quarta-feira, 29 de maio de 2019

UM BRASIL À DERIVA

(Manifestante em Belo Horizonte em apoio a Bolsonaro no ato de domingo, 26 de maio.)

Em apenas cinco meses desde o seu início, não há registros que um governo eleito pelas urnas implore para seus mais fiéis eleitores vá as ruas defender sua administração.  Jair Bolsonaro assinou o decreto de sua total incompetência em lidar com a governabilidade ao clamar aos seus seguidores ortodoxos para defender seu desgoverno. 

Um tiro de bazuca no pé em quaisquer circunstâncias fossem elas processadas nas ruas. Todavia, a esvaziada micareta da promoção do ódio e da barbárie deste domingo não foi a favor exatamente do desgoverno de Bolsonaro. O paradoxo se instala uma vez que seus participantes foram apoiar apenas a figura "mítica" do Bolsonaro e tudo que ele barbariza no Twitter escrito pelo filho interneteiro, o Carlos. O desgoverno Bolsonaro e o próprio Bolsonaro foram separados, como se fossem duas entidades completamente distintas pelo messianismo da ignorância do jaguncismo verde-amarelado. Uma procissão fantasmagórica que tem como Bolsonaro sua santidade ungida pelo deus da máfia de Edir Macedo e seu escudeiro Sancho Moro, o ex-juiz que unica coisa que fez na vida foi exibir sua tara obsessiva por Lula. 

O mais sintomático dos peregrinos da insensatez bolsonarista é o "esquecimento do PT" e o ataque direto aos apoiadores e ex-afetos do Bolsonaro, tais como o MBL, o grêmio estudantil de jovens fascistas que parasitou a onda de ódio anti-PT, um dos primeiros apoiadores do Bozo e que alguns dos seus membros foram eleitos na onda Bozo. Os ataques dos peregrinos de ontem também incluiriam o Congresso Nacional, o "Centrão", ou seja, o grupo de congressistas pró-Bolsonaro que estão descolando do seu ex-"mito", o presidente do Congresso Nacional na figura de Rodrigo Maia, o STF, além de apoio a Reforma da Previdência para destruir direitos. Como louca pouca é bobagem, apoio aos cortes de verbas na Educação e contra as universidades!

Neste caldo de total insanidade turbinados por robôs eletrônicos e fanáticos da extrema-direita pelas redes (in)sociais, Bolsonaro mostrou que não quer mais governar. Logo, resta a ele três caminhos: o mais curto, a renúncia; a espera de um impeachment; ou ainda uma tentativa de um golpe de estado clássico com apoio de militares (que já demonstraram não estarem dispostos a tal feito no momento). 

De qualquer modo, Bolsonaro pariu sua própria ingovernabilidade, sem rumo e sem lastro. Neste cenário de total incerteza, Bolsonaro cada dia perde mais apoio e os brasileiros afetados pela ignorância política começam a sair da abdução bolsonarista. Diante dos fatos, única coisa que a burguesia brasileira quer e espera do Bolsonaro é a Reforma da Previdência. Se for votada, o "mito" ganhará sobrevida, caso contrário seu descarte será antecipado. Contudo, o Brasil está soterrado pelo mar de lama alucinógena do desgoverno. O cenário futuro é a própria  incógnita!


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