoritarismo moralista identitário é estar de mãos dadas com o levante da extrema-direita clássica, mas agora com roupagem elegante com carinha de jovens donzelas e rapazes de fino trato. A cepa identitária é o pior que poderia acontecer às esquerdas pós-muro, uma vez que permitiram desnortearem-se dos históricos caminhos coletivos em prol dos trabalhadores e mergulharem uma insignificância juvenil ferozmente narcísica e profundamente individualista. Nada mais estranho ainda é ouvir dentro dos partidos de esquerda que subjetividades antropológicas, sexuais, psicológicas e comportamentais formariam as propaladas "novas classes" do século XXI. Pior ainda, segundo esta lógica de sequestro da razão do materialismo histórico, as lutas sociais se limitariam a "darem voz" aos devaneios narcísicos de cada indivíduo que, por sua vez, estaria dentro destas "novas classes".
As farsas articuladas midiaticamente e minuciosamente alardeada por grupos de interesses dão uma dimensão histérica de um conjunto de demandas neoliberais narcisistas. Nesta esteira de produção desvario, vem se constituindo em "verdades autoritárias empoderadas" tão nocivas como qualquer outra arbitrariedade perversa do balaio protofascista. As esquerdas precisam acordar desta abdução suicida e reagirem contra este cavalo de troia alojado em suas fileiras, caso ainda elas desejarem representarem os anseios cada vez mais inquietantes da imensa classe trabalhadora.

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